Depois de passar o feriado em Teresópolis (o relato virá amanhã), hoje peguei estrada de volta para São Paulo e no caminho só pensava em qual seria a novidade a aparecer no site do Iron Maiden no dia de hoje, data que há uma semana deixava os fans do Maiden tensos.
Mesmo imaginando que seria as datas da nova turnê mundial, só tive essa certeza ao chegar em casa, ligar o PC e entrar no site para confirmar!
A nova turnê terá 66 dias e como na turnê Flight 666 ela será a bordo do Ed Force One (com novo design para a nova turnê). O início será no dia 11 de Fevereiro, quando o primeiro show será realizado na Russia e terá seu término no dia 10 de Julho, de volta à Russia!
Mas o mais importante de tudo isso é a confirmação das datas da Final Frontier World Tour no Brasil:
Março
26 - Sábado - São Paulo - Estádio do Morumbi
27 - Domingo - Rio de Janeiro - HSBC Arena
30 - 4ª feira - Brasília - Nilson Nelson
Abril
1 - 6ª feira - Belém - Pq de Exposições
3 - Domingo - Recife - Pq de Exposições
5 - 3ª feira - Curitiba - Expotrade
Mais informações e calendário completo da turnê no site oficial do Iron Maiden www.ironmaiden.com.
O início da venda de ingressos será no dia 27 desse mês pela porcaria da Livepass (que tem a cara de pau de cobrar 20% de taxa de conveniência - conveniência pra eles cobrar isso em ingresso que custa pelo menos R$500!). Mas infelizmente não tem escapatória e alguns ingressos (sim, alguns) terei que comprar através dela!
E que venha a nova turnê! Só uma coisa garanto: irei em mais de um show! Quem sabe baterei inclusive meu record de shows do Iron Maiden em apenas uma turnê (veja aqui sobre os shows do ano passado).
UP THE IRONS!
Enviado por Tacio Philip às 20:20:04 de 02/11/2010
Seguindo o mesmo formato do meu novo curso de macrofotografia, na 3ª feira dia 30/11 terá um Workshop Photoshop para fotógrafos de natureza no formato "pay-what-you-want".
Esse workshop terá duração de 3h e será 100% prático (é recomendável que cada aluno leve seu notebook com o software Photoshop para praticar). Durante o WS terei algumas imagens exemplo que serão ajustadas usando as principais ferramentas do PS de modo a ter um melhor resultado com perda mínima de qualidade. Também comentarei sobre como otimizar a captura da imagem para pós processamento e os alunos poderão também usar suas próprias fotografias como exemplo durante a aula.
Durante este curso, que será exibido com projeção em tempo real das ferramentas na tela mostrarei como efetuar ajustes de contraste, como definir ponto branco e preto da imagem, clareamento e escurecimento, ajuste de cor (white balance), aumento de nitidez, conversão para preto e branco, como salvar as imagens para diferentes saídas (internet, papel) etc (sugestões de ajuste serão aceitas durante o curso, entretanto não abordarei recortes e colagens de imagens, é um curso de ajuste de imagens, não criação de imagens!) :-)
As inscrições estão abertas, a turma é limitada a 12 alunos e a aula será na sala de aula macrofotografia.com.br na Av. do Cursino (São Paulo - SP) no período das 19h30 às 22h30.
Quanto ao valor, todos fotógrafos que fazem cursos tem idéia de quanto custa um curso/workshop e valorizam o trabalho/conhecimento de outros fotógrafos, por isso não há um valor definido, ao final da aula haverá uma "urna" onde cada um depositará quanto acha que o curso valeu para o seu aprendizado. Minha parte eu farei, que é dar uma boa aula e garantir bons resultados.
CRONOGRAMA:
3ª feira, 30/11 das 19h30 às 22h30
- apresentação das principais ferramentas de ajuste de imagem com o Photoshop
- execução de ajuste de imagem em tempo real com acompanhamento dos alunos
- como captar as imagens digitais pensando no pós processamento
LOCALIZAÇÃO:
Av. do Cursino, 3653 - São Paulo/SP
CUSTOS:
Como dito no primeiro parágrafo, esse é um curso no formato "pay-what-you-want" (pague quanto você quer) e não há um valor definido. No término do curso haverá uma caixa cofrinho onde você depositará quanto você acha que o curso valeu para seu aprendizado em fotografia.
Apesar de estarmos em um país onde a maioria se vangloria - em vez de se envergonhar - do jeitinho brasileiro, estou apostando no bom senso e honestidade das pessoas, principalmente se tratando de alunos que tem interesse em aprender sobre fotografia e com bom nível cultural.
Cabe às condições e consciência de cada um dar o valor que acha justo para o meu curso. Minha parte eu farei, dar um bom curso.
PRÉ-REQUISITOS:
Ser fotógrafo de natureza amador ou profissional com captura em meio digital (câmera digital).
INSCRIÇÕES:
Para mais informações e inscrições entre em contato pelo site www.macrofotografia.com.br informando seu nome completo e suas expectativas para o curso.
Pela segunda vez este ano fui convidado pelo Osvaldo (tenente dos bombeiros e grande parceiro de escaladas) para dar uma aula para os bombeiros alunos do CSALT (Curso de Salvamento em Altura) sobre escalada em rocha e seus equipamentos.
A primeira turma que dei essa aula foi em Maio desse ano, em Analândia, na pedra do Cuscuzeiro e hoje foi mais perto de casa, na Pedreira do Dib, em Mairiporã.
Depois de acordar antes das 6h, às 6h30 o Osvaldo me buscou e às 7h30 já encontrávamos com o Sgto Anjo na Pedreira do Dib. Depois de um bate papo pegamos as mochilas e descemos a trilha para a base das vias (trilha que eu não fazia há uns 5 anos já que há algum tempo perdi o "tesão" de escalar no Dib - principalmente depois de tantas brigas que já vi por lá devido aos malditos rapeleiros e por uma vez ter também visto um corpo jogado no fundo da pedreira).
Na base das vias o Osvaldo e eu nos equipamos e assim que vimos que os 17 alunos do curso estavam chegando comecei a escalar a via Só Cristo Silva, via que eu já havia escalado algumas vezes há muuuuitos anos atrás. Fui subindo até que cheguei em sua 4ª ou 5ª proteção (onde era confortável para entrar em auto), avisei o Osvaldo que estava na minha, soltei a corda da minha cadeirinha e disse para os alunos que observavam de baixo: "imagina que sou um escalador bem descuidado e faço essa cagada..." e soltei a corda para baixo, ficando assim preso na parede sem poder subir ou descer, necessitando de resgate. O Osvaldo na base falou para um dos grupos que tinham uma ocorrência e subirem para resgatar o escalador na parede.
Quatro alunos subiram, armaram um rapel por cima, um deles desceu primeiro para caso houvesse necessidade prestar os primeiros socorros e, vendo que eu era apenas "um escalador idiota preso na parede por descuido" desceu até a base para dar segurança ao segundo bombeiro que desceu, montou uma solteira dele até mim e me desceu de rapel até a base da parede.
Com todos aquecidos com o começo prático o Osvaldo passou algumas dicas e em seguida começou a explicar algo sobre a escalada em rocha, falando de croquis, planejamento etc. Na sequência foi minha vez com um caminhão de informações sobre diversos equipamentos e técnicas de escalada (livre, artificial, fixa, móvel, esportiva, tradicional, big wall etc.). A aula foi muito proveitosa e deu para perceber que todos se interessaram muito pelo assunto, principalmente em relação à proteções móveis (é legal ver a cara de desconfiança que as pessoas tem quando olham um micronut, cliff ou copperhead).
Depois da minha explicação mais um tempo para dúvidas e para olharem os equipamentos (interessante que sempre fazem comparação do peso dos mosquetões usados por escaladores e por bombeiros) e em seguida passei novamente a bola para o Osvaldo, que mostrou uma técnica de resgate de escalador em parede quando não é possível acesso por cima e a via possui proteções fixas.
Na sequência os alunos foram se alternando para praticar e com a chegada do almoço o Sol começava a nos castigar, assim como a fome. O tempo foi passando, a prática na base acabou, subimos novamente até o topo da pedreira, lá mais algumas dicas e explicações e fomos então para o merecido almoço no restaurante do Dib.
O almoço estava ótimo (além da comida boa a fome ajudou) e, por volta das 15h, o Osvaldo e eu nos despedíamos do pessoal e pegávamos estrada de volta para São Paulo (com direito a um belo trânsito - pra variar).
A aula foi muito proveitosa tanto para os alunos quanto para mim. Quem me conhece sabe como eu gosto de escalada e conversar sobre equipamentos e técnicas. Além disso é sempre bom saber que o conhecimento que eu passei pode ser útil para ajudar algum outro escalador menos preparado que possa entrar em alguma roubada por ai.
Semana passada, depois de buscar minha bike de uma merecida revisão, o Dom e eu combinamos de ir pedalar em Atibaia no Sábado, dia 23/10, e assim o fizemos.
Sábado cedo, depois de levar a Paulinha para um curso em Sto Andre, segui até a casa do Dom e de lá saímos com as 2 bikes no porta-malas rumo à Atibaia. A viagem foi tranquila, fizemos uma pausa para lanche no Bairro do Portão, e por volta das 11h já estávamos com o carro estacionado no começo da estrada de terra que leva do Bairro Portão até a Pedra Grande de Atibaia.
O começo da trilha foi bem pesado, antes mesmo do corpo esquentar tivemos algumas subidas muito íngremes mas aos poucos fomos esquentando, ganhando altitude e seguindo sem pressa nenhuma pela vazia estrada de terra onde cruzamos apenas com alguns motociclistas e quadriciclistas.
O tempo foi passando, a distância aumentando e fizemos então uma primeira pausa para um rápido lanche ao lado do laguinho ao lado da estrada. De lá mais uma subida e depois a descida mais forte do caminho de ida, que acaba no cruzamento da estrada que vem da Rod Dom Pedro e segue para o topo da Pedra Grande.
De lá mais um bom tempo em cima da bike e também um bom tempo ao lado da bike, obrigados a empurrá-la em alguns trechos de subida muito íngreme, principalmente no cruz do passeio: uma das últimas subidas, logo após a água e que leva quase até o topo da Pedra. Mais alguns minutos, as pernas já sentiam o cansaço do desnível ganho e chegamos finalmente na grande laje do topo da montanha. Lá um passeio breve por algumas de suas rampas e depois, para completar a subida até o topo da pedra, onde ficam as "orelinhas", empurramos a bike (em alguns trechos carregamos nos ombros) até chegar, finalmente, no seu cume.
Lá uma longa pausa para lanche, água, fotos e aproveitei para apresentar ao Dom algumas das vias de escalada do local (mas só olhamos, não subimos com equipo). Depois disso mais um tempo enrolando e então começamos o caminho de volta, pelo mesmo caminho da ida, de volta ao carro que nos esperava.
A volta foi muito mais rápida que a subida (levamos mais de 2h pra subir e menos de 1h15 pra descer) e tirando a estúpida subida logo após o entroncamento que leva à Dom Pedro, todas as outras subidas foram vencidas facilmente depois do embalo pego nas grandes descidas, sendo que na última delas, a menos de 200m do carro, cheguei a 63,2km/h marcados no GPS.
Perfil de altitude da subida da Pedra Grande
De volta ao carro colocamos as bikes no porta-malas (felizmente chegamos antes da chuva apertar, pegamos apenas uma garôa durante pouco mais de 1km) e em seguida estávamos na estrada de volta a São Paulo, onde fizemos uma pausa para um lanche e, depois que deixei o Dom em sua casa e pude finalmente vir para casa descansar para o dia seguinte (hoje) onde dei mais uma vez um curso de operação de calculadoras hp48/49/50g.
Apesar da pouca quilometragem do nosso roteiro (24km), o desnível acumulado foi grande (1100m). Além disso eu gostei muito por ser um passeio que eu pensava fazer há alguns muitos anos, principalmente depois de já ter subido a Pedra Grande a pé e de carro por diversos caminhos e muitas e muitas vezes. Isso deu um gostinho especial ao excelente dia de pedal (e deu mais vontade ainda de subir pedalando por outros caminhos).
Algumas das fotos já estão disponíveis no link Pedal na Pedra Grande e abaixo alguns vídeos.
Enviado por Tacio Philip às 22:09:09 de 24/10/2010
Quem me conhece sabe que sou fã de novidades tecnológicas, principalmente na área da informática. No mês passado completei o que chamei de "upgrade audio/vídeo/informática" do meu "quarto-escritório".
O upgrade começou há uns 2 meses com a TV, que deixou de ser uma RCA 21" de tubo com uns 10 anos e passou para uma Samsung LED 32" FullHD. Na mesma semana foi a vez de dizer também adeus ao antigo DVD Player LG (que quando comprei era espetacular por ter 5.1 saídas de audio independentes) e entrar no ar um novo aparelho de Bluray, também samsung, fazendo uma bela parceria com a TV.
Com a troca desse kit veio um outro problema: o meu antigo aparelho de som, um AIWA com também uns 10 anos (época pré CCE) e com 5.1 canais de audio (que funcionava perfeitamente com o meu DVD) não aceitava audio ótico ou hdmi, ou seja, eu tinha um aparelho de 5.1 canais, 5 caixas e não conseguia ouvir som mais que estéreo. Resultado disso, entrou na lista de compras um receiver e dessa vez investi em um Onkyo TX-SR508 que além de aceitar HDMI (já pronto pra versão 1.4 e com 7.1 canais) tem tudo quanto é entrada imaginável e casou perfeitamente com minhas 5 caixas acústicas espalhadas pelo quarto (mesmo com uns 10 anos elas continuam perfeitas e até agora não consegui passar da metade do volume do receiver com elas!).
O receiver centralizou todo o comando de som do "quarto-escritório". Nele estão ligados a TV, Bluray e o PC por sua saída de audio digital S/PDIF. Além disso, pra completar a conexão de componentes, o PC também tem uma de suas saídas de vídeo ligadas em resolução FullHD à TV, o que faz com que filmes comprados em versão download na internet (resolução HD) tenham uma imagem melhor que DVDs normais.
O PC em si não foi upgradeado, eu o montei há uns 2 anos e ele ainda está bem atual. É um Core2Quad Q6600 com 4GB RAM, 512M vídeo, mais de 1Tb em HDs SATA etc etc etc. Mas alguma mudança ele também sofreu e substituí o antigo monitor LCD 17" por um novo Samsung 21,5" FullHD, que faz com que eu tenha uma área de trabalho - quando usada extendida com a TV - de 3840x1080 pixels.
Abaixo uma imagem (tosca) da área com o upgrade. Da pra ver a TV, Monitor, Bluray, PC, Receiver além de impressora, livros, caixas e uma parte da minha coleção de CDs do Iron Maiden.
E as mudanças não acabam nunca, com a velocidade de atualização dos eletrônicos sempre aparece algo novo que causa aquela coceira no bolso. Só tento (pelo menos às vezes) colocar na balança se preciso deles ou não. Esse upgrade foi necessário, tudo estava mesmo defasado, mas uma das próximas compras será apenas por um pouco mais de luxo, to com coceira no bolso para fazer upgrade do meu aparelho de GPS, vamos ver... felizmente um tipo de eletrônico eu realmente não ligo: aparelho celular. Como meu escritório é em casa, onde fico a maior parte do tempo (exceto quando estou viajando, dando cursos ou treinando), meu aparelho continua sendo um simples, barato e com meu barato plano pré-pago que recarrego a cada 3 meses mais ou menos. :-)
Enviado por Tacio Philip às 16:07:15 de 19/10/2010
Depois da Subida da Serra Negra (Pedra Preta) no Parque Nacional do Itatiaia e uma merecida noite de sono no abrigo Rebouças, onde nos encontramos também com o Flavio Varricchio e Elias Rodrigues que haviam chegado no Sábado à tarde, no dia seguinte acordamos sem pressa, tomamos nosso café da manhã e arrumamos nossas mochilas.
Todos nós - exceto a Paula que foi sozinha para o Morro do Couto - descemos então para o setor Paredão Lambuja de escalada, que fica na estrada do parque sentido Rebouças-Prateleiras (exatamente no km 17). Lá fomos alternando as escaladas e no final havia escalado as 4 vias dessa parede. Foi uma boa hora também para bate-papo, algumas fotos e relaxar depois do dia anterior.
O tempo passou e enquanto o Rafael, Patrick, Flávio e Elias se dirigiam para o Prateleiras o Pedro me deu a sugestão de irmos para o Agulhas escalar a via Bira, que havia sido escalada pelo Davi no dia anterior. Sem pensar duas vezes falei: "vamos embora"! Subimos então para o abrigo, almoçamos um macarrão, o Davi e a Cintia deram algumas dicas sobre a via, o Parofes se juntou a nós pegando algum equipamento emprestado com o Davi e por volta das 13h30 (isso mesmo!) começamos a caminhada rumo ao Agulhas.
A trilha de acesso foi tranquila e subimos em um ótimo ritmo, antes mesmo das 14h estávamos na base da Bira começando a sua escalada. Seu começo é bem tranquilo e óbvio, seguindo embaixo de uma grande parede negativa, sendo que nessa parte nem nos preocupamos em colocar as sapatilhas, o que fizemos só quando chegamos em um lance mais exposto em chaminé.
Continuamos a subida e, em algum momento que não sei qual, acabamos saindo da via. Aparentemente a Bira segue fazendo uma travessia mais para a esquerda mas acabamos seguindo reto por outra canaleta rumo ao alto. Depois, já de volta ao conforto de casa confirmei que entramos na Chaminé dos Estudantes.
Mesmo pressentindo que estávamos fora da via achamos melhor "tocar pra cima" e assim o fizemos. Fomos subindo, subindo e, mesmo sabendo que estávamos fora percebemos que estávamos MUITO fora da via quando chegamos no cume do Pontão Sul. O Pedro foi o primeiro a chegar e enquanto assinava nossos nomes no livro de cume falou com uma voz espantada: "Tacio, onde estamos?". E eu, mais espantado ainda respondi: "FODEU!".
No col entre Pontão Sul e Itatiaiaçu
Já era por volta das 17h30, as últimas luzes do Sol iluminavam as montanhas (visual espetacular da Maromba, Leão e Leoa) e o Itatiaiaçu, cume mais alto do Agulhas e nosso objetivo, se encontrava a distantes 85 m de nós. A distância é pequena e eu havia passado de um para o outro durante a travessia longitudinal do Agulhas Negras, o problema é que o local é um labirinto e não me lembrava do caminho!
Sem perder tempo nós 3 começamos a procurar uma boa descida do cume do Pontão Sul e o caminho para o Itatiaiaçu. Nesse momento nós 3 pensávamos o quanto desagradável seria ter que bivacar quase no cume do Agulhas e ter esperar o dia seguinte antes de começar nossa descida. E não queríamos isso!
Fomos rodando e rodando pelo labirinto de pedras e em alguns momentos em me lembrava de um platô de pedra com furos onde tínha parado pra lanche durante a travessia, uma descida de pedra, subida de outra e com a última luz do dia consegui achar a passagem e chegar na via Quietude que leva diretamente ao cume do Itatiaiaçu. Nessa hora o Pedro e o Parofes também chegaram (cada um estava buscando um caminho) e já colocando as headlamps na cabeça e totalmente no escuro fizemos a escalada da via até o cume do Itatiaiaçu.
No cume do Agulhas Negras à noite
Apesar de estressados, nesse momento pudemos pensar que não íamos passar a noite no cume da montanha. O Parofes aproveitou para assinar também no livro de cume o nome de todos nós e em seguida fizemos o rapel e subimos para o cume Cruzeiro, cume mais frequentado do Agulhas onde todos nós já havíamos estado.
Comemos uma bolacha, bebemos água e começamos então a descida à procura da via Pontão, a mais frequentada. Mas também não foi fácil, com a escuridão total, mesmo com a headlamp não conseguíamos enxergar longe, principalmente quando baixava a neblina, o que fez com que levássemos mais de 1 hora até acharmos a canaleta da descida que leva à base da parede. Mesmo cansados e estressados não perdemos o humor, fizemos mais um vídeo e logo estávamos na base da parede e atravessando o riacho.
Dúvida durante descida noturna do Agulhas Negras
De lá a caminhada foi tranquila e molhada. Não chovia mas a neblina estava muito densa e ia nos molhando aos poucos. Quando estávamos quase chegando no abrigo encontramos o Davi e o Rafael que haviam saído para ver se conseguia "notícias" sobre nós (eles depois falaram que viam nossas luzes no cume à noite) e por volta das 21h30 chegamos finalmente no abrigo. Molhados, cansados, estressados mas finalmente no abrigo!
No abrigo contamos o ocorrido e sobre nosso quase bivac no cume do Agulhas (com certeza foi meu maior perrengue em Itatiaia até hoje), descansamos e com a ajuda do Dom (que preparou o jantar) pudemos matar a nossa fome e em seguida ir dormir.
Esse dia foi estressante e durante a trilha de volta ao abrigo conversamos sobre nossos erros: ter saído tarde do abrigo e ter subestimado a via. Mesmo assim tudo correu bem e durante o tempo todo estivemos com o controle total da situação e chegamos bem ao abrigo (tarde mas bem). E todo perrengue assim é bom, além de te ensinar a não cometer (ou minimizar) alguns erros, você também amplia seu nível de conforto e fica mais preparado para os próximos perrengues :-)
No dia seguinte acordamos sem pressa e, para evitar o trânsito no retorno para São Paulo arrumamos nossas coisas, fechamos o abrigo e fomos embora. Fiz ainda uma pausa na garganta do registro (com as bancas reestruturadas, tá virando um shopping) para comprar mel, comer milho e um pastel e depois pausa só para combustível e para um lanche antes de deixar a Paula e o Parofes em suas casas.
Esse feriado foi muito proveitoso, fizemos meia travessia serra negra e subimos o Morro do Cristal, completei meu Projeto 2010 e todas as montanhas do SE de acordo com o anuário do IBGE com a Subida do Pico Serra Negra e fizemos essa boa mas tensa escalada no Agulhas Negras. E mesmo tendo subido todas as montanhas do PNI ainda há muito o que explorar, as idéias de novas rotas e travessias já começam a passar pela cabeça, mas isso ficará para a próxima temporada.
Depois da Subida do Morro do Cristal de Itatiaia e meia travessia Serra Negra, todos nós - Dom Miranda, Pedro Hauck, Parofes, Paulinha e eu - dormimos na casa da Sonia com o Pedro, Dom e Parofes acampados no gramado enquanto a Paula e eu bivacavamos na varanda (foi muito melhor do que se tivessemos que bivacar no mato, principalmente por causa da gripe+dor de garganta+sinusite que tentava me derrubar há dois dias.
No Domingo, dia 10/10/10 acordamos sem muita pressa, tomamos nosso café da manhã e, depois de pegarmos umas indicações para a trilha começamos a subir rumo ao Pico Serra Negra, 22º ponto mais alto do Brasil de acordo com o Anuário Estatístico do IBGE, conhecido localmente também como Pedra Preta.
A trilha começa bem aberta até o seu último ponto de água antes da subida final para a Pedra Pequena, um pequeno cume rochoso antes do cume da Serra Negra. Nesse trecho a trilha passa a ter muitas bifurcações com trilhas provavelmente criadas por vacas. Mas foi só seguir sempre pela "menos fechada" e para cima que logo chegamos na parede da Pedra Pequena onde, depois de uma escaladinha solo e bem exposta (um 4º grau onde não era possível sequer pensar em errar e cair) chegamos aos 2338 m do seu cume.
No cume da Pedra Pequena fizemos algumas fotos e logo seguimos entrando em um lindo bosque no colo entre ela e a Serra Negra. Fomos subindo, fizemos uma pausa para lanche e logo em seguida continuamos a caminhada entre gravatás e lajes de pedra até que alcançamos o cume da Serra Negra com seus 2593 m de altitude (medição no GPS) - 2572 m de acordo com a antiga medição do IBGE.
Infelizmente, enquanto nós subíamos a trilha as nuvens também nos acompanhavam e do cume a visibilidade era praticamente zero. Mesmo assim fizemos algumas fotos, assinamos o livro de cume, fizemos algumas marcações no GPS e fugindo do vento gelado que soprava logo começamos a descer.
Durante a descida seguimos o mesmo caminho até a Pedra Pequena e de lá seguimos por outra trilha mais direta rumo ao vale. Mesmo tendo saído da trilha em alguns momentos esse 2º caminho é muito melhor e mais direto, levando até a bifurcação do último ponto de água da subida, onde aparentemente um dia foi um chiqueiro. De lá continuamos pela larga trilha e pouco tempo depois estávamos na casa da Sonia para um merecido almoço.
Pouco depois do almoço, com a preguiça que nos acompanhava e a ameaça de tempo ruim chegar achamos melhor procurar um modo alternativo para retornar ao abrigo Rebouças e assim começamos a negociação para que nos levassem de carro até lá. Como já tínhamos descido a pé e o caminho que me interessava era a interligação das travessias (único trecho que eu ainda não conhecia), seria desgaste e sem justificativa subir a pé por caminhos que eu já percorri. Além disso, subindo de "carona" ganharíamos um dia que poderia ser usado para outras escaladas no planalto e assim o fizemos. Negociamos com a Vanessa (irmã da Sonia) e ela e seu irmão nos levariam de carro e moto até o parque.
O tempo foi passando, o irmão da Sonia não chegava e quando tínhamos praticamente perdido a esperança de retornar naquele dia, já com o começo da noite, ele chegou. Pouco tempo passou e por volta das 19h15 saíamos e às 21h15 estávamos de volta ao abrigo Rebouças onde preparei o tão esperado merecido macarrão com linguiça calabresa, azeitona e champignon. Depois disso mais um tempo de bate papo e em seguida fomos dormir pensando no que fazer no dia seguinte.
A subida e descida da Serra Negra levou cerca de 6 horas contando nossa longa pausa no cume e com ela, no dia 10/10/10 completei meu Projeto 2010, que consistia em subir 10 montanhas ainda inéditas para mim e pouco visitadas durante este ano. Desde o anúncio desse projeto, dia 12 de Junho, subi as seguintes montanhas:
Além disso, com essa escalada completei todas as 30 montanhas mais altas do Sudeste do Brasil de acordo com o Anuário Estatístico do IBGE.
Mas o ano ainda não acabou, enquanto o clima permitir subirei ainda outras montanhas e os projetos para o ano que vem já começam a assombrar minha cabeça!
Aproveitando que eu tinha conseguido fazer a reserva no Abrigo Rebouças para mim e para alguns amigos assim
que o parque foi reaberto (devido as queimadas esse ano), na Sexta feira à noite saímos de São Paulo a
Paulinha e eu rumo à Itatiaia.
A viagem foi super tranquila, fizemos apenas uma pausa para torta de maçã e banana no Mc (única coisa que
presta além do sorvete) e antes da 1h da madrugada estacionava o carro nas proximidades do Brejo da Lapa,
jogávamos as mochilas para o banco dianteiro, rebatíamos o banco traseiro, abríamos os sacos de dormir e
deitávamos no porta-malas-cama.
No dia seguinte o despertador do celular não tocou mas acordei assim mesmo no horário programado: 6h45. Logo
colocamos as mochilas de volta para o porta-mala e seguimos pela estrada até o Posto 3 do PNI, que dá acesso
ao abrigo Rebouças e maior parte de suas montanhas.
Na portaria efetuamos o pagamento e logo seguimos de carro até o abrigo onde já se encontravam o Parofes, Dom Miranda e Patrick Ceolin que haviam chegado na Sexta de manhã e o Pedro Hauck, Davi Marski, Cintia Marski e Rafael Ribeiro que haviam
chegado na Sexta à tarde.
No abrigo preparamos nosso café da manhã e enquanto comíamos o Davi, Cintia, Patrick e Rafael saíam para
escalar no Agulhas Negras. Passaram mais uns minutos então começamos a arrumar nossas mochilas para nossa 1º
empreitada do final de semana: subir o Morro do Cristal, descer até o bairro Serra Negra, subir o Pico Serra
Negra e voltar para o abrigo.
Às 9h30 estávamos prontos então depois de deixarmos um dos carros no estacionamento próximo da portaria (não
tem lógica só um carro poder ficar próximo ao Rebouças à noite) começamos nossa caminhada pela trilha que
leva à Pedra do Altar, onde passamos contornando seu lado 1h depois de iniciarmos a caminhada.
De lá seguimos pela trilha da travessia Rebouças-Maromba começando a descer para o vale do Aiuruoca (o lugar
mais bonito do PNI na minha opinião) e, assim que chegamos ao lado do Rio Aiuruoca, enquanto o Parofes e o
Pedro faziam um almoço e com preguiça ficavam descansando, a Paula, o Dom e eu subimos até o cume do Morro do
Cristal, uma pequena montanha esquecida em Itatiaia mas que proporciona uma vista espetacular para a Pedra do
Sino de Itatiaia, Altar e vale do Aiuruoca. Além disso com esse cume eu completava a 9º montanha do meu Projeto 2010, que consiste na subida de 10 montanhas ainda inéditas para mim nesse ano de 2010.
No cume fizemos algumas fotos, algumas marcações no GPS e em seguida começamos a descida para nos encontrar
novamente com os preguiçosos que nos aguardavam na base. Lá, novamente com as mochilas nas costas continuamos
a caminhada até a Cachoeira do Aiuruoca então desviamos a trilha para sua esquerda, começando a descer rumo
ao vale do Serra Negra.
O começo da trilha segue por uma crista que ainda mostrava vestígios da queimada de pouco mais de 1 mês atrás
e logo entra em mata mais fechada, mas com trilha sempre bem definida. Fomos descendo, descendo, descendo,
nos trechos finais a trilha fica mais fechada e nos perdemos um pouco mas logo saímos no vale na base da
Serra Negra onde passa o Rio Aiuruoca e ao fundo víamos uma grande cachoeira.
Mais uma pausa para lanche e depois seguíamos a caminhada já com os joelhos sofrendo por causa do grande
desnível. Fomos seguindo o rio pelo vale, passamos ao lado de uma pequena casa e pouco tempo depois e mais
uma casa saímos no entroncamento da travessia Serra Negra, local onde a trilha vira praticamente uma estrada
(e há muitos anos atrás era possível descer até onde estávamos de carro).
Agora na travessia da Serra Negra, caminho que eu havia percorrido em 2003, seguimos sempre pela trilha bem aberta até que chegamos ao Bairro Serra Negra. Lá procuramos local para acampar/bivacar e acabamos ficando na casa da Sonia que trabalhava no Alsene antes do seu fechamento.
Na casa um merecido jantar e assumo que fiquei muito decepcionado com comida liofilizada, a não ser que você queira misturar tudo e comer uma ração, ela não é nem um pouco prática de preparar (preparar os itens separadamente). Mas o gosto é bom e talvez alguns ítens liofilizados, como carne moída, valam a pena ser comprados.
Depois do jantar um bom tempo de bate papo na varanda fechada da casa e com o cair da noite o Pedro, Parofes e Dom foram dormir em suas barracas enquanto a Paula e eu bivacávamos na varanda (a Paula ainda aproveitou e dormiu no sofá!).
O caminho que percorremos foi bem longo (quase 18 km) e com um belo desnível para baixo (1400 m) percorridos em cerca de 8 horas, o que fez com que sofressemos mais de dor nos joelhos por causa da descida do que de cansaço da trilha em si. E mesmo sendo possível alcançar o ponto onde estávamos de carro, a descida valeu a pena já que, durante seu caminho, subimos o Morro do Cristal e eu queria também conhecer a trilha que interliga as travessias Rebouças-Maromba e Serra Negra. Mas esse era só o primeiro dia, ainda tínhamos muitos dias e muito o que fazer no restante do feriado no PNI.