Aproveitando a folga de 1 semana da Paulinha, no Sábado, dia 17 de Julho, logo de manhã pegamos estrada rumo à Visconde de Mauá onde faríamos a nossa 3ª tentativa de subida de duas montanhas: a Pedra Cabeça de Leoa e o Pico da Cara de Gorila, respectivamente a 23ª e 32ª montanhas mais altas do Brasil segundo o anuário estatístico do IBGE. Essas duas montanhas estão bem na fronteira Leste do Parque Nacional de Itatiaia e, se não forem as mais remotas, com certeza estão entre elas. Nossa primeira tentativa havia sido em Novembro de 2009 quando subimos o Pico da Maromba e Pedra Cabeça de Leão e a segunda há pouco mais de um mês quando acabamos abrindo uma nova rota na Pedra do Sino de Itatiaia.
Depois de algumas horas de estrada atravessamos a serra sob uma forte garôa e, derrapando na lama (dessa vez não fui com veículo 4x4), chegamos na metade da tarde em Visconde de Mauá, onde aproveitamos para nosso almoço atrasado. Saindo de lá mais alguns quilômetros de estrada e logo estávamos conversando com um morador do vale das cruzes, deixando o carro em um terreno cercado e começando por volta das 16h30 a subida por uma trilha que ainda não conhecíamos.
Apesar de bem molhada por causa da neblina e garôa a trilha começou tranquila a 1270m de altitude a foi ganhando altura em meio a uma bela mata. Fomos seguindo até que, às 18h, com a última luz do dia encontramos uma pedra ao lado de um rio que com certeza já foi usada para bivac - e foi onde decidimos dormir. Acertamos algumas pedras do chão, abrimos nossos isolantes, entramos nos sacos de dormir e pouco depois estávamos tendo uma razoável noite de sono (razoável por causa da irregularidade do solo com muitas pedras desconfortáveis para as costas e pernas principalmente).
No dia seguinte acordamos bem preguiçosos às 6h, sem pressa nenhuma fizemos nosso café-da-manhã, arrumamos as coisas, vestimos as roupas ainda molhadas do dia anterior e, às 8h15, atravessamos o rio e começamos o nosso segundo dia de caminhada. Até esse momento a trilha estava bem aberta e poucos minutos depois chegamos a uma grande cachoeira, com uns 50m de altura, de onde não achamos mais uma boa trilha para seguir.
Procuramos alguns caminhos e seguimos por uma trilha mais fechada que subia do outro lado do rio, pelo menos era na direção que esperávamos ir. No começo foi tudo bem mas com o tempo a trilha simplesmente desapareceu. Em alguns momentos notávamos algum galho cortado com facão por alguém há muito tempo e em outros parecia que estávamos em mata inexplorada. Fomos seguindo nos orientando com o GPS (estávamos em local de mata fechada e ainda com neblina, o que tornava impossível navegar visualmente) e, depois de algumas horas saímos na trilha "normal" que sobe do escorrega da Maromba pra parte alta do parque (parte da travessia Rebouças-Mauá).
De volta a uma trilha aberta ficamos mais tranquilos. Mesmo não tendo conseguido subir por um caminho novo agora tínhamos a certeza que chegaríamos onde pretendíamos dormir e continuamos a subida. A trilha foi ganhando altitude, a garôa foi piorando e a temperatura caindo até que, por volta das 14h15, para minha tranquilidade encontramos uma pedra bem próxima ao ponto de água na base do marombinha que seria nosso local de bivac (se não encontrássemos um local protegido nossa única opção seria abandonar a idéia, virar 180º e começar a descida para evitar sofrer de hipotermia na madrugada já que estávamos encharcados e não levamos barraca.
Dentro do nosso abrigo (que aparentemente também já foi usado para esse propósito) trocamos as roupas molhadas por algo seco, preparamos nosso jantar e deitamos para descansar. Apesar da noite ser mais fria pelo fato de estarmos bivacando mais altos (2285m de altitude aproximadamente e chegando a 8ºC) pude dormir melhor graças ao chão mais plano e ao dorflex antes de deitar :-)
A noite foi longa e muito preocupante. Mesmo com a previsão do tempo indicando que na 2ª feira teríamos tempo bom, depois de dois dias na chuva o ânimo de ninguém se mantém muito em pé e muitas vezes passava pela nossa cabeça que teríamos de desistir mais uma vez de tentar as montanhas, agora por causa do mal tempo.
Na 2ª feira acordamos às 6h, tomamos nosso café da manhã e tivemos uma boa surpresa: céu azul! Depois de 2 dias na chuva era o que realmente precisávamos e, por volta das 7h40, apenas carregando na mochila água, lanches e lanternas começamos a caminhada voltando pela trilha até a bifurcação que começa a subir para o cume do Marombinha, o primeiro cume de uma grande crista que leva ao cume do Pico da Maromba.
Começamos a subida animados com o clima perfeito e logo passamos pelo Marombinha e seguimos para o grande Maromba a 2619m de altitude. Fizemos uma pausa para lanche, fotos e logo começamos a descida rumo ao Maromba Sul, um 3º cume na por onde havíamos passado quando subimos o Cabeça de Leão, só que dessa vez em vez de seguir rumo Sul descemos para Leste e logo estávamos subindo a crista final do Cabeça de Leoa, chegando ao seu cume às 11h30!
No cume uma pausa bem rápida já que o tempo indicava mudanças e 5 minutos depois da nossa chegada começamos a seguir o caminho inverso passando novamente pelos outros 2 cumes da montanha. Fizemos mais uma pausa para lanche e entre uma núvem e outra decidimos descer direto rumo ao Cara de Gorila. O começo foi tranquilo, seguindo por lajes de pedra, mas logo tudo mudou. Em nossa frente encontramos Capim Elefante (ou algum parente próximo) e muito bambuzinho. Lentamente fomos seguindo e mais um crux na caminhada: o vale inteiro entre as duas montanhas era um charco!
Como as botas ainda estavam úmidas devido aos dias anteriores não tivemos dúvida e seguimos atravessando o charco por onde seguia a água (pelo menos havia espaço entre os bambus e capim para conseguir progredir). Foram longos 45 minutos ou mais com direito a afundar até a coxa na água mas atravessamos e começamos então a subir rumo a crista do Cara de Gorila. Chegando na crista tudo ficou mais fácil e, às 14h, finalmente chegamos ao seu cume!
No cume uma pausa rápida já que era tarde e quando começavamos a descer resolvi passar ao lado de um totem e olhar se não havia registro de cume sob o mesmo, e havia! Com cuidado puxei uma das pedras, peguei um tubo de remédio tampado com silver tape já apodrecido e, com muito cuidado, tirei de dentro os 3 papéis com texto sobre a subida da montanha. Um deles indicava o ano de 1989, o outro de 1996 e o outro sem ano, mas por falar que era a primeira subida do milênio creio eu ser de 2001, ou seja, a última subida documentada da montanha tinha sido há quase 10 anos! Além disso elas indicavam ter subido pela Serrinha, bairro próximo de Penedo, e não pelo caminho que havíamos seguido.
Ficamos uns 30 minutos ao lado do totem fotografando, deixamos também uma folha com nossos nomes e caminho seguido e aproveitei também para colocá-los dentro de um plástico impermeável para tentar preservar esse registro de 21 anos! Com tudo de volta ao local começamos a nossa descida, agora seguindo até o final da crista da montanha onde se encontram o riacho que desce da Maromba e o que vem do colo entre a Leoa e Gorila e de lá seguimos subindo novamente em direção da Leoa (mas dessa vez sem ter que atravessar o charco). Quase chegando ao cume da Leoa seguimos então pelo nosso caminho de ida passando mais uma vez pelo Maromba Sul, Maromba, Marombinha e finalmente, já de noite, às 20h20, depois de 12h40 de caminhada chegamos ao nosso local de bivac!
Completamente exaustos pelos mais de 1200m de desnível acumulado e quase 15km de trilha fizemos nosso jantar e logo fomos dormir com a grande satisfação de dever cumprido, dessa vez conseguimos subir essas duas montanhas remotas do parque nacional de Itatiaia!
No dia seguinte acordamos sem pressa nenhuma, arrumamos as coisas e, às 10h25, começamos a descida. Cansados de perrengue descemos lentamente pela trilha "normal" chegando às 14h no escorrega onde aproveitamos para um pastel e alguns minutos de descanso. De lá novamente mochilas nas costas e logo que estávamos ao lado do estacionamento onde eu havia deixado o carro na outra ocasião conseguimos a primeira carona com um casal de Valinhos, interior de São Paulo. Com eles fomos até o Poção onde, após poucos metros, conseguimos a segunda carona, agora com um casal de SP que nos deixou em Maringá. De lá mais uns minutos caminhando e então nossa 3ª e última carona, na caçamba de uma caminhonete de Resende que nos deixou no trevo do vale das cruzes.
De volta a caminhada seguimos pela estrada, passamos ao lado de uma rocha onde havia um pessoal escalando (falésia das cruzes), paramos algumas vezes para fotos (inclusive de uma bonita cobrinha que tentava me atacar) até que às 16h10, depois de 1h10 de caminhada, finalmente chegamos ao carro.
No conforto do banco seguimos estrada fazendo só algumas pausas para fotografias e logo estávamos em Itatiaia procurando hotel para nos hospedar. Conseguimos vaga no hotel country e antes mesmo de deixar as coisas no quarto fomos até um posto de combustível próximo para o merecido jantar. De volta ao hotel um bom banho e uma longa noite de sono secos e em uma cama!
No nosso último dia de viagem fomos passear na parte baixa do PNI. Na entrada do parque a atendente me perguntou se eu era brasileiro e mesmo dizendo que sim ela insistia que eu apresentasse meu visto de permanência no país (onde será que se tira visto de permanência de brasileiros no Brasil? Veja o vídeo!), fizemos um passeio na cachoeira véu de noiva, almoçamos no hotel Ypê e depois de uma passada pelo fechado Hotel Simon pegamos estrada de volta à São Paulo, onde chegamos no começo da noite.
Esses 4 dias na montanha foram bem desgastantes mas tudo correu bem. No final conseguimos as duas montanhas que queríamos e ainda repetimos outra. E o Projeto 2010 vai bem, até agora foram 5 montanhas, faltam "apenas" outras 5. Algumas delas serão tranquilas (2), já as 3 restantes serão motivo de longos relatos como este! É só esperar!
Hoje, dia 16 de Julho, completa 10 anos desde que terminei o meu primeiro curso de escalada em rocha. Esse curso teve duração de 8 dias (Sábados) e foi dado por alguns amigos já iniciados na prática naquela época: o Michael, com quem ainda tenho contato por internet e o Eduardo, que não faço idéia que fim levou (se você aparecer por aqui entre em contato!).
Foram 8 finais de semana alternando entre aula teórica, onde aprendi a função e como utilizar alguns equipamentos, nós, técnicas de segurança e as aulas práticas, dadas na pedreira do Dib em Mairiporã, que na época ainda era tranquila e muito frequentada por escaladores. A última aula, o check-out, foi ainda em outro lugar, o Guaraiuva, local que infelizmente encontra-se com o acesso fechado atualmente.
Logo na primeira aula prática, que deve ter sido no dia 3 ou 4 de Junho, me identifiquei muito com a prática e já consegui convencer meus amigos de me deixar guiar uma via (algum 4º grau na parede das vias mais fáceis do Dib) e de lá para cá nunca mais parei. Durante o período do curso comecei a me equipar com cadeirinha, alguns mosquetões, freio 8 (só depois de algum tempo, uns 2 anos, comprei um ATC!) e pouco tempo depois de me formar vieram minhas primeiras costuras e a minha primeira corda. Nessa época aproveitava quase todos os finais de semana para ir escalar, na maioria das vezes na própria pedreira do Dib. E foi também nessa época que comecei oficialmente no montanhismo, quando subi pela primeira vez, dia 3 de Novembro de 2000, o Pico dos Marins.
O tempo foi passando, praticamente todos meus amigos do curso pararam de escalar (inclusive os que me deram as aulas) mas eu não deixei o vício de lado, realmente tinha sido mordido pelo bicho da escalada em rocha e de montanhas. Parceiros vieram e foram, fui conhecendo novos lugares e os desafios crescendo e sempre tendendo a escalar vias longas, viajar pra escalar e conhecer locais diferentes.
Hoje em dia não tenho muitos parceiros, principalmente pelo estilo de vias que mais gosto de escalar: vias tradicionais e big wall (além de eu ser realmente muito chato e não suportar maconheiros). Um com quem tenho compartilhado muitas paredes é o Pedro Hauck, com quem já escalei muitas paredes, inclusive nossa primeira grande parede foi junto quando escalamos a (via Evolução em Pedralva). Também foi junto que escalamos pela primeira vez no Rio de Janeiro, em Salinas e também fizemos juntos um curso de Big Wall e conquista.
Outro grande parceiro é o Osvaldo, com quem já escalei muito aqui ao redor de São Paulo além de escalarmos juntos no Rio de Janeiro, em Salinas etc.
Mais recentemente consegui um novo parceiro, indicado pelo Osvaldo, o Victor. Entre algumas escaladas as que mais se destacaram que fizemos juntos foi a via Domingos Giobbi na Pedra do Bau e nossa primeira escalada na Patagônia Argentina, em Chalten, na Aguja de la S.
Além disso muitos parceiros ocasionais, alguns parceiros nos treinos na 90 graus, outros em vias esportivas e alguns em ambos.
Também tem os parceiros de montanhismo, com quem partilho muitos cumes e muitas roubadas em trilhas (ou não trilhas) pelas montanhas do Brasil. Mas sobre isso vou deixar para comentar daqui alguns meses, quando for meu aniversário de 10 anos subindo montanhas ;-)
Caso não queira assistir a todos coloquei também mais abaixo todos os vídeos individualmente. E não deixe de ver o vídeo Perdido na perigosa neblina da Bocaina ;-)
Hoja às 11h (horário de Brasília) entrou no ar no site oficial do Iron Maiden (www.ironmaiden.com) um vídeo com um preview da música The Final Frontier, música que dá o nome ao novo album da banda a ser lançado no próximo dia 16.
Além disso foram anunciados os formatos disponíveis do novo album em www.ironmaiden.com/thefinalfrontier/ e o mesmo já se encontra em pré venda em diversos sites (no Brasil está disponível apenas a versão standard na saraiva).
O novo album será lançado nos formatos:
- Limited Collectors MISSION EDITION - CD em case exclusivo com conteúdo bonus contendo essa versão do vídeo, vídeo Mission Debrief com entrevista com a banda, papéis de parede, fotos e o jogo exclusivo Mission II: Rescue and Revenge
- Limited Edition Double Picture Vinyl
- iTunes LP
- Standard CD
- Digital Download
Aproveitando o feriado em SP a Paula e eu pegamos estrada na 5a. à noite e, depois de 2h pra conseguir chegar na Rodovia Dutra, seguimos mais algumas muitas horas até São José do Barreiro. Chegando na cidade passamos direto pelo centro e começamos a subir a estrada de terra que leva ao Parque Nacional da Bocaina. Como já era tarde e estavamos cansados nem procuramos local para acampar e dormimos no porta-malas do carro em frente a entrada de uma das chácaras no começo da subida.
No dia seguinte acordamos por volta das 7h ouvindo barulho no portão de metal da chácara onde estavamos próximos e pouco tempo depois levantamos e começamos a subida. A estrada começa razoavelmente boa e vai piorando a cada metro que você sobe a serra. Fomos seguindo e seguindo até que, depois de uns 20 km, encontramos uma placa indicando o Pico Tira Chapéu para nossa direita. Seguimos por essa estrada secundária, ainda em razoavel condição até uma outra placa indicando o Bairro dos Macacos e o Tira Chapéu, agora por uma estrada à esquerda. Entramos no desvio e logo passamos por uma porteira, a partir desse ponto a estrada fica realmente ruim e não seria possível seguir sem estar com 4x4. Fomos seguindo e logo chegamos em uma outra porteira com uma placa indicando "Cabana do Pai Tomaz". Lá nos informamos com um dos moradores, deixamos o carro próximo a porteira, fizemos nosso merecido café da manhã e depois começamos a subida, que começa paralela à cerca, para o Morro Tira Chapéu.
A subida alterna trechos em campo aberto com quatro trechos muito bonitos em mata fechada. De qualquer maneira a trilha é bem aberta e praticamente impossível se perder. Continuamos a subida, depois de algum tempo podíamos ver o Tira Chapéu ao fundo e logo chegamos ao seu cume, em um tempo de apenas 1h30 de caminhada.
No cume ficamos um bom tempo fazendo fotografias (sempre me pergunto porque essa mania imbecíl de impor a religião colocando cruz no topo da montanha, para mim é lixo e poluição visual assim como se fosse uma lixeira vermelha no cume) e em seguida fomos dar uma andada onde aproveitei para subir uma pedra com uns 8 metros de altura e uma linda fenda da sua base até o topo. Eu a subi pela face mais fácil, que deve dar um 4o. grau (o pior foi desescalar), mas se estivesse com equipamento de escalada com certeza tentaria sua outra face, mais vertical e maior, com uns 10 a 12 metros de altura e perfeita para ser protegida em móvel.
De volta ao cume pegamos nossas mochilas e começamos a descida de volta pro carro. A descida foi bem tranquila e ainda aproveitamos para algumas fotos e no final de um dos trechos de mata fechada uma pausa para lanche. De volta a caminhada mais alguns minutos e logo estávamos no carro.
Guardamos as coisas no porta-malas (exceto os bastões que acabamos esquecendo e voltamos no dia seguinte para buscar) e fomos então ver como era o acesso ao começo da outra trilha que sobe a montanha. O outro acesso é seguindo para o Bairro dos Macacos após a bifurcação passando pela Casa de Pedra (uma construção de 1910 atualmente abandonada e em ruinas), uma porteira de fazenda (nesse trecho a estrada fica ruim e só é bom seguir se estiver com 4x4) e começa muito próxima a um mata-burro, subindo uma inclinada crista de pasto (se você seguir direto e sair em um campo mais aberto que serve como um mirante - onde dá pra manobrar o carro - é porque passou do começo da trilha). Nesse lugar marquei o ponto no GPS, vi como era o seu começo e voltamos a descer a estrada.
Nossa ideia inicial era subir no primeiro dia o Tira Chapéu e nos dois dias seguintes, com uma sugestão de acesso do Jorge Soto, subir a Pedra Alta a partir de Formoso. Entretanto, nos informaram que havia um acesso mais curto para a Pedra Alta a partir da Pousada Recanto da Floresta então fomos até ela depois de irmos até a entrada do Parque Nacional da Bocaina (e ver que sim, existe atendimento pior que no PNI, os guardas são tão gentis que falaram que para subir uma outra montanha levava apenas 3h já que eram apenas 19km - ou é porque eles são ultramaratonistas e andam muito rápido, será?).
Chegando na pousada passamos pela Paula (uma das donas) e na própria pousada conversamos com o José Milton, proprietário e vice-prefeito de São José do Barreiro. Lá ele nos informou sobre as opções de hospedagem e dissemos que pretendíamos acampar e ele concordou nos mostrando um excelente gramado onde logo montamos nossa barraca.
Com o final da tarde fomos ainda até a rampa de vôo livre para umas fotos, fizemos nosso jantar, comemos alguns pinhões assados na fogueira e fomos então dormir. A noite foi um pouco fria (só levamos sacos de dormir para +15oC) mas conseguimos descansar bem.
No dia seguinte, sabendo que a subida seria ainda mais tranquila acordamos por volta das 8h, tomamos calmamente nosso café, arrumamos as coisas, buscamos os bastões esquecidos no dia seguinte e, por volta das 10h25, começamos a subida para a Pedra Alta. Essa trilha começa pouco antes da pousada, ao lado da primeira casa e sobe direto até um primeiro cume onde encontramos 2 guardas do PrevFogo do Ibama.
De lá seguimos pela crista até chegar a uma cerca que faz a divisa com o PN Bocaina e segue praticamente até o topo da montanha, onde chegamos após apenas 1h20 de caminhada (subimos em um ritmo bem forte). No cume algumas fotos, um lanche rápido e fomos então dar uma explorada pela região. Primeiro descemos alguns metros da trilha que leva até SJB e depois voltamos pela trilha normal até onde a cerca faz um cotovelo e começa a descer rumo ao vale. Como era cedo continuamos seguindo a cerca e descemos para o vale com a ideia de ir até o cume da Pedra do Segredo.
A descida é bem íngreme e poucos minutos depois estávamos a 1600m de altitude, mais baixos que o começo da trilha no lado oposto da crista e fomos seguindo pela trilha. Infelizmente o clima passou a não colaborar muito e quanto mais descíamos mais a neblina nos encobria e impedia nossa visão. Mesmo assim fomos descendo até uma porteira onde há uma placa da Fazenda Bonita. De lá tentamos uma aproximação direta para a Pedra do Segredo seguindo a cerca mas logo desistimos pelo fato do caminho ser muito fechado, estar garoando e já ser 15h30.
Fizemos umas últimas fotos, mais um videozinho e começamos o longo caminho de volta fazendo apenas uma pausa para pegar água e lanche em um dos riachos do vale. O crux da caminhada foi a subida ao lado da cerca que em apenas 1000m de distância sobre mais de 300m de desnível mas às 18h, já no escuro, chegamos na pousada depois de pouco mais de 18km de caminhada e mais de 1300m de desnível cumulado.
Chegando tomamos um banho e com a preguiça que me rodeava jantamos na pousada um belo arroz com feijão e truta com alcaparras (na descida da trilha já tinha comentado com a Paulinha que o que eu mais queria era um jantar caseiro). Depois da janta ficamos ainda um bom tempo batendo papo e fomos dormir lá pelas 22h30.
No dia seguinte acordamos, tomamos nosso café, arrumamos nossas coisas e depois de fechar a conta e nos despedir pegamos estrada rumo a SJB. Na descida fizemos ainda algumas pausas para fotos na rampa de vôo livre e na própria estrada. Na cidade uma pausa na agencia de turismo do José Milton (MW Trekking) e para um sorvete e depois mais 300km de estrada até São Paulo, onde chegamos no final da tarde.
O Morro do Tira Chapéu é a 8a. montanha mais alta do estado de SP de acordo com o Anuário Estatístico do IBGE e a Pedra Alta a 7a. (mesmo estando a medição da Pedra Alta muito errada se comparada com o que obtive no GPS: 2095m segundo o IBGE para 1957m no GPS!). Essas duas montanhas fazem parte do meu Projeto 2010 e com sua conclusão agora faltam 7 montanhas para finalizar o projeto. Se tudo correr bem semana que vem terei novidades, e agora não será nada fácil!
Algumas das fotografias já estão disponíveis no link Tira Chapéu e Pedra Alta Bocaina e amanhã postarei os vídeos. Tentei fazer o upload e a energia elétrica acabou enquanto enviava. E pior que isso, quando voltou percebi que a fonte do PC havia queimado e só amanhã chega a nova. Enquanto isso tenho que sofrer com o teclado e tela pequenas do notebook!
Enviado por Tacio Philip às 23:19:04 de 12/07/2010
Abaixo um playlist com os 6 vídeos que fizemos durante as escaladas na Ana Chata (São Bento do Sapucaí, SP). Em um mesmo dia escalamos as vias:
- Peter Pan (4º IVsup)
- Lixeiros (3º V)
- Cavaleiro das Trevas (4º VII)
- Tom Sawyer (3º IV)
- Elektra (4º V)
Veja também o relato e as fotos desse dia de escaladas.
E abaixo o vídeo final, com nossos comentários depois do dia de escalada:
Enviado por Tacio Philip às 22:44:16 de 30/06/2010
Ontem, dia 29/06, depois de uma noite bem dormida no abrigo do Eliseu em São Bento do Sapucaí eu e o Pedro Hauck fomos escalar na Ana Chata.
Acordamos por volta das 7h30, sem muita pressa saímos, compramos nosso café da manhã, fomos para o início da trilha que leva a Ana Chata onde fizemos uma longa pausa para o café-da-manhã e em seguida subimos a trilha que leva a base das vias. Decidimos começar pela via Peter Pan (4o. IVsup) sendo que a escalamos rapidamente até o topo da Ana Chata esticando cada um 2 enfiadas por vez (6 ao total). No cume uma pausa breve para fotos e em seguida descemos pela trilha e mais uma vez chegamos até a base da parede.
Como segunda via do dia começamos pela Lixeiros (3o. V) sendo que após sua 3a. parada seguimos pela via Cavaleiro das Trevas (4o. VII), chegando em seguida, pela 2a. vez no dia, no cume da Ana Chata. Lá uma pausa para lanche, mais umas fotos e mais uma vez a trilha de acesso às vias na base da parede.
A terceira via foi a Tom Sawyer (3o. IV) emendada com a Lixeiros em sua 2a. parada e seguindo até a parada na crista de onde rapelamos para a trilha de descida. Essa subida foi estupidamente rápida, eu fui guiando e o Pedro seguiu escalando à francesa (em simultâneo). Não marcamos o tempo, mas levamos no máximo de 15 a 20 minutos para escalar as 5 enfiadas da via.
Mais uma vez a trilha de descida e chegamos então na última via do dia, a Elektra (4o. V), que escalamos também à francesa com o Pedro Guiando até a 3a. parada, de lá segui esticando as duas próximas e depois o Pedro finalizou a via até seu cume, onde também cheguei poucos minutos depois com as últimas luzes do dia.
No cume mais algumas fotos, alguns poucos goles da água que restava e começamos então, pela 4a. vez, a descer a trilha. No caminho encontramos o pessoal que esta hospedado também no abrigo, os ajudamos no rapel até a trilha e descemos então juntos para a cidade (eles estavam sem carro). No centro da cidade pausa para o tão merecido e esperado Açaí, uma passada no supermercado e depois fechar a noite com uma boa pizza e cerveja Baden Baden Red Ale.
De volta ao abrigo um bom banho, um pouco de bate papo e depois uma tão esperada noite de sono. Afinal, durante o dia tinhamos escalado as seguintes vias:
- Peter Pan (4o. IVsup)
- Lixeiros (3o. V)
- Cavaleiro das Trevas (4o. VII)
- Tom Sawyer (3o. IV)
- Elektra (4o. V)
Hoje acordamos e sentindo o corpo cansado acabamos ficando aqui pelo abrigo onde aproveitamos para atualizar os sites. Daqui a pouco vamos almoçar e vemos o que faremos. No final da tarde voltaremos para SP para a vida "normal" na cidade.
O Pico do Garrafão (ou Santo Agostinho), é 29ª montanha mais alta do Brasil de acordo com o anuário estatístico do IBGE e faz parte do meu Projeto 2010 onde pretendo, esse ano, escalar 10 montanhas ainda inéditas para mim (os nomes das montanhas serão apresentados à medida que elas forem sendo escaladas, mas já adianto que isso faz parte de um projeto maior, já em andamento para o ano que vem). E agora tendo alcançado seu cume no último dia 27/06, faltam "apenas" 9 ;-)
No Sábado, dia 26/06, depois de buscar a Paula em sua casa pegamos estrada e seguimos para Itamonte (MG). O caminho foi tranquilo com pausa para almoço próximo de Roseira, algumas fotos na região de Cruzeiro e passeio pela estrada indo pelo caminho que passa por Passa-Quatro, Itanhandu e finalmente Itamonte onde, na 3ª tentativa, conseguimos um hotel com vaga para casal.
No dia seguinte, depois de uma longa noite de sono, acordamos às 6h30, tomamos café da manhã, arrumamos as coisas e às 8h saímos em direção a estrada que leva de Itamonte a Alagoa. O começo da estrada é excelente, em asfalto, depois segue por um trecho com calçamento de blocos de cimento para finalmente pegar um trecho final em estrada de terra. A ida foi bem tranquila e basta seguir as placas para Pousada Campos de Altitude, exceto a última bifurcação que leva à pousada em si. De lá é só continuar sempre contornando a Serra do Santo Agostinho virando para à esquerda nas bifurcações e chegar assim a casa do Sr. Odir, muito simpático, que nos indicou onde deixar o carro e por onde segue a trilha de subida.
Por volta das 9h30 estávamos prontos e começando a subida. A trilha é super aberta e impossível de se perder, ela segue pela crista até que, logo que estiver chegando no topo da pedra, a contorna pela esquerda chegando ao cume do seu maciço rochoso, de onde é possível ver bem embaixo a casa do Sr. Odir.
Chegamos no cume pouco menos de 2h depois do início da caminhada e ficamos alguns minutos fotografando e comendo um lanche de cima da pedra e olhando a paisagem. Fomos então até seu extremo Oeste, de onde se tem uma vista espetacular das montanhas do planalto do Itatiaia, Serra Fina e Marins-Itaguaré, onde ficamos mais muitos e muitos minutos fotografando e apreciando a paisagem (com certeza a melhor visão que já tive da Mantiqueira!).
O tempo foi passando e, quando era por volta das 13h, decidimos pegar o caminho de volta. Passamos então pelo cume mais próximo da marcação oficial do IBGE, mais umas fotos, marcação no GPS e depois cerca de 1h30 de caminhada até chegarmos novamente ao carro.
Na volta fizemos uma pausa para pegar água com o Sr. Odir, algumas outras pausas para foto e depois só a pausa para o merecido Açaí às 16h em Itamonte (e estupidamente caro para o local!). De lá novamente estrada, agora com pausa na Garganta do Registro para o milho de sempre e depois algumas explorações em estradas que saem da BR354 e seguem em direção às montanhas do planalto (é uma região a ser explorada). De lá, já com o cair da noite seguimos para o pão de queijo em Engenheiro Passos, combustível na Dutra e depois estrada direta até em casa em São Paulo.
Além disso é uma caminhada muito boa com trilha aberta e bom desnível (quase 700m de desnível). Também é um dos melhores locais para visualizar o planalto de Itatiaia, Serra Fina e Marins-Itaguaré, realmente vale a viagem!
Algumas fotos já estão disponíveis no link Pico do Garrafão e o playlist dos 8 vídeos pode ser visto logo abaixo.
Enviado por Tacio Philip às 16:13:28 de 28/06/2010