Hoje, acreditando na previsão do tempo que indicava tempo nublado e 40% de probabilidade de chuva (se algum dia eu achar um investimento que me dê 40% de probabilidade de ganhar dinheiro assim como eu pego chuva quando é essa probabilidade nos sites de previsão do tempo eu ficarei muito rico), pouco depois das 8h da manhã peguei a Paula em sua casa e seguimos estrada rumo a Monte Verde (distrito hiper-mega-super-blaster-turístico de Camanducaia, MG, tentando ser a nova "Campos do Jordão" - e infelizmente conseguindo).
Os quase 200 km de estrada passou razoavelmente rápido e às 11h deixávamos o carro estacionado no começo da trilha e começavamos a caminhada rumo ao Selado. Logo no começo da subida passamos por um enorme grupo com umas 30 pessoas descendo, provavelmente do mirante, onde chegamos já embaixo de chuva depois de uns 30 minutos de caminhada e onde se encontravam mais uma dezena de pessoas.
Sem visibilidade nenhuma não perdemos tempo e seguimos direto para a trilha que leva ao Selado. Essa estava mais vazia e, mesmo sendo uma 2ª feira de tarde, encontramos no total umas 8 a 10 pessoas na trilha e no mirante do Selado, onde chegamos por volta das 12h30.
No Mirante uma breve pausa para lanche e algumas poucas fotos em um intervalo de 5 minutos sem chuva e então começamos nosso retorno, procurando agora o cume do Selado onde fica uma caixa de metal com um livro de cume. Voltamos rodeando umas pedras mais altas e logo achamos o caminho para o verdadeiro topo da montanha. Mesmo com as rochas bem molhadas foi possível subir até seu topo e deixar nosso registro no livro de cume e por volta das 13h30 começamos, novamente embaixo de chuva, a descida para Monte Verde.
O caminho de descida foi bem mais molhado, a trilha tinha virado uma corredeira mas mesmo assim foi bem rápida e, 50 minutos depois estávamos ao lado do carro trocando as roupas encharcadas por outras secas (felizmente lembrei de levar). De lá alguns poucos minutos e uma outra pausa, agora para o nosso "almoço" às 14h30 em um restaurante da cidade (onde "infelizmente" tive que me divertir com um babaca que reclamava da comida do lugar...) :-D
Mesmo sendo uma montanha próxima de São Paulo e com acesso fácil essa foi a primeira vez que estive em seu cume. Minha primeira trilha em Monte Verde foi em 97 ou 98 e na época nem pensava em subir montanhas e fui só até o 1º mirante (eu não imaginava que montanhismo viraria esse vício de hoje). Além disso, a Pedra do Selado é o 9º ponto mais alto do estado de São Paulo de acordo com o Anuário Estatístico do IBGE e inicialmente ela fazia parte do meu Projeto 2010, um projeto para subir 10 montanhas inéditas no ano de 2010 que acabou rendendo, com o cume de hoje e provavelmente o último cume inédito de 2010, 11 montanhas para mim inéditas no decorrer desse ano.
Mesmo assim voltarei para Monte Verde para retornar ao Selado com tempo aberto (outro record desse ano foi o número de montanhas com o cume alcançado com péssimas condições climáticas, simplesmente a maioria!) e para outras montanhas da região.
E, para quem está começando a prática de montanhismo, o Selado é uma montanha com navegação e trilha bem tranquilas e recomendo para quem quer se iniciar no ambiente de montanha. Só não esqueça de nunca fazer fogueira, levar TODO seu lixo de volta (hoje achei uma lata de Coca-Cola jogada na trilha), planejar sua caminhada e sempre praticar mínimo impacto. O resto vem com o tempo.
Algumas das poucas fotos já estão no link Selado de Monte Verde e abaixo alguns vídeos de hoje:
Descida da Pedra do Selado em Monte Verde
Lavando o tênis na descida da Pedra do Selado
Enviado por Tacio Philip às 21:33:45 de 27/12/2010
Depois de um maldito final de semana quente como um forno onde o máximo que eu fiz, além de me estressar com lerdos no trânsito e trânsito dentro de shopping, foi me empanturrar de carne e algumas cervejas em um churrasco na casa do Pedro em Itatiba, hoje pelo menos tive uma boa notícia, ou melhor, recebi uma encomenda que eu esperava há alguns dias: o ingresso para o show do Iron Maiden em Curitiba.
Na semana passada já havia recebido os ingressos para os shows em São Paulo e Rio de Janeiro e agora completo a trilogia de shows que verei da turnê The Final Frontier. As passagens aéreas também ja estão todas certas e agora é só esperar até final de Março e começo de Abril pelos shows!
São Paulo, 26/Março
Rio de Janeiro, 27/Março
Curitiba, 05/Abril
E eu viciado em Iron Maiden? Que é isso? :-P
Enviado por Tacio Philip às 19:14:26 de 20/12/2010
Nos últimos dias, desde a última postagem há cerca de 2 semanas, não tenho feito nada de muito diferente. Só as mesmas escaladas, treino e pedalada, com destaque para a última quando, junto com o Dom, demos a volta na represa de Atibainha em Nazaré Paulista (um lindo roteiro de bike com 60 km de extensão e 800 m de desnível acumulado).
E com a previsão do tempo as coisas não vão mudar muito, falta pouco para a chegada definitiva (da merd@) do verão e cada vez mais vejo mais chuvas e menos possibilidades de escaladas (inclusive estou muito de saco cheio de vias esportivas, quero escalar paredes grandes). Mas vamos ver se antes de acabar o ano não rola mais alguma montanha e/ou escalada, vai tudo depender do clima.
Como novidade hoje chegaram alguns dos ingressos para os shows do Iron Maiden no Brasil em 2011. Já está comigo o ingresso para o show em São Paulo dia 26/03 e para o show do Rio de Janeiro dia 27/03. Está também a caminho o ingresso para Ctba, que deve chegar na próxima semana (espero).
E só para fechar, dois videozinhos da pedalada na represa de Atibainha em Nazaré Paulista.
Dom caindo de bike
Pausa para lanche durante pedal na represa de Atibainha
Enviado por Tacio Philip às 21:45:00 de 17/12/2010
Semana passada, além de ter sido muito corrida não tive ânimo para postar notícias aqui no blog. O motivo do meu desânimo foi por simplesmente não entender o que se passa na cabeça de alguns ex-montanhistas (se é que foram um dia) que, hoje em dia, foram vendidos para associações de empresas de turismo e se satisfazem em criar regras de proibição e denunciar verdadeiros montanhistas que ainda sobem montanhas no mais puro estilo do montanhismo livre, sem regras impostas mas com total respeito ao ambiente. Não vou citar nomes nem dar muitos detalhes mas, este ano, alguns verdadeiros amigos/parceiros e eu foram denunciados por simplesmente ter subido algumas montanhas (afinal acho que é esse o intuito do montanhismo, não?). Isso me faz cada vez mais pensar: o que passa na cabeça desses ex-montanhistas? Eles acham que vão conseguir acabar com o montanhismo livre dessa maneira e fazer com que contratemos seus guias? Tem gente que não quer ver a evolução do esporte, só quer criar obstáculos e intrigas, se você assistir algum filme nacional de montanha, como por exemplo o Extremo Sul, você entenderá exatamente o que algumas poucas pessoas conseguem fazer no meio do montanhismo (e esse exemplo não é uma comparação abstrata).
Entretanto, mesmo com tudo isso consegui minhas escapadas da (maldita) vida urbana de São Paulo e consegui escalar no Visual das Águas e Pedra Bela além de fazer mais um bom dia de pedal na região de Piracaia/Bom Jesus dos Perdões/Nazaré Paulista.
Essa semana será tão corrida - ou até mais - que a semana passada, mas já estou começando a organizar a agenda para não deixar de curtir e treinar um pouco. Inclusive, depois de algumas tentativas literalmente levadas por água abaixo, hoje acho que vou poder finalmente ir pedalando para a 90 graus treinar (se a chuva não começar às 15h30 como diversos dias na semana passada).
Alguns vídeos feitos durante escalada/pedalada da semana passada podem ser vistos logo abaixo.
Tacio, Patrick e Bizu no Visual das Águas
Pedal entre Piracaia, Bom Jesus dos Perdões e Nazaré Paulista
Estrada projetada em Lisboa com postes atravessando a rua
Enviado por Tacio Philip às 13:54:55 de 29/11/2010
Depois do Dom ter me chamado para ir olhar uma bike na 4ª feira (na Praia Grande) e EU acabar comprando uma bike nova, hoje fomos estreá-las na terra.
Por volta das 9h coloquei o novo brinquedo no porta malas e poucos minutos depois estava na casa do Dom. De lá seguimos rumo a Fernão Dias com idéia de pedalar na região de Atibaia/Piracaia/Bragança/etc mas sem um plano definido. Acabamos seguindo a Fernão até a Dom Pedro, de lá pegamos uma estrada que leva à Piracaia e fizemos uma pausa em um supermercado para comer um salgado e uma schweppes bem gelada. Lá mesmo conversamos com gente no mercado e em uma bicicletaria e, depois de deixar o carro no supermercado, começamos nosso pedal rumo ao desconhecido.
O começo do pedal foi tranquilo por estradas de terra e com poucas subidas/descidas, o que mudou pouco tempo depois que atravessamos por baixo da Dom Pedro e seguimos para o centro de Nazaré Paulista. Em frente a igreja matriz uma breve pausa para fotos e em seguida uma pausa para um merecido suco de laranja gelado em uma padaria.
Razoavelmente reabastecidos continuamos o pedal e descemos para poder atravessar mais uma vez a Dom Pedro, mas agora seguindo outra estrada que nos levaria a Piracaia. A descida foi alucinante (66,3 km/h no asfalto) mas depois veio a longa e interminável subida (fizemos uma rápida pausa só para um gelinho) até o "cristo", uma estátua no ponto mais alto da serra e onde acabava o asfalto e voltávamos para a terra.
De lá, por um bom tempo foi só alegria. Descidas e mais descidas espetaculares onde pude realmente testar a suspensão e os freios a disco hidráulicos da nova bike, realmente aprovados! Pouco antes de chegar em Piracaia fizemos ainda uma pausa para lanche na beira da estrada e poucos minutos depois (e algumas subidas depois) estávamos fazendo mais umas fotos em frente a igreja matriz de Piracaia.
De volta ao selim mais uma boa descida para a estrada e de lá 7 km em estrada asfaltada até o supermercado onde o carro nos esperava, sendo que nesse trecho resolvi dar uma puxada boa no ritmo e fritar um pouco mais as pernas.
O dia de pedalada foi espetacular. O roteiro não planejado foi excelente e serviu como um bom treino, afinal foram 40 km de percurso com quase 900 m de desnível acumulado. Além disso esse passeio serviu para o Dom e eu testarmos nossas novas bikes, e elas foram aprovadas! Me senti totalmente encaixado na bike, sua geometria é ótima e faz com que ela seja leve nas subidas mas também muito estável nas descidas. E agora com ela estacionada aqui eu vou acabar me forçando mais ainda a voltar a pedalar como antes. E o final da temporada de montanhismo e escalada vai colaborar também.
Depois de uma curta noite de sono, no Sábado cedo por volta das 6h40 busquei o Parofes, às 7h a Paula e de lá seguimos estrada rumo ao Sul, seguindo pela Regis Bittencourt (depois de ter perdido a entrada na Marginal e entrado pela Castelo e Rodoanel) rumo ao Paraná.
O começo da viagem foi bem tranquila e animada mas logo que chegamos ao topo da Serra do Cafezal começou nosso martírio: um trânsito absurdo que fez com que levássemos mais de 1h30 para descer os 30km de serra. Como muita estrada ainda pela frente seguimos fazendo apenas uma pausa para almoço em um restaurante com vários caminhões parados (bom e barato) e de lá, para nos manter acordados e animados fomos ouvindo um bom som do mp3 player do Parofes (muito Megadeth), falando besteira (isso se manteve durante todo o feriado) e fazendo também algumas besteiras, como pagar um pedágio de R$1,50 usando uma nota de R$100 (vídeo feito pelo Parofes abaixo). :-)
Mais algumas horas se passaram então saímos da Regis e começamos a descer a Estrada da Graciosa - onde fizemos uma breve pausa para algumas fotos na sua base ao lado de uma linda ponte metálica. De lá mais alguns minutos, um pouco de estrada de terra e então chegamos ao estacionamento da Dona Isabel onde deixamos o carro, colocamos as mochilas nas costas e começamos a caminhada de cerca de 1h30 até a estação Marumbi onde encontramos com o Pedro Hauck, Camila Dias, Davi Marski, Cintia Marski, Camila Armas e seu namorado Rafael.
Lá armamos as barracas no acampamento e subimos leves para o abrigo de montanha do CPM onde fizemos nosso jantar e ficamos até a noite batendo um bom papo antes de descermos para nossas barracas no acampamento.
No dia seguinte acordamos antes das 7h, pegamos nossas coisas e subimos novamente até o CPM para tomar o café da manhã. Depois de alimentados e com mochilas nas costas começamos a caminhada do dia que nos levou até o cume do Boa Vista, a 1479 m de altitude (a estação Marumbi está a 494 m de altitude!), onde chegamos por volta do meio dia e fizemos uma boa pausa para lanche, fotografias e marcações nos GPS.
De lá a caminhada continuou e podíamos ver o cume do Olimpo, nosso próximo destino. O começo da travessia até ele foi tranquila, só demorando um pouco mais no final em uns lances altos de desescalada mas cerca de 1h depois estávamos fazendo outra longa pausa no seu cume, a 1546 m de altitude.
No cume, com o clima nublado, parte do grupo falava em descer pela frontal e o Pedro falava em continuar para outros cumes, fechando assim o circuito que ele havia planejado. A solução foi simples, como a Camila conhecia bem a frontal ela, a Paula, o Davi e a Cintia desceram por ela enquanto o Pedro, Parofes e eu seguimos para as outras montanhas.
Animados em fazer os outros cumes, saímos por volta das 14h do Olimpo e enquanto o resto do pessoal descia pela Frontal fomos em um ritmo forte rumo ao Gigante (1473 m), onde chegamos em menos de 30 minutos. De lá, sem parar seguimos então para a Ponta do Tigre (1382 m), onde encontramos o Jurandir (nick marumbinista82) e fizemos uma breve pausa para água e observar a estação a quase 1 km de desnível abaixo de nós.
Voltando a caminhada seguimos então para a Esfinge (1326 m), com certeza a montanha mais chata do dia devido a intermináveis rampas de lama (onde o Pedro voou na descida e o Parofes na subida), mas conseguimos também alcançá-la e aproveitar para fazer um vídeo (abaixo):
De volta a caminhada saimos do cume da Esfinge, seguimos pelo mesmo caminho da subida até o cruzamento da trilha Noroeste e de lá mais 1h20 até o CPM, onde chegamos às 18h. Como o restante do pessoal ainda não havia chegado fomos dar um passeio pela vila do Marumbi e depois descemos para a estação, onde o pessoal chegou uns 30 minutos depois.
Com o final da tarde chegando e a fome apertando subimos para o abrigo, tomamos o merecido banho e comemos um excelente macarrão com molho branco e gorgonzola feito pela Camila! Depois disso ficamos ainda muitas horas batendo papo, fazendo alguns vídeos (infelizmente alguns não podem ser divulgados pelo alto nível das conversas) :-) e dando muitas, mas muitas risadas.
A noite foi passando, o sono e o cansaço apertando então descemos de volta para a estação e fomos para as barracas dormir. No dia seguinte acordamos sem pressa, subimos novamente para o abrigo e depois de muito enrolar começamos sua limpeza e organização das mochilas. Com o abrigo quase pronto descemos também para desmontar as barracas (felizmente muito secas devido ao Sol que nos fritava), acabamos de guardar tudo então começamos o caminho de volta para o carro.
Como o Pedro havia ido com 4x4 e subido até a estação Engenheiro Lange ele ficou responsável em descer com todas as mochilas no carro (e com a Camila, Davi, Cintia e Paula) enquanto o Parofes e eu descíamos o restante da estrada a pé. Quase chegando ao posto do IAP o Pedro nos alcançou e poucos minutos depois estávamos no estacionamento colocando as mochilas no porta malas do meu carro e seguindo para Porto de Cima para nos decepcionar com o "famoso" barreado (uma sopa com carne desfiada que você mistura com farinha).
Depois disso um sorvete, despedida e seguimos então estrada de volta a São Paulo. No caminho, em uma das pausas para uso do banheiro encontrei o Tom (com quem havia trabalhado na semana passada pendurando coisas no shop tatuapé e voltava do Petar) e depois, novamente na estrada, tivemos uma boa dose de adrenalina vendo o ponteiro digital do combustível do carro chegar a zero enquanto tínhamos que andar mais alguns quilômetros para encontrar um posto de combustível (e ainda tivemos que fazer um retorno "estranho" pelo canteiro central).
Com o tanque reabastecido seguimos nosso caminho (fazendo novamente outro retorno pelo canteiro central) e pouco tempo depois o que era esperado e temido: trânsito durante toda a subida da Serra (mais de 1h para subí-la).
O tempo foi passando, o cansaço chegando e pouco depois das 23h consegui chegar em casa, morto de cansaço, depois de ter deixado o Parofes e a Paula em suas casas.
Essa viagem para o Marumbi foi espetacular. A última vez que eu havia subido algumas de suas montanhas tinha sido em 2003, quando fiz o curso de resgate do Cosmo, e poder retornar por lá com amigos, e não só com nativOs, é muito bom! Quero muito repetir a dose, a única coisa que desanima realmente é a estrada, que vai ser duplicada, mas com previsão de término em Maio de 2013! :-(
Depois do feriado escalando o escalavrado no PNSO o restante da curta semana foi corrido. Na 4ª feira acabei de fechar os detalhes do meu novo curso de fotografia e na 5ª feira foi sua primeira aula, teórica, onde falei sobre características dos equipamentos, relação ISO x abertura x velocidade, fotometria e composição entre outros.
No Sábado, mesmo com a previsão do tempo ruim teve a aula prática do curso no Jardim Botânico de São Paulo (Parque Estadual Fontes do Ipiranga). Todos os alunos, o Guilherme - que me ajudou na prática - e eu nos encontramos de manhã e logo que a chuva deu uma trégua coloquei todos para fazerem a lista de exercícios práticos da minha aula. O pessoal se mostrou bem empolgado e pouco tempo depois a esperada pausa para almoço e depois, agora com o clima realmente colaborando e sem chuva, voltamos a fotografar pelo parque até por volta das 16h30.
No Domingo, sem ter muito o que fazer e depois de ter acordado tarde retornei com a Paula no botânico para fazer algumas fotos macro, coisa que eu não fazia há alguns meses e que rendeu bons resultados.
Ontem o dia foi completamente diferente, durante o dia foi a mesma rotina de trabalho com meus sites na internet, fotografia, treino na 90 graus e à noite, bem à noite mesmo e a convite do Jonas fui ajudar na instalação de alguns enfeites nos vãos livres do Shopping Tatuapé. O trabalho é pesado e durou a noite toda - cheguei em casa por volta das 7h da manhã - mas foi bem divertido. O trabalho em altura é um modo diferente de aplicar as técnicas de segurança e de escalada em um ambiente totalmente artificial - ontem principalmente escalada artificial e içamento de cargas, mas sem as grandes paredes e içando cabeças da Hanna Barbera em vez de HaulBags.
Abaixo um vídeo feito no final da noite (ou começo do dia?) depois da longa noite pendurado pelo shopping.
Enviado por Tacio Philip às 15:00:12 de 09/11/2010
Depois de 530 km de estrada até Teresópolis (tendo feito uma pausa na serra quando encontramos o Julio e o Igor Spanner saindo a trilha do escalavrado), a Paula e eu nos hospedamos em um trailer no Camping Club Quinta da Barra (fica ai a dica de uma ótima opção econômica em Terê) e depois de um breve descanso saímos para fazer compras em um supermercado.
De volta ao trailer com a comida comprada preparamos o jantar e em seguida fomos dormir. No dia seguinte acordamos cedo, tomamos café e depois de muito enrolar arrumamos nossas coisas, justificamos nossos votos em uma escola e seguimos para o "Paraído das Plantas" onde depois de um pastel largamos o carro, colocamos as mochilas nas costas e seguimos pela estrada até a entrada para o Escalavrado (nessa hora comentamos como estávamos fazendo tudo "certo": ir para a montanha tarde - depois do almoço - e com a previsão do tempo indicando chuva iríamos subir uma montanha que o Waldyr comenta ser "um dos piores lugares para ser pego por uma chuva" em seu livro de trilha do PNSO).
O começo da trilha é com bastante rampas de rocha musgadas e escorregadias mas logo ficou mais limpa e vieram os primeiros lances de escalada. Colocamos as sapatilhas e eu ia na frente e de cima dava segurança para a Paula subir na sequência (ou fixava a corda em alguns lances para ser subido no estilo "batman").
Fomos ganhando altura sofrendo com o calor, umidade e logo atravessamos um trecho de mata que tinha trilhas pouquíssimo abertas para todos os lados. Como resultado foi mais trepa mato do que trilha mas logo achei novamente a rocha e de lá seguimos mais um bom tempo alternando trilha em mata (agora aberta) e lajes de pedra, chegando assim na crista do Escalavrado.
Nesse trecho, logo após chegar em uma parede super lisa achei que o caminho fosse pela esquerda, de onde eu podia ver o cume da montanha, e segui me enfiando em uma bela roubada. Fui seguindo bem próximo ao abismo da direita em um lance de aderência ao lado de uma parede levemente negativa e, quando percebi que o caminho não devia ser tão difícil, eu já havia esticado uns 10 metros de corda desde a última "proteção" (uma fita que eu havia passado em um bico de pedra). Nessa hora falei pra Paula ir recolhendo corda (como até agora tinha sido bem tranquilo eu subia puxando a corda mas sem segurança) e tive então minha boa dose de adrenalina desescalando esse lance que eu coto eu pelo menos um 5º/6º grau em aderência!
Passado o lance voltei até onde a Paula estava e então achei o caminho de subida, uma trilha bem aberta contornando essa rocha pela sua esquerda. De lá a trilha fica muito mais obvia e segue sempre pelo lado esquerdo da crista ou por cima da crista em si, levando até o cume da montanha, onde chegamos por volta das 17h15 em meio a uma grande neblina e visual zero.
No cume fizemos algumas fotos, vídeos e em seguida começamos a longa descida. Nos trechos de trilha íamos andando mas em todos pontos de rocha onde encontrávamos uma proteção fixa fazíamos um rapel para adiantar a descida e evitar desescalar alguns lances muito expostos.
Continuamos descendo, descendo, em um lance de rapel dei uma boa escorregada que resultou no LCD destruído do meu celular (que estava no bolso) e, já no escuro, por volta das 21h, chegamos de volta a estrada. De lá alguns outros minutos até o carro (com direito a uma refrescante água que descia da parede em alguns lances - minha água havia acabado) e finalmente um merecido jantar com Salmão grelhado em um restaurante de Teresópolis.
Com o final da noite voltamos para o trailer, tomamos o merecido banho e fomos dormir. Nessa madrugada começou a chover e não parou mais até 3ª cedo, o que fez com que na 2ª feira o máximo que fizemos foi ir até o shopping almoçar. Na 3ª novamente acordamos cedo mas sem pressa nenhuma, arrumamos as coisas, encontramos com a mãe da Paula e o Gabriel na rodoviária de Terê e de lá seguimos de volta para São Paulo, chegando em casa depois de outras 7h de viagem.
Apesar da chuva que levou literalmente por água abaixo meus planos de escalada no PNSO a viagem valeu a pena. Além de conhecer um ótimo lugar para ficar em Teresópolis foi possível escalar pelo menos o Escalavrado, uma linda montanha da Serra dos Órgãos.