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18/01/2014 11:20:35 (#487) - Pós reveillon em Trindade e Cunha

Com a esperança (muito frustrada) de tentar fugir um pouco da lotação de tudo por causa do reveillon, no dia 03 de Janeiro a Aline e eu pegamos estrada rumo à Trindade, Paraty - RJ.

Saímos de São Paulo perto da hora do almoço e, depois de uma viagem quente mas tranquila estávamos saindo da Rio-Santos e subindo a serra que atravessa para a praia de Trindade. Até essa hora tudo tranquilo, mas isso durou pouco. Chegando em Trindade já no final da tarde o cheiro de frango e farofa era forte, assim como a quantidade de pessoas pelas ruas entupidas.

Sem perder muito tempo fomos até um camping recomendado pela Uri (irmã da Aline) e vimos que o preço cobrado aos idiotas que resolvessem ir para a praia nesses dias era de "apenas" R$50,00 por pessoa! Me sentindo um idiota mas sem muitas opções ficamos, na hospedagem mais cara que já paguei por um espaço na areia, um chuveiro e uma privada.

Tentando abstrair a situação saímos e fomos então andar pela praia, passando pela Praia do Meio e Praia do Cachadaço, seguindo até a piscina do cachadaço, piscina natural onde ficamos até o pôr-do-Sol (pelo menos estava vazio, no máximo uns 10 banhistas quando chegamos e chegamos a ficar sozinhos no final). Com a noite chegando e a luz indo embora (e sem headlamps) começamos a voltar, tomamos um banho e fomos jantar.

Depois de andar um pouco encontramos um restaurante simpático e com preços justos para arroz, feijão, salada e um bem gostoso peixe grelhado. Só estranhamos o "prato individual - R$20,00" e o "prato para 2 pessoas - R$50,00" (sim, isso mesmo, não escrevi errado). Mas tudo bem, com o nível de esperteza das pessoas que gostam desses lugares no verão deve ter muito malandro que pede o prato para 2 pessoas para economizar... junto ao prato pedimos também um suco de abacaxi (que nunca chegou) e, como o atendimento era padrão carioca (como tudo que vimos lá), na hora de embora deixei o valor da comida no balcão (sem os 10% que falavam que cobravam no cardápio) e fomos embora.

Demos mais uma andada pela rua, tomamos um mate gelado, ficamos um tempo na praia deitados olhando o céu estrelado e voltamos para a barraca, ou melhor, sauna. No começo tentamos dormir com a barraca fechada mas não foi possível. No final eu acabei dormindo nela aberta, sendo devorado por pernilongos (sorte não sou alérgico) e a Aline foi para fora da barraca e se enrolou no lençol para tentar se proteger.

Depois de uma noite muito mal dormida acordamos, fizemos nosso café da manhã e saimos da Praia dos ranchos, passamos pela Praia de Fora e chegamos até a Praia do Cepílio para um mergulho. Ficamos um tempo lá, voltamos, bebemos uma cerveja e ao voltar pro camping, quando sentei em uma cadeira (do bar que fica no camping que eu estava), vieram me falar que tinha "taxa de consumação". Mesmo eu falando que estava "hospedado" lá disseram que não importava. Falando que aquele lugar era uma merd@ e mais se saco cheio do que era possível voltei para a barraca e finalmente comecei a arrumar minhas coisas para deixar aquele lixo de camping com aquele lixo de atendimento para trás. A Aline que tinha ido dar mais um mergulho logo chegou, tomamos um banho, a Aline pagou e sem sequer olhar para a cara dos idiotas de lá fomos embora pouco antes da hora do almoço.

De volta à estrada, finalmente livre daquele lugar que, apesar de bonito (e merece retorno no inverno durante a semana para fotos) estava insuportável estava com tudo lotado, calor infernal e atendimento péssimo. De carro passamos então pela entrada de Paraty (retornando logo que vimos o trânsito), colocamos combustível no carro (R$2,60 o litro do álcool - aqui em SP estava R$1,70) e seguimos em direção à serra.

Há quase exatamente um ano eu estive em Paraty e subi esta serra, que liga Paraty a Cunha, de bike com o Alessandro e alguns amigos em uma cicloviagem pelo inteior e litoral. Desta vez, de carro, deu para perceber quão insano foi fazer esse caminho, no verão, pedalando!

De carro a subida foi traquila, apesar das condições não muito boas da estrada, sempre seguindo algumas SUV de um pessoal que só deve usar o carro para ir ao shopping. Mesmo com carros 4x4 e mais altos que o meu, pulavam como cabritos sem saber escolher o caminho a subir. A subida me fez lembrar também de quando eu tinha um Defender e fiz esse caminho em um encontro land rover.

Fomos seguindo a subida, a temperatura ficando mais amena e logo chegamos ao seu topo, a 1600m de altitude, onde começa a descer novamente em asfalto (aí uns 4x4 que eu tinha ultrapassado na subida de terra resolveram me ultrapassar, afinal agora eles estavam no seu local de origem...). Seguimos a descida até Cunha, nos hospedamos no hotel do Chico, mesmo que eu tinha ficado ano passado (mais barato, mais confortável e com atendimento infinitamente melhor que a porcaria do camping) e então saímos para almoçar.

Na cidade, além de estar tranquila (apesar de também muito quente) estava tendo um festival de Jazz e Blues, muito melhor que os funks ao nível do mar. O que fez a estadia em Cunha ser muito mais agradável. Nesse primeiro dia aproveitamos só para descansar e passear pelo centro, a 3 quarteirões do hotel.

No dia seguinte, ainda com muito calor fomos passear em algumas cachoeiras. A primeira que tentamos ir foi a Cachoeira do Pimenta, voltando assim que chegamos ao estacionamento graças a uma caminhonetinha rebaixada tocando funk, seguindo então para a mais tranquila Cachoeira do Desterro. Andamos ao lado do rio, tiramos umas fotos, dei meu lanche para um cachorro simpático e com o passar do tempo e o local esvaziando, resolvemos novamente tentar a outra cachoeira, que agora felizmente estava completamente vazia!

Ficamos um bom tempo por lá fotografando, brincando com estilingue, salvamos uma tartaruga de água que provavelmente tinha sido levada pra trilha por algum funkeiro e caminhamos pela sua lateral até seu topo, calculando que ela tem com todas suas quedas uns 40m de altura! Com o final da tarde voltamos para o carro e seguimos então de volta à Cunha, seguindo a estrada para o lado oposto para conhecer mais um pouco da região.

Em Cunha jantamos, bebemos uma Cerveja Wolkenburg Fit (estranha), assistimos um pouco do festival de Jazz e fomos então dormir.

No dia seguinte tomamos café da manhã, arrumamos as coisas e depois de enrolar um pouco saímos rumo à Guaratinguetá, onde paramos para o almoço e depois seguimos de volta ao inferno de São Paulo.

Apesar do stress de Trindade a viagem valeu a pena. Só não posso me esquecer de nunca mais pisar por lá no verão (pretendo voltar quando for totalmente fora de temporada para fotografar, com a condição de lá só tive coragem de pegar a câmera para uma única fotografia). Cunha já foi bem mais tranquilo, como esperado, e também merece outros retornos.

Algumas fotos podem ser vistas no link Trindade e Cunha.

Enviado por Tacio Philip às 11:20:35 de 18/01/2014



31/12/2013 11:21:09 (#486) - Rio Uatumã em Manaus, shows, Revista macro, Chaninha e última escalada do ano

Só para não fechar o ano com o blog mais desatualizado que está, entre os dias 14 e 19 de Novembro estive em Manaus a convite do Pina, um aluno que tinha participado de uma das turmas do curso macrofotografia e close-up.

Embarquei de São Paulo para Manaus no dia 14 cedo e na hora do almoço já estava na casa do Pina comendo um espetacular tambaqui. Pouco tempo depois acabamos de arrumar as coisas e saímos para pegar estrada, junto com a Janeida e o Márcio. No caminho nos encontramos com o restante do pessoal e de noite chegamos no barco, em Itapiranga.

Embarcando conheci meu quarto, que dividi durante 4 dias com o Márcio, e dei adeus para a civilização, internet, sinal de celular etc. Essa viagem, organizada pelo Dr. Wellington, reúne diversos amigos para pescaria e eu fui convidado para ir fotografar (bem que também experimentei pescar, pegando um Tucunaré em um dos dias). Já na lancha, depois de algumas muitas horas de rio (em uma noite que dormi como uma pedra) chegamos no rio Uatumã, onde ficaríamos os próximos 4 dias.

Com o barco ancorado saíamos todos os dias cedo em voadeiras para pescar e eu para fotografar. Além de aproveitar toda a mordomia e conforto da lancha (do tamanho de uns 4 aptos que moro) aproveitei muito mais as saídas, indo para diversos braços de rio e igarapés, onde rendiam muitas fotos fora do padrão para quem está acostumado com as cidades grandes ou montanhas. E, além das fotos e comidas típicas aproveitei para testar minha técnica de pescador (nenhuma) pegando um tucunaré e também tentando caçar pequenos jacarés à noite com as mãos (mas os bichos foram mais rápidos que o meu bote).

Quatro dias se passaram, todos muito bem aproveitados com fotografias tradicionais e infravermelhas de manhã, à tarde e até à noite (em um dos dias até de madrugada, o que não deixou um dos barqueiros muito feliz) até que, no dia 17 à noite, depois de outras muitas horas de navegação, chegamos de volta à Itapiranga onde os carros haviam ficado e de lá, depois de mais algumas muitas horas de estrada, chegamos de volta à Manaus, já por volta das 4h da madrugada.

No dia seguinte o Pina ainda me levou para alguns passeios por Manaus, experimentei mais algumas comidas locais e no dia seguinte, bem cedo, deixei a região Norte descendo de volta para São Paulo, onde cheguei na hora do almoço.

Essa viagem foi espetacular e não tenho nada mais a dizer além de agradecer o Pina pelo convite e hospitalidade. Só tinha estado em Manaus uma vez e é uma região que merece outras idas, ainda tem muito o que conhecer e fotografar. E, por falar em fotografar, algumas fotos podem ser vistas no link Manaus e Rio Uatumã.

De volta à São Paulo, as próximas semanas foram ocupadas com trabalho e alguns shows, indo com a Aline assistir Arkona (30/Nov), Gamma Ray e Helloween (01/Dez) e, mais para o final do mês, show acústico do Blaze Bayley com Thomaz Zwijsen e Anne Bakker (20/12).

Em Dezembro, além dos shows e alguns cursos de fotografia, no dia 07 de Dezembro lancei com o Guilherme Omella a Revista Macrofotografia. Essa é a primeira revista brasileira (talvez até a primeira no idioma português) especializada em fotografia macro, close-up e microfotografia. A revista pode ser adquirida em papel, lida online ou baixada em formato digital gratuitamente pelo site www.revistamacro.com.br.

Mas nem tudo são notícias boas. No dia 23 de Dezembro uma gata que estava conosco há mais de 17 anos (estimamos que tinha uns 20 anos já que a pegamos adulta em Itanhaém depois de ter tido algumas crias) morreu. A Chaninha (ex Bubaloo - nome dos antigos donos) nunca tinha ficado doente e na semana anterior a sua morte começou a ficar mais fraca, parou de comer, beber e no dia 23 à noite definitivamente descansou, enquanto ganhava meus carinhos. Apesar de ser muito triste perder mais um gatinho foi bom ter vivido com ela por quase metade da minha vida. E com certeza ela teve o melhor possível.

E, fechando o relato, ontem (dia 30/Dez) a Aline, Guilherme e eu pegamos estrada antes das 8h rumo Bragança Paulista para a última escalada do ano. Passamos boas horas no Visual das Águas escalando algumas de suas vias até pegarmos chuva na trilha de volta ao carro, de onde seguimos para o merecido e quase obrigatório açaí na cidade.

Hoje, o último dia do ano será dedicado a não fazer nada (bem que já trabalhei de manhã em uma tentativa frustrada de levar pedidos ao correio - que não abriu), irei perturbar o Parofes em sua casa de tarde e depois passar a virada de ano com a Aline e minha mãe em casa. Espero que 2014 seja melhor que este ano de merda que passou.

Enviado por Tacio Philip às 11:21:09 de 31/12/2013



25/11/2013 13:54:38 (#485) - Subida do Morro do Cristal e Travessia Pedra do Sino de Itatiaia - Asa de Hermes (PNI)

Depois de alguns marca-desmarca e desencontros, finalmente, no dia 08 de Novembro, o Parofes, Aline e eu pegamos estrada rumo ao PNI.

Essa ida, assim como algumas outras, foi das que considero "imperdoáveis de serem desperdiçadas", ou seja, são as oportunidades de ir ao PNI e ficar no abrigo Rebouças, que havia sido reservado por um amigo do Parofes, outro Paulo. Assim, depois de buscar o Parofes em sua casa por volta das 15h, seguimos pelo rodoanel (no intuito de fugir do trânsito) e de lá via Carvalho Pinto e Dutra sentido RJ.

No caminho apenas uma boa pausa para jantar e, como teríamos o abrigo apenas para o dia seguinte, ao começarmos a subida da Garganta do Registro para a entrada do parque já ficamos de olho em possíveis pontos para dormir. Fizemos uma pausa para foto noturna da Serra Fina e logo em seguida, onde esperava esconder o carro e acampar até a manhã seguinte, vimos que agora o local está cercado com guard rails. Com esse leve imprevisto, foi hora de partir para o plano B, que na verdade não existia, mas passou a ser o plano de arrumar algum outro lugar para dormir.

Na estrada de subida em si, como a conheço há um bom tempo, sabia que não teríamos essa possibilidade. Assim, comecei então a descer a estrada que leva ao bairro Serra Negra, na busca de alguma área mais larga onde desse para estacionar o carro, sem atrapalhar a passagem, e ainda armar nossas barracas, o que encontramos depois de alguns quilômetros de descida. Com as barracas armadas e já tarde foi hora de nos recolhermos e dormir.

Na manhã seguinte, dia 09, depois de ouvir o barulho de um carro e algumas motos passando levantamos, desmontamos nosso acampamento e subimos para o parque. No caminho encontramos com o Paulo (que tinha reservado o abrigo), outro Paulo (que já conhecia o Parofes) e o Marcelo, que tinham bivacado no Alsene e seguimos para a entrada, onde além da reserva que tínhamos de Sábado para Domingo conseguimos outra para ficarmos até 2ª feira.

Dentro do parque seguimos até o abrigo, tomamos tranquilamente nosso café da manhã e logo os Paulos e Marcelo chegaram. Com todos "em casa" acabamos de nos arrumar e saímos então para a meta principal da viagem, uma pendência do Parofes, que é o Morro do Cristal, montanha pouco conhecida e muito menos visitada, vizinha da Pedra do Altar e vale do Aiuruoca.

Com o Parofes sofrendo com sua condição (veja aqui seu relato) fomos subindo calmamente, sem pressa alguma, parando para que descansasse e para diversas fotografias.

Fomos seguindo a trilha que leva ao Altar e, pouco depois de começarmos a descida para o vale, enquanto os Paulos e Marcelo seguiram para o cume do Altar nós fizemos uma pausa para um merecido lanche com salame e limão. De lá, olhando o Cristal quase de frente e a menos de 1 km de distância, pensei no caminho que tinha feito anteriormente para subir essa montanha em 2010, indo do vale do Aiuruoca, próximo ao rio, direto para seu cume. Olhando melhor, dessa vez vi que era possível sair da trilha ali mesmo onde estávamos e, depois de atravessar um mato que aparentemente seria meio fechado, seguir por lajes de pedra até seu cume, o que nos pouparia um bom desnível que ganharíamos tendo que descer ao vale.

Tentando achar o melhor caminho fui na frente, seguido pela Aline e pelo Parofes, atravessando a pequena mata com muito mais facilidade do que esperávamos (como o Parofes comentou em seu relato, depois de alguns que já passamos na borda Leste esse foi brincadeira mesmo). Com o mato atravessado e chegando ao col do Cristal começamos então a subida, passando por diversas lajes até a crista final que nos levou ao cume da montanha.

No cume uma longa pausa para fotografias e observar as muitas montanhas ao redor. Algum tempo depois, vendo que o resto do pessoal demorava a chegar a Aline foi procurá-los e tinham seguido o caminho errado, contornando a montanha depois do vara-mato. Com o cansaço só o Paulo fotógrafo subiu até o cume enquanto os outros dois começaram a retornar pelo mesmo caminho de ida.

Do cume do Cristal uma vista privilegiada para o Sino de Itatiaia e a Aline insistindo em irmos para lá, mesmo com o horário um pouco já avançado (era por volta das 14h). Me certifiquei que o Parofes estava bem e, como tinha mais gente para acompanhá-lo na volta (caso desse algum problema), segui então com a Aline para o Sino, descendo o cristal pela face oposta que havíamos subido, bem mais íngreme, que é a face pela qual havia subido na outra vez.

Chegando ao vale entramos novamente na trilha que leva às travessias Serra Negra e Rancho Caído, onde o ritmo conseguiu melhorar e depois de uma hora da nossa saída do Cristal chegamos na base dos Ovos de Galinha, onde fizemos uma breve pausa e logo começamos a subida ao cume do Sino.

No cume assinamos o livro e, desde que decidimos subi-lo, já estava com a ideia de tentar a volta por outro caminho para evitar os longos quilômetros da trilha "normal". Ao assinar o livro vi ainda assinatura do Igor Spanner dizendo que havia subido a montanha indo pela Asa de Hermes, isso foi o motivo para a decisão final de realmente tentar outro caminho: já que tinham passado de lá para cá, podemos passar daqui para lá!

Sem perder muito tempo, já era tarde (umas 15h30) começamos então a descer pela face Oeste da montanha, seguindo, onde encontrávamos, alguns totens deixados pelo Igor há menos de um mês. O começo foi fácil mas as coisas foram se complicando exponencialmente. Primeiro alguns trepa pedras e mata baixa para atravessar, depois muitos labirintos com pedras gigantes e mato fechado para atravessar, sendo que, em um trecho, conseguimos progredir passando por baixo de diversas pedras, em uma quase caverna (com saída super estreita onde era impossível passar com as mochilas).

Com o tempo voando e nós rastejando por aqueles caminhos o fim do dia foi chegando e a tensão aumentando. Eu não queria ter que passar a noite bivacando por ali, sem comida, para ter que continuar ou voltar no dia seguinte. Fomos seguindo o mais rápido que podíamos, o Sol se pôs atrás da Pedra do Altar e, com as últimas luzes do dia, passamos pelo último "crux", que foi achar o caminho para contornar e atravessar alguns enormes precipícios, que nos levou finalmente à base da Asa de Hermes.

Na base, já ficando bem escuro e frio, colocamos os anoraks, pegamos as lanternas e, depois de assinar seu livro, fomos procurar o caminho de retorno, uma trilha não muito aberta mas que sabia que existia e que eu já tinha feito há alguns anos.

Com a adrenalina ainda no sangue, de cara não consegui achar o caminho de volta, principalmente porque eu sabia que contornaria a Asa mas não lembrava para qual lado era. Depois de um descanso para voltar ao "normal" e com mais calma, fomos procurando o caminho e aos poucos o achamos, seguindo então até o col entre a Asa e o Agulhas e, de lá, pelos trepa pedras marcados com totens que nos levou até o riacho e, finalmente a trilha de retorno.

Nessa hora, devido a fome e cansaço, eu estava exausto. Liguei então o piloto automático e, passo a após passo, seguimos de volta ao abrigo, onde chegamos às 22h30, com o Parofes e Paulo quase saindo para ver se tinham sinais de nós nas montanhas.

No abrigo um descanso rápido e na sequência jantar o macarrão que o Paulo tinha preparado para nós (foi ótimo, eu não tinha condições de preparar a janta naquela hora). Depois disso foi só bate papo e finalmente fomos dormir.

Esse caminho que fizemos é muito mais curto que a volta que teríamos que dar pela trilha normal de acesso à Pedra do Sino. Em linha reta, do cume do Sino à Asa, são apenas 480 m em linha reta, o que levamos "apenas" 2h57 para atravessar! Ou seja, roubada total! Sem exageros acho que foi o trepa-pedra/labirinto pior que atravessei até hoje (mas valeu a pena!).

No dia seguinte, Domingo, acordamos sem pressa, tomamos café e ficamos algumas horas na varanda batendo papo e deixando as barracas secar. Na sequência encarei um banho, mais Sol na varanda (fiquei uns 15 min no Sol sem camisa e virei um pimentão), almoço e depois, já na metade da tarde, depois que um dos Paulos e Marcelo tinham ido embora (o outro Paulo tinha ido escalar de manhã com outro pessoal), o Parofes, Aline e eu seguimos pela estrada sentido Prateleiras para algumas fotos.

Ficamos parados batendo papo enquanto a câmera fazia fotos para um time lapse e depois, enquanto o Parofes voltava ao abrigo, a Aline e eu seguíamos rumo ao Prateleiras na esperança de fotografar o pôr-do-Sol.

Com o final da tarde chegamos seguimos a trilha até a base da Pedra da Tartaruga e Maçã, fazendo algumas fotos também da Pedra Assentada e então fomos para a base do Prateleiras, próximo a subida pela face Sul, onde aproveitei para algumas dezenas de fotografias das montanhas na direção Leste e o pôr-do-Sol no Oeste.

Logo que o Sol sumiu no horizonte guardamos as coisas e seguimos então nosso caminho de volta, parando apenas para mais algumas fotos e chegando no abrigo já no escuro.

No abrigo preparamos o jantar, ficamos mais um bom tempo batendo papo e depois fomos dormir.

No dia seguinte, 2ª feira, arrumamos as mochilas, demos uma geral no abrigo e antes das 9h estávamos no carro seguindo nosso caminho. O Paulo aproveitou carona até Engenheiro Passos (de onde voltaria para Resende) enquanto que nós três seguíamos para São Paulo, onde deixei o Parofes em sua casa por volta das 15h.

Como sempre, ir para Itatiaia é muito bom. Apesar de já ter feito muita montanha por lá, tem sempre o que se fazer a mais, as possibilidades são enormes. E, como disse no começo do texto, as oportunidades de ir para lá e ficar no abrigo não podem ser desperdiçadas! E como próximo plano para o parque, quero retornar por lá agora no verão, mas para fotografias, quando a fauna e a flora ficam bem diferentes da que estou mais acostumado a ver em minhas visitas no inverno.

E as fotos podem ser vistas no link Subida do Morro do Cristal e Travessia Pedra do Sino de Itatiaia - Asa de Hermes (PNI) .

Enviado por Tacio Philip às 13:54:38 de 25/11/2013



28/10/2013 23:56:51 (#484) - Huayna, cursos, Iron Maiden, Rock in Rio, mais Iron Maiden, Black Sabbath, Queluz, Monsters of Rock, mais cursos...

Esse mês e meio que passou desde minha postagem anterior foi, em grande parte, de camiseta preta. O motivo principal para isso, não literalmente, mas por luto, foi por causa da Huayna, uma gata que eu tinha desde seu nascimento (nasceu aqui em casa) que ficou doente, passou alguns dias comigo e minha mãe a levando no veterinário, mas não sobreviveu, morrendo aqui no meu quarto, enquanto dormia, na madrugada do dia 21 para 22 de Setembro. Saudades...

Além disso, esse período de tempo sem postagens foi ocupado nos dias 14 e 15 de Setembro com a 16ª turma do curso básico de escalada em rocha. Este curso, que leciono com a Aline e o Pedro, visa levar aos nossos alunos os conhecimentos necessários para quem quer começar a praticar, de forma independente e com segurança, escalada em rocha.

E, o segundo motivo das camisetas pretas, foram os shows de Heavy Metal. Começando com o show do Iron Maiden em São Paulo, com Slayer e Ghost, na sexta-feira dia 20. Neste show fomos a Aline, Guilherme, Bruno e eu (e ainda encontramos o Thales, de Curitiba). Para o Bruno e para o Guilherme foi o primeiro show do Iron Maiden, para mim, para não revelar a idade e assumindo que nunca fiz a contagem, realmente não sei qual foi (mas acredito que esteja perto de 20).

E, no Domingo cedo, dia que a Huayna morreu, depois de ter dormido cerca de 4h, a Aline e eu levantamos, nos despedimos da gatinha e seguimos estrada para o Rio de Janeiro, onde chegamos perto da hora do almoço. Depois de rodar um pouco à procura de local para estacionar paramos o carro perto do local onde pegaríamos o ônibus para a cidade do rock, almoçamos e logo embarcamos, chegando no local dos shows por volta das 15h. Lá assistimos shows do Helloween com Kay Hansen, Sepultura com Zé Ramalho (espetacular!), Slayer, Avenged Sevenfold (sem prestar muita atenção enquanto passeava pela cidade do rock) e, mais uma vez, Iron Maiden, que fechou o festival.

Saimos de lá pouco antes do final do show para evitar o "estouro da boiada", ouvindo a última música quando já estávamos chegando no ônibus que nos levou de volta até perto do carro, onde chegamos às 3h da madrugada. Assim que chegamos logo pegamos a estrada de volta e, com o cansaço e sono, segui apenas por 1h30, até pouco depois de subir a Serra das Araras, parando para dormir às 4h30, entre alguns caminhões em um posto de combustível (no porta mala previamente preparado para tal). A noite foi extremamente curta, acordando com o despertados às 6h e logo assumindo novamente o volante a caminho de casa, com direito a diversas pausas para bebidas com cafeína, até chegar em São Paulo às 13h.

Em casa um banho rápido, troca de roupas, ajeitar uma pequena mochila, almoço e por volta das 14h a Aline me deixou perto do aeroporto de congonhas, de onde saí rumo a Curitiba, sendo recepcionado pelo Pedro e mais tarde encontrando também o Leonardo (do RJ). O motivo dessa ida para Curitiba não podia ser outro: show do Iron Maiden no dia 24, novamente com Ghost e Slayer, show que assisti a uma temperatura de 5ºC - até o Tom Araya e Bruce Dickinson reclamaram do frio - na companhia do Leonardo (RJ) e Thales (Ctba).

No dia seguinte, 4ª feira, o Leo, Pedro e eu fomos passear pela cidade de Curitiba com uma ênfase mais cultural: passando em diversos museus e galerias no centro da cidade. Nesta mesma noite o Léo retornou para o RJ enquanto eu fiquei ainda mais um dia pertubando o Pedro em sua casa.

De volta à São Paulo na 5ª feira à tarde fui direto para a aula da pós e, no final de semana, dei um curso de macrofotografia e close-up com turma quase lotada (só não teve 10 alunos porque um deles teve que cancelar quase na véspera). Essa foi a turma de retorno dos cursos e da minha própria macrofotografia, junto com a recém chegada da primavera e, com ela, dos insetos.

Durante a semana seguinte tive alguns dias de descanso - depois de uma semana totalmente corrida - e, no Sábado, dia 05 de Outubro, a Aline e eu pegamos estrada para Queluz (cidade que considero ser o centro do universo por estar entre Marins-Itaguaré e Itatiaia no sentido N/S e entre Bocaina e Serra Fina no sentido L/O), encontrando na estrada com o Ale, Fernanda e Isa. Esse foi um final de semana para relaxar, aproveitado para conhecer um pouco - bem pouco - da região na base da Serra Fina (foram incontáveis vezes que eu ficava olhando "para cima" admirando o Cabeça de Touro, uma das montanhas mais difíceis que fiz no Brasil) e fotografando, principalmente macro, até pegar estrada de volta para São Paulo na segunda-feira.

Na semana seguinte, dia 11, foi dia de um dos melhores shows que vi até hoje e com certeza o melhor do ano: Black Sabbath. Ver o Ozzy Osbourne, Tommy Iommi e Geezer Butler ao vivo, em meio a um público com mais de 50 mil pessoas cantando clássicos como N.I.B., War Pigs, Black Sabbath, Iron Man e Paranóid é INDESCRITÍVEL!

No final de semana seguinte, dias 12 e 13, mais uma turma do curso de macrofotografia, essa também quase lotada, com a participação de 8 alunos e com mais e mais insetos aparecendo para serem fotografados.

A semana seguinte foi novamente tranquila e, no dia 19, mais um dia com camiseta preta, agora para o festival Monsters of Rock, que voltou a ser realizado em São Paulo. Assumo que não estava nem um pouco animado com este festival, tendo nele mais bandas que a Aline e o Guilherme gostam, mas mesmo assim me diverti, principalmente durante o primeiro show que vimos, do Limp Bizkit, enquanto batia "sem querer" o cotovelo em alguns moleques maconheiros na minha frente. Neste dia, agora sendo eu o anfitrião com o Léo (RJ) hospedado em casa, fomos ele, a Aline, Guilherme e eu para o Anhembi, onde ainda encontramos outros conhecidos. Na sequência teve ainda Korn (deviam contratar um baixista) e Slipknot (muito teatro). Os shows foram bons, mas não o suficiente para eu ter alguma música dessas bandas no carro :-)

Com o final dos shows (mais só no final de Novembro), no final de semana passada, dia 27, dei mais uma turma do curso operacional RPN hp48/49/50g para alunos de engenharia, curso que eu não abria turma desde Maio.

Agora é continuar a contagem regressiva da pós (faltam 12 aulas - 6 semanas - para o término das aulas), definir melhor meu TCC, o escrever e me formar (acabando esta pós preciso fazer algum curso de exatas para desintoxicação do corpo, estudar humanas demais faz mal...).

Enviado por Tacio Philip às 23:56:51 de 28/10/2013



13/09/2013 01:58:46 (#483) - Feliz sexta-feira 13 - Jason Voorhees fotógrafo


Um autorretrato, comemorando a 36ª volta ao redor do Sol, nesta sexta-feira 13 de 2013.

Enviado por Tacio Philip às 01:58:46 de 13/09/2013



03/09/2013 00:12:04 (#482) - Subida do Pico dos Marins e Pico Maria em Piquete, bate-volta na Pedra Grande de Atibaia, palestra e cursos

Há algumas semanas organizei mais uma ida ao Pico dos Marins, local que considero meu inicio no montanhismo, tendo o subido pela primeira vez em 2000. A ideia desta vez era subir até seu cume, acampar, tentar um cume próximo (Pico Maria) e depois descer. Como novidade, além da Aline e eu iria também o Guilherme Omella para ter seu início no montanhismo em uma bela montanha.

Sendo assim, depois de algumas semanas onde o maior trabalho na organização foi orientar e ir com o Guilherme em lojas fazer compras, no dia 16 à tarde nos encontramos e pegamos estrada rumo a Piquete (onde chegamos pouco antes das 20h depois de só uma pausa na estrada para jantar e quase 2h de trânsito para sair de São Paulo).

Chegando ao Acampamento Base Marins logo arrumamos as mochilas, tirei do Guilherme e deixei no carro boa parte do excedente que ele tinha levado, colocamos as mochilas nas costas e começamos a subida para o Morro do Careca, onde chegamos depois de uns 50 minutos de caminhada. O clima estava agradável, com um mar de nuvens abaixo de nós, e o conjunto do Marins iluminado pela lua crescente. Logo achamos um local plano para montar a barraca, buscamos água e fomos dormir experimentando a barraca-mansão para 3 pessoas que eu tinha pego como Levi há algumas semanas (inclusive lembro que o conheci no dia que subi o Marins pela 1ª vez, estou ficando velho!).

No Sábado acordamos depois de ouvir algumas pessoas passando pelo Careca e, sem muita pressa, fizemos nosso café da manhã, desarmamos o acampamento e começamos a subida por volta das 9h. A subida foi tranquila, encontramos outros grupos subindo ou descendo, fizemos algumas pausas para lanche e outras poucas para foto (o clima não colaborava muito) até que chegamos ao cume do Pico dos Marins às 12h40.

No cume, onde já devia ter umas 8 barracas, procuramos um local para nossa mansão, a montamos e preparamos um ótimo miojo para dar uma energia extra depois da caminhada de subida. Algum tempo depois falei pra Aline e pro Guilherme para tentarmos o Pico Maria, cume vizinho ao Marins que me atraia há algum tempo.

Guardamos as coisas na barraca, pegamos apenas um pouco de água, lanche, câmera fotográfica e headlamp e começamos a tentar a descida para o vale entre os dois cumes por volta das 14h. O primeiro caminho que tentamos foi por algumas lajes de pedra e mar de gravatás mas achei que devia haver algo mais aberto, desistindo de tentar atravessar esse trecho varando mato no peito. Depois de algumas descidas e subidas infrutíferas fomos para mais próximo do cume, seguindo por um caminho que leva até um "banheiro" e que eu resolvi seguir por permitir, no seu trepa pedra, um bom avanço rumo ao vale.

Fomos indo, deixamos os bastões de caminhada em um platô (eles mais atrapalhavam que ajudavam) e continuamos a descida. Eu ia na frente procurando o caminho e quando achava algo com cara de "caminho" os chamava para se juntar a mim. Fomos descendo em um ritmo lento, passei em um trecho por baixo de uma pedra e cheguei a uma rampa de pedra. Olhando para baixo o caminho parecia óbvio mas se eu descesse esse trecho dificilmente teria como subi-lo sozinho. Confiando no "cheiro" do caminho desci me segurando e escorregando ao lado da chaminé offwidth até pisar no platô em sua frente, de onde claramente eu via um caminho por onde alguém já tinha passado (bem aberto!).

Avisei que podiam descer até mim, o Guilherme que estava cansado e meio adrenado resolveu voltar pro cume e logo a Aline chegou onde eu estava (lá eu já pensava como poderia laçar um bico de pedra com o cadarço da bota se ela não conseguisse descer).

Logo que a Aline chegou seguimos o caminho claramente aberto, passamos por um túnel de bambus no vale entre os cumes e logo chegamos ao platô de rocha na base do Maria. De lá até o cume seria um passeio, indo de platô para platô, chegando ao seu cume às 15h.

No cume, observando e fotografando o Guilherme e outras pessoas no cume do Marins, uma boa pausa para uma barrinha de cereal, marcar o ponto no GPS (2407m de altitude) e mais algumas fotografias nos poucos intervalos que as nuvens nos deixava ver alguma coisa.

Depois de muito enrolar, às 15h30 começamos a descida, retornando para o Marins pelo mesmo caminho que tínhamos seguido. O trecho da rampa de pedra pode ser facilmente passado quando subi na perna da Aline, alcançando assim uma boa agarra para as mãos e depois dando o braço para que ela subisse. Não é um trecho complicado, só não dá para errar por causa do abismo que estava nas nossas costas.

De volta ao acampamento encontramos o Gui na barraca, fomos até o cume para uma foto e depois algumas outras próximas da barraca, com o clima cada vez pior e agora com o cume da montanha com mais de 15 barracas (número que contei olhando da nossa!).

Com a proximidade da noite fizemos nosso jantar e logo fomos dormir, acordando algumas vezes devido o forte vento e principalmente por causa da chuva que começava a nos molhar dentro da barraca (o Levi tinha avisado que a impermeabilização do sobreteto estava bem vencida mas eu tinha que comprovar isso na prática...).

No dia seguinte acordamos ainda embaixo de vento e garôa forte. No cume alguns grupos começavam a se organizar para descer, tentando reunir um número maior de pessoas para uma maior segurança. Sabendo disso e sabendo mais ainda como era descer o Marins embaixo de garôa e sem enxergar mais de 15 metros, logo tomamos café, arrumamos nossas coisas e começamos a descer às 9h10, fugindo assim do trânsito que se formaria às 10h (horário programado de um grande grupo).

Apesar de lenta a descida não teve problemas. Mesmo com a neblina eu conhecia bem onde estava e, nas situações de dúvida, ainda apelava para uma ajuda do GPS, que foi útil em umas duas situações.

Na medida que descíamos o clima melhorava um pouco, encontramos um grupo meio perdido que disse que tinha começado a descida às 7h e de lá seguimos juntos pela travessia que leva à crista final de descida para o Careca, onde chegamos às 12h10. Lá uma breve pausa para uns biscoitos e mais um pouco de caminhada até o carro, onde finalmente pudemos tirar as mochilas das costas e as botas dos pés, às 12h50.

Na base encontramos o Milton, ficamos batendo papo alguns minutos e logo depois chega o outro grupo que estava atrás de nós. O tempo foi passando, a fome aumentando, então guardamos as coisas, nos despedimos e seguimos nosso caminho. Da estrada mal víamos o Marins e fomos parar só na entrada de Piquete, no restaurante para o merecido almoço.

De lá mais algumas horas de estrada até São Paulo com a satisfação de dever cumprido tanto por subir até o cume do Pico Maria, que eu ainda não conhecia, quanto por introduzir o Guilherme ao montanhismo em uma montanha que foi também meu início (inclusive com direito a perrengue com chuva de noite e descida molhada e com neblina, exatamente como foi comigo na minha primeira vez).

Algumas fotos da viagem já estão no link Pico dos Marins e Maria.

De volta à São Paulo a rotina de aula, trabalho e no Sábado, dia 24, fomos a Aline, Dom, Nathalia, Carlinho e eu até Atibaia para subir a Pedra Grande. Essa é uma subida que eu já fiz literalmente algumas dezenas de vezes e que acho muito gostosa.

A subida foi tranquila (pelo menos para quem ta acostumado com montanha, a Nathalia xingou um pouco) mas depois de um bom esforço todos chegamos ao seu cume. Lá montei um top rope nas vias de "agarrência" onde todos brincamos um pouco e depois a Aline, o Dom e eu fomos brigar com a "falange vermelha", via que tem um nome bem sugestivo.

Depois de esfolar os dedos a Aline ainda entrou em outra via próxima e logo em seguida começamos nossa descida, passando por alguns grupos que demarcavam a trilha para uma corrida de montanha que aconteceria no dia seguinte (espero não encontrar centenas de embalagens de carboidrato em gel na próxima vez que for para lá). A descida, com a ajuda da gravidade, foi bem mais rápida e logo estávamos no carro e seguindo para a merecida esfiha no Califa.

Ainda em Atibaia uma pausa para sorvete próximo da igreja matriz e depois estrada de volta para São Paulo.

Algumas fotografias desse bate-volta podem ser vistos no link Pedra Grande - Atibaia.

O restante da semana foi com a rotina pós e trabalho, só interrompida por uma palestra que dei na Photoimage Brasil sobre macrofotografia e close-up no dia 28 (4ª feira).

Para quem tem interesse no tema a palestra pode ser vista no youtube e, para quem quer aprender este tipo de fotografia, estou com inscrições abertas para uma turma do curso macrofotografia, assim como curso básico de escalada, ambos agora em Setembro.

Enviado por Tacio Philip às 00:12:04 de 03/09/2013



19/08/2013 15:34:24 (#481) - Hotel Serra Azul - onde NÃO se hospedar em Passa-Quatro - MG

Sabe aquele lugar que teve glamour há algumas décadas, ficou decadente e "dão um tapa" para tentar revitalizar? Esse é o caso do hotel Serra Azul, em Passa-Quatro, com sua reforma interna e aumento de preços de hospedagem.

A primeira vez que me hospedei lá foi em 2001, depois de descer da Serra Fina pelo Paiolinho (culpa de um pé torcido e clima horrível). Nessa época foi um hotel simples e barato que achamos na cidade, só um ponto com uma cama, colchão, chuveiro e café da manhã para pernoitar antes de seguir caminho para casa.

Depois estive por lá uns 8 anos depois (acho), em uma outra situação onde procurava apenas um local barato para passar a noite antes de pegar estrada.

A última (e digo a última pensando em nunca mais pisar lá, não apenas por ser a mais recente) foi depois de fazer com a Aline uma outra caminhada da região da Pedra da Mina, que chamamos de Volta do Ruah, no final de Julho.

Quem olha o hotel de fora não percebe nenhuma diferença. Continua a fachada colonial, bem cuidada e com estilo, como sempre foi. Já quando você entra, ai vem a diferença. Os quartos simples do andar térreo que eram apenas suítes com cama e banheiro se transformaram em "modernos" duplex, mas o que impressiona (pelo menos positivamente) é só o visual.

Pouco depois de entrar no quarto começamos a notar as porcas-melhorias feitas: o novo quarto duplex tem uma claraboia que de dia não ajuda a iluminar e uma janela gigante que de noite (quando espero um local escuro para dormir) ajuda a iluminar o quarto com a luz do corredor (agora também estreito como o corredor de um motel barato), resultado do planejamento de algum arquiteto muito burro. O banheiro também sofreu upgrade: agora conta com uma porta de vidro.

Mas se fosse só esse o problema seria simples. Além disso o quarto moderno conta com uma "grande" TV de 14 polegadas que, no primeiro quarto que ficamos, se ouvia mais chiado que a TV (isso nos mais de 4 canais disponíveis com imagem péssima - mesmo visto naquela tela "gigante").

Foi depois disso que fomos reclamar. Uma das atendentes, Sandra, muito mal educada (que assim que nos levou até o quarto quando chegamos disse: "vocês tem que pagar") disse que mandaria alguém para olhar, passou mais de uma hora e nada! Saímos para um lanche, voltamos e a TV continuava a mesma. Felizmente outro empregado do hotel foi atencioso e arrumou outro quarto para ficarmos (onde a TV funcionava, não parecia um quarto em reforma e ainda nos entregou o controle remoto, coisa que a tal de Sandra não tinha sequer feito).

Mas não acaba ai! Na hora que fomos deitar (por volta das 22h30) tivemos que pedir educadamente a outro atendente que abaixasse o volume da TV do hall de entrada (que ecoa perfeitamente pelos corredores até o quarto em som quase 5.1). Mas não é só isso! Ainda ganhamos, de brinde, acordar no quarto pouco escuro (pelo motivo já explicado acima) com som super alto de TV às 3h da madrugada! Nessa hora nem tive paciência de ir reclamar do volume e umas porradas na porta que devem ter ecoado pela cidade toda foram suficientes para o imbecil perceber que aquele volume estava incomodando outras pessoas. Inclusive ouvi outro hóspede reclamando do volume da TV.

No dia seguinte de manhã um café da manhã simples (tudo bem, não queria nada requintado) mas que podia ter algo além de pão, queijo, gelatina e bolos (bem que o bolo de cenoura era excelente).

Então, se você for passar uma noite em Passa-Quatro (nem pergunto o porque já que a cidade em si não tem nada, mal se encontra local para jantar) procure outro hotel. Na rua principal da cidade (que passa em frente à igreja) tem um hotel mais arrumadinho, um hostel e em uma travessa outro hotel. Esses dois hotéis são um pouco mais caros que o Serra Azul (que não é mais barato como antes também) mas o hostel é bem mais barato e muito mais tranquilo, além de atendimento muito melhor.

Ou seja: Fuja do Hotel Serra Azul em Passa-Quatro-MG!

Enviado por Tacio Philip às 15:34:24 de 19/08/2013



14/08/2013 13:03:43 (#480) - Volta do Ruah - roteiro exploratório na região da Pedra da Mina - Serra Fina

Aproveitando um final de semana prolongado (pelo menos para nós dois), a Aline e eu pegamos estrada na 5ª feira dia 25 de Junho rumo a Passa-Quatro (MG), com a ideia de subir para a Pedra da Mina pelo Paiolinho e explorar umas montanhas ao seu redor.

A ida foi tranquila, jantamos um lanche na estrada e logo pegamos a estrada que leva até a Fazenda Serra Fina, onde fica o início da trilha. Só que, como soubemos depois, tinha chovido dois dias em seguida sem parar e a estrada era uma poça de lama!

Fomos subindo em meio a atoleiros e muitas derrapagens até que chegamos em um local onde o carro começou a enroscar. Como já era por volta das 19h30, preferi estacionar por ali mesmo em uma parte mais larga e plana e logo armamos nosso "acampamento" (eu tinha retirado o banco de trás do carro então rebatendo o encosto traseiro a weekend virou um furgão/trailer) e fomos dormir.

Na Sexta-feira acordamos umas 8h e como a madrugada seca e o Sol ajudavam a secar a estrada conseguimos seguir caminho até onde fica uma igrejinha no bairro do Paiolinho. A subida seguinte estava muito escorregadia então nem perdi tempo de ficar tentando subir (já que eu sabia que o "crux" da estrada era mais pra frente ainda). Com o carro estacionado fizemos nosso café da manhã, conversei com alguns moradores sobre deixar o carro lá e às 10h30 começamos a caminhada até a Fazenda, onde chegamos às 11h25, começando então, oficialmente a trilha de subida, às 11h30.

Com o céu totalmente aberto seguimos nosso longo caminho, sem muita pressa, parando para fotografias, olhar a paisagem e alguns lanches, sempre pensando no que viria nos dias seguintes já que, para nós, a trilha do Paiolinho era apenas a trilha de acesso para o que realmente queríamos fazer.

Quase chegando na Pedra da Mina, na última crista antes de descer para sua base, encontramos duas pessoas descendo que com certeza passaram um pouco de perrengue: tinham entrado pela Toca do Lobo e pegaram os dias de chuva enquanto estavam no Ruah, ficando presos lá por dois ou três dias. Já era Sexta-feira e eles estavam pela região desde 2ª (e por estar escurecendo levaria mais 2 dias pelo menos para chegarem de volta à civilização), mas estavam bem, apesar de notadamente estressados com a situação mas felizes por encontrarem alguém por lá. De lá mais uns 10 minutos de caminhada e, já quase no escuro, às 18h em ponto chegamos onde pretendíamos acampar (na base da Mina). Com a mochila no chão e apostando que encontraria água por causa da chuva (aposta certeira) fui encher algumas garrafas, montamos o acampamento, fizemos a janta e fomos deitar.

A noite foi bem fria com o relógio marcando -4,2ºC por volta da meia noite (fora da barraca - dentro outro termômetro vi marcar 1ºC) e no dia seguinte, Sábado, acordamos, fizemos nosso café da manhã e logo fomos observar as possibilidades de caminho para os cumes que queríamos explorar. Apesar de um pré planejamento com a carta topográfica do local, fotos de outras idas para a região e Google Earth, nada melhor que estar lá ao vivo olhando os vales, cristas, lajes de pedra e muito mato que encontraríamos pela frente.

Às 9h30, depois de decidir fazer a tentativa só com uma mochila de ataque, começamos a caminhada descendo para o vale a NE de onde estávamos. Apesar de íngreme a descida foi tranquila, por pedras, até que chegamos depois de apenas 30 min em um riacho com várias placas de gelo devido ao frio da noite (inclusive é uma boa opção para pegar água). De lá foi seguir pelo caminho que tínhamos observado, alternando entre alguns vara-capim e lajes de pedra até que, às 10h40, muito mais rápido do que nossa expectativa, chegamos ao cume do primeiro morro, que no GPS indicou 2696m de altitude.

No cume algumas fotos, marcação do local no GPS e mais uma vez um planejamento visual. Como a face que pensava em descer tinha muito mais vegetação e era bem íngreme, decidimos seguir por um bom trecho pela crista que descia levemente continuando para NE até chegar quase ao seu final, descendo então em quase linha reta (atravessando um trecho mais fechado e íngreme) até o último ponto de água de quem faz a travessia da Serra Fina sentido Pedra da Mina - 3 Estados.

No riacho uma pausa mais longa para tirar o capim de dentro das botas, um lanche, pegar água e confirmar o caminho a seguir, que tínhamos visto da crista antes de descer. Como não queríamos pegar a trilha da travessia a cruzamos e logo seguimos diretamente rumo ao Sul entre alguns Capim Elefante até chegar em um primeiro platô de rocha. De lá até o cume fomos alternando entre vara-capim, laje, capim, laje, capim, laje até que, às 13h30 alcançamos nosso 2º cume do dia, com o GPS marcando 2657m.

No cume mais uma pausa e hora de uma decisão crítica: seguir por um caminho para tentar fechar o circuito neste dia ou voltar para a trilha da travessia e tentar os outros cumes no dia seguinte? Como ainda era cedo e a Aline não imaginava que no final ainda teríamos que passar pelo cume da Pedra da Mina antes de chegar ao acampamento decidimos seguir, descendo então rumo SO para o fundo do vale do Ruah.

Na base do vale encontramos um grande charco com bastante água corrente, o que consumiu um pouco de nosso tempo até que conseguíssemos o atravessar mas logo seguíamos para cima rumo S, novamente alternando mato e lajes (dessa vez muito mais lajes).

Chegando à crista seguimos um pouco para Leste para algumas fotos (o Pico da Cabeça de Touro visto de lá é impressionante) e depois seguimos pela crista até um cume mais frequentado, o Pico do Avião, onde chegamos às 15h com o GPS marcando 2701m de altitude. Como sempre, pausa para algumas fotos, marcação no GPS, um lanche e logo começamos a descê-lo pelo caminho comumente utilizado como acesso, subindo em seguida a Pedra da Mina pela sua face Leste.

No cume da Pedra da Mina, já às 16h40, encontramos umas 10 pessoas acampadas e fizemos uma pausa rápida para assinar o livro de cume (essa seria minha 7ª vez no cume, alcançando o número de vezes que eu estive no Pico dos Marins - que deve aumentar em breve), algumas fotos e logo começar a descida para o acampamento, onde chegamos com as últimas luzes do dia, às 17h30, para o merecido jantar, algumas fotos noturnas e uma boa noite de sono (bem mais quente que a anterior).

Este roteiro que fizemos acredito ser inédito e a Aline e eu o nomeamos de "Volta do Ruah" por ele circundar este famoso vale por onde passa a travessia da Serra Fina. Ao final foram pouco menos de 7km de caminhada, cerca de 800m de desnível acumulado, passando por 4 cumes e 3 riachos, o que mostra realmente o porque do nome "Pedra da Mina" (minas de água). Para quem estiver pela região com um dia livre para gastar (e boa disposição para varar um pouco de mato já que não há trilha aberta) é uma ótima opção!

No Domingo acordamos sem pressa, comemos, desarmamos o acampamento e depois de alguns grupos que estavam acampados no cume da Mina ou próximos passarem por nós e começarem a descer também colocamos às mochilas nas costas e seguimos nosso caminho às 10h da manhã.

Pelo fato da trilha do Paiolinho sem longa (cansativa e entediante) cheguei a pensar em dividir a descida em dois dias já que tínhamos comida suficiente para isso (e para poupar os joelhos) mas no final descemos super bem, fizemos só uma pausa de uns 10 minutos no riacho (último da subida) passando os outros grupos e chegando na fazenda Serra Fina às 14h20. Mas nossa caminhada não acabava ali (onde os outros carros tinham conseguido chegar no Sábado cedo), então mais um pouco de caminhada, com direito a umas belas fotos na estrada o que já justificou esse trecho extra, até que, às 15h15 finalmente tiramos as mochilas das costas, tirar as botas e descer para Passa-Quatro para o merecido almoço no "restaurante da dona filhinha" (para mim a melhor atração de Passa-Quatro depois de suas montanhas!).

Como tínhamos tempo livre (a ideia inicial seria descer na 2ª e era Domingo) resolvemos ficar uma noite em Passa-Quatro, nos hospedando no Hotel Serra Azul, mas essa hospedagem em si dará uma postagem por si, reformaram o local para parecer moderno mas o local ficou totalmente desfuncional (além de termos tido bastante problema técnico, de respeito com TV alta de madrugada e atendimento péssimo). Resumindo: Não fique neste hotel se quer uma noite de sono tranquila!

De qualquer maneira de noite comemos um lanche, dormimos e no dia seguinte de manhã, após o café da manhã, saímos para algumas fotos pela cidade antes de pegar estrada de volta para São Paulo, onde chegamos no final da tarde.

As fotos dessa viagem podem ser vistas no link Volta do Ruah - Serra Fina.

Se preferir assista aqui o playlist dos vídeos feitos durante a Volta do Ruah

Enviado por Tacio Philip às 13:03:43 de 14/08/2013



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