Aproveitando o feriado em SP a Paula e eu pegamos estrada na 5a. à noite e, depois de 2h pra conseguir chegar na Rodovia Dutra, seguimos mais algumas muitas horas até São José do Barreiro. Chegando na cidade passamos direto pelo centro e começamos a subir a estrada de terra que leva ao Parque Nacional da Bocaina. Como já era tarde e estavamos cansados nem procuramos local para acampar e dormimos no porta-malas do carro em frente a entrada de uma das chácaras no começo da subida.
No dia seguinte acordamos por volta das 7h ouvindo barulho no portão de metal da chácara onde estavamos próximos e pouco tempo depois levantamos e começamos a subida. A estrada começa razoavelmente boa e vai piorando a cada metro que você sobe a serra. Fomos seguindo e seguindo até que, depois de uns 20 km, encontramos uma placa indicando o Pico Tira Chapéu para nossa direita. Seguimos por essa estrada secundária, ainda em razoavel condição até uma outra placa indicando o Bairro dos Macacos e o Tira Chapéu, agora por uma estrada à esquerda. Entramos no desvio e logo passamos por uma porteira, a partir desse ponto a estrada fica realmente ruim e não seria possível seguir sem estar com 4x4. Fomos seguindo e logo chegamos em uma outra porteira com uma placa indicando "Cabana do Pai Tomaz". Lá nos informamos com um dos moradores, deixamos o carro próximo a porteira, fizemos nosso merecido café da manhã e depois começamos a subida, que começa paralela à cerca, para o Morro Tira Chapéu.
A subida alterna trechos em campo aberto com quatro trechos muito bonitos em mata fechada. De qualquer maneira a trilha é bem aberta e praticamente impossível se perder. Continuamos a subida, depois de algum tempo podíamos ver o Tira Chapéu ao fundo e logo chegamos ao seu cume, em um tempo de apenas 1h30 de caminhada.
No cume ficamos um bom tempo fazendo fotografias (sempre me pergunto porque essa mania imbecíl de impor a religião colocando cruz no topo da montanha, para mim é lixo e poluição visual assim como se fosse uma lixeira vermelha no cume) e em seguida fomos dar uma andada onde aproveitei para subir uma pedra com uns 8 metros de altura e uma linda fenda da sua base até o topo. Eu a subi pela face mais fácil, que deve dar um 4o. grau (o pior foi desescalar), mas se estivesse com equipamento de escalada com certeza tentaria sua outra face, mais vertical e maior, com uns 10 a 12 metros de altura e perfeita para ser protegida em móvel.
De volta ao cume pegamos nossas mochilas e começamos a descida de volta pro carro. A descida foi bem tranquila e ainda aproveitamos para algumas fotos e no final de um dos trechos de mata fechada uma pausa para lanche. De volta a caminhada mais alguns minutos e logo estávamos no carro.
Guardamos as coisas no porta-malas (exceto os bastões que acabamos esquecendo e voltamos no dia seguinte para buscar) e fomos então ver como era o acesso ao começo da outra trilha que sobe a montanha. O outro acesso é seguindo para o Bairro dos Macacos após a bifurcação passando pela Casa de Pedra (uma construção de 1910 atualmente abandonada e em ruinas), uma porteira de fazenda (nesse trecho a estrada fica ruim e só é bom seguir se estiver com 4x4) e começa muito próxima a um mata-burro, subindo uma inclinada crista de pasto (se você seguir direto e sair em um campo mais aberto que serve como um mirante - onde dá pra manobrar o carro - é porque passou do começo da trilha). Nesse lugar marquei o ponto no GPS, vi como era o seu começo e voltamos a descer a estrada.
Nossa ideia inicial era subir no primeiro dia o Tira Chapéu e nos dois dias seguintes, com uma sugestão de acesso do Jorge Soto, subir a Pedra Alta a partir de Formoso. Entretanto, nos informaram que havia um acesso mais curto para a Pedra Alta a partir da Pousada Recanto da Floresta então fomos até ela depois de irmos até a entrada do Parque Nacional da Bocaina (e ver que sim, existe atendimento pior que no PNI, os guardas são tão gentis que falaram que para subir uma outra montanha levava apenas 3h já que eram apenas 19km - ou é porque eles são ultramaratonistas e andam muito rápido, será?).
Chegando na pousada passamos pela Paula (uma das donas) e na própria pousada conversamos com o José Milton, proprietário e vice-prefeito de São José do Barreiro. Lá ele nos informou sobre as opções de hospedagem e dissemos que pretendíamos acampar e ele concordou nos mostrando um excelente gramado onde logo montamos nossa barraca.
Com o final da tarde fomos ainda até a rampa de vôo livre para umas fotos, fizemos nosso jantar, comemos alguns pinhões assados na fogueira e fomos então dormir. A noite foi um pouco fria (só levamos sacos de dormir para +15oC) mas conseguimos descansar bem.
No dia seguinte, sabendo que a subida seria ainda mais tranquila acordamos por volta das 8h, tomamos calmamente nosso café, arrumamos as coisas, buscamos os bastões esquecidos no dia seguinte e, por volta das 10h25, começamos a subida para a Pedra Alta. Essa trilha começa pouco antes da pousada, ao lado da primeira casa e sobe direto até um primeiro cume onde encontramos 2 guardas do PrevFogo do Ibama.
De lá seguimos pela crista até chegar a uma cerca que faz a divisa com o PN Bocaina e segue praticamente até o topo da montanha, onde chegamos após apenas 1h20 de caminhada (subimos em um ritmo bem forte). No cume algumas fotos, um lanche rápido e fomos então dar uma explorada pela região. Primeiro descemos alguns metros da trilha que leva até SJB e depois voltamos pela trilha normal até onde a cerca faz um cotovelo e começa a descer rumo ao vale. Como era cedo continuamos seguindo a cerca e descemos para o vale com a ideia de ir até o cume da Pedra do Segredo.
A descida é bem íngreme e poucos minutos depois estávamos a 1600m de altitude, mais baixos que o começo da trilha no lado oposto da crista e fomos seguindo pela trilha. Infelizmente o clima passou a não colaborar muito e quanto mais descíamos mais a neblina nos encobria e impedia nossa visão. Mesmo assim fomos descendo até uma porteira onde há uma placa da Fazenda Bonita. De lá tentamos uma aproximação direta para a Pedra do Segredo seguindo a cerca mas logo desistimos pelo fato do caminho ser muito fechado, estar garoando e já ser 15h30.
Fizemos umas últimas fotos, mais um videozinho e começamos o longo caminho de volta fazendo apenas uma pausa para pegar água e lanche em um dos riachos do vale. O crux da caminhada foi a subida ao lado da cerca que em apenas 1000m de distância sobre mais de 300m de desnível mas às 18h, já no escuro, chegamos na pousada depois de pouco mais de 18km de caminhada e mais de 1300m de desnível cumulado.
Chegando tomamos um banho e com a preguiça que me rodeava jantamos na pousada um belo arroz com feijão e truta com alcaparras (na descida da trilha já tinha comentado com a Paulinha que o que eu mais queria era um jantar caseiro). Depois da janta ficamos ainda um bom tempo batendo papo e fomos dormir lá pelas 22h30.
No dia seguinte acordamos, tomamos nosso café, arrumamos nossas coisas e depois de fechar a conta e nos despedir pegamos estrada rumo a SJB. Na descida fizemos ainda algumas pausas para fotos na rampa de vôo livre e na própria estrada. Na cidade uma pausa na agencia de turismo do José Milton (MW Trekking) e para um sorvete e depois mais 300km de estrada até São Paulo, onde chegamos no final da tarde.
O Morro do Tira Chapéu é a 8a. montanha mais alta do estado de SP de acordo com o Anuário Estatístico do IBGE e a Pedra Alta a 7a. (mesmo estando a medição da Pedra Alta muito errada se comparada com o que obtive no GPS: 2095m segundo o IBGE para 1957m no GPS!). Essas duas montanhas fazem parte do meu Projeto 2010 e com sua conclusão agora faltam 7 montanhas para finalizar o projeto. Se tudo correr bem semana que vem terei novidades, e agora não será nada fácil!
Algumas das fotografias já estão disponíveis no link Tira Chapéu e Pedra Alta Bocaina e amanhã postarei os vídeos. Tentei fazer o upload e a energia elétrica acabou enquanto enviava. E pior que isso, quando voltou percebi que a fonte do PC havia queimado e só amanhã chega a nova. Enquanto isso tenho que sofrer com o teclado e tela pequenas do notebook!
- enviado por Tacio Philip às 23:19:04 de 12/07/2010.
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