Tacio Philip Sansonovski - fotógrafo macro e montanhista
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16/06/2014 22:32:02 (#495) - Subidas rápidas da Pedra Grande, Pico do Jaraguá e curso de escalada

Voltando a me animar a treinar para subir montanhas, no dia 07 de Junho, perto da hora do almoço, o Dom e eu pegamos estrada rumo Atibaia.

Tirando a demora para sair da cidade (fomos literalmente infernizados no trânsito por causa da porcaria da marcha pra gzuiz), logo estávamos na Fernão Dias e em seguida em Atibaia, estacionando o carro em frente ao ponto onde o pessoal aterriza de paraglider e asa delta.

Diferente da maior parte das vezes que subo a Pedra Grande, estacionando o carro mais acima, dessa vez resolvi parar neste lugar para colocar um pouco mais de distância e desnível à subida. Além disso, a nossa ideia era subir leve e rápido, cronometrando o tempo de subida/descida.

Assim, às 14h começamos a subida, completando o trecho até o começo da trilha em 20 minutos, adicionando 100m de desnível e 1,8km de distância. De lá, quase sem parar, entramos pela trilha e continuamos, em um bom ritmo a subida, parando o mínimo possível e tentando manter o ritmo.

Continuamos subindo, sempre de olho no relógio, e logo chegamos na crista da serra, onde as pernas tem um breve descanso antes da subida final até o platô onde chegam os carros (o Dom achava que a marcação de tempo acabaria ali) e em seguida a trilha final para a orelinha, no topo da Pedra Grande, onde chegamos 1h31m de iniciarmos a caminhada.

Considerando o extra que adicionamos no começo da subida, por 1 minuto não batemos o melhor tempo que eu já fiz, também esse ano, com o Guilherme Omella (1h10 do começo da trilha ao cume).

No cume uma boa pausa para lanche, algumas fotos, vídeos e logo começamos a descida, levando 1h15 até o carro. Como premiação uma esfiha em Atibaia e depois estrada de volta pra São Paulo.

Na semana seguinte, aproveitando um tempo de folga do Dom, fomos subir a Trilha do Pai Zé, no Pico do Jaraguá. Eu havia feito essa subida uma só vez e em 2002, ou seja, nem lembrava como era! Assim, no dia 11 o Dom me ligou na hora do almoço quando estava aqui por perto e, mesmo com garôa aqui na região que moro, decidimos arriscar e ir fazer a subida.

Para nossa surpresa, ao chegar no Parque do Jaraguá, do outro lado da cidade. o clima estava perfeito, sem nuvens e com temperatura agradável. Logo nos arrumamos e então começamos a inclinada subida inicial da trilha, ainda com paralelepípedos.

Fomos seguindo a subida, cruzando com dois grupos de gringos descendo (provavelmente estão por aqui por causa da copa) e logo chegamos no trecho de transição da mata fechada para campos de altitude. Acho que foi nessa hora que o Dom sugeriu que subíssemos duas vezes.

Continuamos subindo e logo chegamos na estrada que leva à base final do pico. Fomos andando até a rotatória onde param os carros, onde chegamos em apenas 30 minutos de caminhada e, sem parar, fizemos sua volta e começamos a descida.

Chegando ao começo da trilha, de onde podíamos ver o carro, nem paramos, fizemos a volta e voltamos a subir, já começando a sentir um pouco o resultado do esforço da primeira subida. Essa segunda subida, apesar de já cansados, foi mais fácil que a primeira, já que o corpo estava quente e fomos um pouco mais devagar, levando agora 38 minutos até a base do pico, de onde subimos os 242 degraus finais até seu topo em 7 minutos.

No cume uma pausa de uns 20 minutos para lanche, observar como São Paulo é gigante visto de cima (horrível ver tanto cimento vertical) e, com o vento gelado nos expulsando do topo, começamos nossa descida de volta pro carro.

Como em casa estava nublado, garoando e eu não queria carregar peso acabei não levando nem câmera fotográfica nem o GPS. Entretanto, pelos meus cálculos foram 7,7 km de caminhada com cerca de 550 m de desnível acumulado, o que foi um excelente treino para uma tarde em São Paulo.

Saímos do PE Pico do Jaraguá às 16h30 e o pior de tudo foram foram as 2h de trânsito até chegar em casa. Mesmo quando tentamos fazer algo agradável nessa cidade ela não nos deixa esquecer como é insuportável.

E agora, neste último final de semana, dia 14 e 15, teve em São Paulo aula teórico/prática da 17ª turma do Curso Básico de Escalada em Rocha climbing.com.br e, em Pedra Bela, a aula prática, com turma lotada com 12 alunos, todos indo muito bem e felizes com o resultado depois de um longo dia de escaladas e conhecimento adquirido.

Hoje estou tentando me recuperar da dor de garganta que me acompanhou todo o final de semana, assim como ameaça de gripe e sinusite. Graças às drogas (as legalizadas, obvio) já estou melhor e no meio da semana mais montanhas!

Enviado por Tacio Philip às 22:32:02 de 16/06/2014



09/06/2014 18:49:26 (#494) - Exploração na Serra da Mantiqueira (Gomeira)

Já fazia um tempo que eu olhava da Dutra um cume razoavelmente isolado e, na nossa última troca de email, o Parofes me escreveu com o que seria um bom projeto exploratório para essa temporada: o Pico da Gomeira.

Sendo assim, depois de uma pesquisa infrutífera na internet e algum planejamento à partir de carta topográfica, google earth e com o que o Parofes também tinha analisado, comecei a juntar uma turma de amigos dispostos à roubada e no final, como saímos em uma terça feira, dia 3 de Junho, somente o Mateus e eu pegamos estrada rumo à Cruzeiro - SP.

Logo pela manhã o Mateus chegou aqui em casa, deixou seu carro na garagem e pegamos estrada rumo Norte. No caminho, já com a fome apertando, um bom almoço na região de Roseira por volta das 13h e, no começo da tarde estávamos no mirante entre Cruzeiro e Passa-Quatro observando a região.

Demos uma boa rodada, passamos em algumas fazendas e, depois de uma última conversa, vimos que devíamos voltar em uma outra ocasião para tentar a montanha por um caminho diferente do pensado inicialmente. Mas, mesmo sem a possibilidade de tentar este caminho nessa investida, resolvemos no dia seguinte tentar um dos planos iniciais de modo a não "perder" a viagem e no mínimo passar algumas horas andando pela região.

Sendo assim, no dia seguinte, depois de uma noite em Passa-Quatro, acordamos bem cedo, comemos nosso café da manhã (que também tinha sido nossa janta) e logo pegamos estrada, estacionando o carro e começando a caminhada às 6h10, pouco antes do Sol aparecer no horizonte.

O começo foi muito inclinado e varando capim. Trecho cansativo mas que logo foi sendo vencido, junto com a chegada do Sol, quando chegamos em trechos de pasto, seguindo muitas vezes por trilhas e mais trilhas de vaca, sempre de olho no relevo e no que poderia chegar a ser em um dia longínquo, um caminho para a montanha.

Fomos seguindo e, depois de quase 2h e mais de 3km de caminhada, entramos no trecho de mata, tentando seguir para a crista final da montanha. Nesse trecho que tudo desandou: não existe trilha e a mata, além de fechada, é fechada com muito bambuzinho, o que fazia com que cada passo fosse dado apenas depois de muito esforço para abrir o caminho.

Fomos andando na medida do possível até que, por volta das 10h da manhã, ou seja, umas duas horas abrindo caminho, conseguimos olhar o nosso objetivo bem ao longe (que estava ainda 1,8 km de distância em linha reta) e ter certeza que não chegaríamos lá por ali (pelo menos não nessa investida planejada para ser apenas um bate-volta). Tentamos ainda mais uns minutos, por insistência minha, mas aquele realmente não era nosso dia. O jeito foi fazer umas últimas fotos, descansar um pouco, virar e voltar, fazendo uma boa pausa assim que saímos da mata para um lanche final.

De lá, mesmo parando para algumas fotos e vídeos, em menos de uma hora estávamos no carro, onde chegamos ao meio-dia. Como ainda era cedo aproveitamos para logo retornar para São Paulo e fugir do trânsito (principalmente porque o Mateus ainda voltaria para Itu). Na volta fizemos só uma pausa na estrada para combustível e café, chegando em casa pontualmente às 16h.

Apesar de não concluirmos nossa meta a viagem foi muito boa por termos explorado uma região pouco explorada e muito bonita entre a Serra Fina e o complexo Marins-Itaguaré. Além disso, a melhor parte foram os contatos, que nos deixaram com mais vontade ainda de retornar à região (em breve!).

Algumas fotos podem ser vistas no link Tentativa de montanha na Mantiqueira.

Enviado por Tacio Philip às 18:49:26 de 09/06/2014



22/05/2014 11:45:32 (#493) - Subida do Pico do Ataque e Pedra Focinho de Cão - Piquete - SP

No feriado de 1º de Maio, a Aline e eu pegamos estrada pela manhã e seguimos rumo a Piquete, na base da Serra da Mantiqueira, para subir algumas montanhas.

A viagem foi tranquila, em Piquete paramos para almoçar e, logo em seguida, seguimos estrada sentido Delfim Moreira, subindo a serra até a saída, quase no seu topo, para a rampa de voo livre. Sem conhecer como era essa estrada de terra, que leva até o Pico do Ataque (na carta do IBGE está como Alto da Lavrinha), seguimos por alguns quilômetros até que achamos um lugar tranquilo para estacionar e deixar o carro.

Com o carro devidamente parado trocamos de roupa, pegamos as mochilas e começamos a caminhada. A escolha do local onde paramos foi perfeita, logo em seguida teve uns trechos que provavelmente só daria para subir de 4x4 e, pouco depois, uma árvore caída atravessando a estrada.

A subida é totalmente por estrada de terra e, tirando a árvore caída, com um 4x4 seria possível ir até o cume da montanha. A inclinação é praticamente constante, contornando a montanha, até o seu ataque final, onde fica bem mais inclinado. No topo diversas construções e torres de TV, radio e sei lá mais o que. Do ponto onde deixamos o carro até o cume foram cerca de 6km e pelo GPS marcava uma altitude de 2025m.

No topo, com um vento de pelo menos uns 60km/h buscamos por uma boa opção para bivaque e vimos que uma das construções era perfeita. Apesar de não ter muito espaço, era coberta e protegida do vento. Aproveitamos ainda para diversas fotos e vídeos, inclusive da laje de duas construções, com uma linda vista para o complexo do Marins-Itaguaré.

Com o final do dia chegando arrumamos as "camas", preparamos o jantar e, com o frio chegando entramos nos sacos de dormir para uma longa noite de sono.

No dia seguinte acordamos, sem pressa tomamos o café da manhã, tiramos mais fotos e começamos a descida de volta ao carro pelo mesmo caminho da subida. Em menos de 2h chegamos, guardamos tudo no porta-malas e, de volta ao carro, pegamos a estrada de volta à Piquete (com direito a parada na serra para fotos).

Na cidade almoçamos e logo fomos procurar um hotel para ficar, encontrando o "Cidade Paisagem", no centro da cidade. Demos uma andada pela cidade, tomamos um sorvete e depois de um bom banho e descanso jantamos um lanche bem em frente ao hotel.

No dia seguinte acordamos cedo, tomamos café da manhã e logo saímos. Tentamos encontrar um caminho indicado pelo atendente do hotel mas, como não estava dando muito certo, voltamos aos planos iniciais e seguimos o que eu havia planejado anteriormente pelo Google Earth, chegando assim até uma fazendo de onde iniciamos a caminhada para a Pedra Focinho de Cão.

Com certeza existe mais de uma opção de subida para essa montanha mas me guiei por uma carta topo com marcação que encontrei na internet antes da viagem. A subida é longa (cerca de 10km), com um bom desnível (mais de 1000m) mas segue quase que completamente por estradas de terra sem manutenão que devem ser usadas por causa das torres e aceiro na crista da serra (é uma área de acesso proibido dentro da IMBEL).

Fomos seguindo para cima, durantes poucos trechos descemos ou andamos no plano e, depois de mais de 3h de caminhada estávamos na subida final, super inclinada, que segue pelo aceiro da crista até o cume da montanha, com 1668m de altitude, onde chegamos depois de cerca de 4h15 de caminhada.

No cume uma boa pausa para lanche, descanso, muitas fotos e olhar a paisagem ao redor. Apesar de não ser uma montanha alta, a subida foi exigente tanto em desnível quanto em distância e valeu muito a pena.

Mais de 30 minutos se passaram então começamos a descida pelo mesmo caminho da subida. Durante a descida, principalmente no começo, fizemos várias pausas para vídeos, mais fotos e, perto do final da tarde, chegamos de volta ao carro que nos esperava na fazenda.

De volta ao carro logo nos despedimos dos moradores da fazenda e seguimos estrada, parando apenas para algumas fotos da estrada e depois para jantar na Dutra. De lá mais alguns quilômetros e, já de noite, estávamos em São Paulo para o merecido descanso para o show do Megadeth que assistiríamos no dia seguinte, dia 04 de Maio. E, falando nisso, foi muito melhor que os outros dois que eu havia visto (um no Via Funchal e outro na abertura do Black Sabbath no Campo de Marte). Além de estar bem mais perto do palco o som estava perfeito!

NOTA EXTRA SOBRE A SUBIDA DO FOCINHO DE CÃO
Uma coisa foi interessante durante o Pico (ou Pedra) do Focinho de Cão, que tem acesso proibido por estar em "área de preservação" da IMBEL: durante a subida cruzamos com dois caçadores carregando gaiolas e na descida vimos palmito cortado. Será que as empresas e órgãos ambientais ainda não perceberam que proibir acesso é a melhor maneira de proporcionar livre acesso e anonimato aos caçadores, palmiteiros ou outros tipos de exploradores dessas regiões? Eu acredito que se mais pessoas frequentassem essas áreas, por não as deixar abandonadas e fechadas, acabariam inibindo esse tipo de ação. Mas parece que não percebem isso e preferem manter a aparência de "preservadores" mantendo a natureza "intocada" (pelo menos intocada por pessoas de bem). Inclusive esse é um dos motivos de eu divulgar, diferente de muitas pessoas, o que faço e dar dicas de acesso, independente do que acham os "donos da montanha" ou IBAMA, ICMBio, Federações ou qualquer outro órgão burocrático.

Algumas fotos das subidas podem ser vistas no link Pico do Ataque e Focinho de Cão

Enviado por Tacio Philip às 11:45:32 de 22/05/2014



12/05/2014 15:53:15 (#492) - Parofes, um grande amigo, um grande parceiro. Saudades.

No dia 27 de Fevereiro às 16h40, depois de uma luta que acompanhei desde o seu início, meu grande amigo Parofes me mandou uma mensagem no FB dizendo:
"Cara
Pessima noticia
Nao ha mais o que fazer
Tenho de trinta a sessenta dias no maximo"

Foi como uma tijolada no peito. Conversamos durante um bom tempo, o tratamento contra a maldita leucemia tinha falhado e agora era só esperar o inevitável.

E isso foi enquanto ele ainda estava internado, depois de sua última tentativa de quimioterapia, que ele começou logo que voltamos de Itatiaia em Novembro, quando juntos pudemos subir sua última montanha, o Morro do Cristal, no PNI, parque onde deixarei com o Pedro suas cinzas, que tanto exploramos juntos e que deixou tantos projetos que não poderemos mais completar nessa parceria que durou vários anos com muitas montanhas e histórias para contar.

No começo de Março ele teve alta, fui até sua casa duas vezes, uma com a Aline e outra com o Alessandro e, mesmo naquela situação de merda (não tem outra palavra) conversamos muito, demos muitas risadas mas também não tive como não derramar muitas lágrimas. Um momento épico, mostrando como o Parofes sempre encarou a vida e estava encarando essa etapa, foi enquanto eu estava em sua casa e ele recebeu uma chamada com alguém querendo vender um plano de celular. Com seu bom humor negro de sempre, perguntou para a atendente se ela realmente queria vender um plano para alguém com leucemia terminal, ele disse que compraria, mas que não poderia pagar. Logo ela desistiu! Esse sempre foi o Parofes!!!

Depois disso ainda nos falamos várias vezes pelo Facebook e algumas por fone, sem nunca ter um adeus, só um até logo, como sempre foi entre um projeto de montanha e outro. No dia 24 de Abril recebi sua última mensagem, provavelmente postada em algum momento que estava dopado com remédios no hospital, dizendo apenas "Pp".

No último Sábado o Pedro me perguntou se eu tinha alguma notícia sobre ele, eu disse que não e então ele tentou ligar pro seu celular, que caiu na caixa postal. No final da noite o Pedro manda uma mensagem para a Lili e fica sabendo que o Parofes havia morrido. No Domingo cedo recebo a mensagem diretamente da Lili.

E foi assim, 72 dias depois do Parofes me falar que tinha de 30 a 60 dias ele deixou esse mundo. Ele sempre foi ateu, assim como eu e, em uma conversa, me disse que estava curioso em saber o que aconteceria. E agora ele sabe. E, da mesma maneira que eu penso, sei que ele partiu tranquilo, sem stress, já que sempre pensamos que morrer é fácil, triste é para quem fica. E aqui estou eu no lado ruim dessa moeda enquanto ele se diverte em Valhalla (foi muito engraçada uma conversa que tivemos sobre isso).

Não deixo nenhuma mensagem particular para ele aqui, tudo que queríamos falar um para o outro foi dito. Mas já sinto muito sua falta e um buraco com uma tristeza enorme em não ter mais sua amizade ao meu lado e em não poder mais completar nosso projeto como planejamos (o "projeto 35", que iniciamos juntos em 2009 e que para ele ficou faltando apenas 7 - se um dia eu o completar será em sua homenagem) e muitas outras montanhas que pretendíamos subir.

Mesmo assim ainda subiremos pelo menos mais uma montanha juntos. Como ele sempre quis e foi seu pedido, o Pedro e eu o levaremos (no formato de cinzas) para o Agulhas Negras, em Itatiaia, mesma montanha que já subimos nós três e que nos rendeu um belo perrengue e história. Infelizmente nessa vez uma voz faltará durante a subida, mas sua presença sempre estará em nossa memória enquanto subirmos montanhas (e sei que posso falar isso em nome do Pedro também).

Nunca dizemos adeus, não ficou nada sem ser dito, mas já sinto muito sua falta. Mais uma parte minha morreu este final de semana.

Abaixo uma foto nossa feita por ele, na borda Leste de Itatiaia, durante provavelmente nossa maior investida na região, dois anos atrás (quando os sintomas da leucemia começavam a aparecer mas ainda não tinha sido descoberta).

Texto deixado pelo Parofes, postado pela sua esposa Lili, para ser publicado depois de sua morte:
http://altamontanha.com/Colunas/4399/minha-ultima-coluna

Enviado por Tacio Philip às 15:53:15 de 12/05/2014



08/05/2014 14:47:14 (#491) - Escalada da Pedra do Picu - Itamonte - MG

No dia 19 de Abril, depois de uma breve noite de sono, a Aline e eu acordamos bem cedo, tomamos o café da manhã, acabamos de arrumar as coisas e pegamos estrada.

A viagem, com quase 300 km de estrada, foi razoavelmente rápida e, por volta das 11h, já estacionávamos o carro embaixo de uma jabuticabeira na casa do Sr. Orlando e conversávamos com o "Nego", outro morador do local. Existem duas subidas (que eu saiba) para o Picu, uma delas pelo bairro Engenho da Serra e a outra, opção dessa viagem, pela Fazenda Velha.

Algum tempo passou, trocamos de roupas, pegamos as mochilas e logo começamos a subida, passando uma porteira azul, seguindo por uma estrada que nos levou, em pouco mais de meia hora, até uma casinha onde fizemos uma pausa para água. Daí em diante a estrada acaba e junto a trilha, que aparecia e desaparecia em alguns trechos repletos de carrapicho.

Fomos seguindo por onde dava e logo começamos a subir mais por um trecho aberto e escorregadio. Algum tempo depois passamos um curral e, depois de um trecho bem lameado, novamente nada de trilha. Tendo percorrido mais da metade do caminho víamos o Picu próximo mas com uma mata fechada entre nós.

Fomos tentando subir, fazendo alguns zig-zag que nos levava ao nada e então decidimos tentar atravessar direto para uma das trilhas que tínhamos no GPS (que mais embaixo havia sumido). Assim, depois de um longo trecho acompanhando a cota saímos na trilha razoavelmente aberta que nos levou até a base da montanha.

Na base, mesmo sendo tarde (quase 14h) rapidamente nos equipamos e comecei a escalar pela via "do Naval" (3º IV A0/V E2), com uma linha bem óbvia de subida. A Aline e eu fomos alternando as enfiadas, sendo que emendei uma delas (não faça isso, o arrasto fica absurdo) e, pouco antes das 16h, estávamos no seu cume assinando o livro de cume, fazendo algumas fotos, vídeos e olhando a paisagem com a Serra Negra e região da Pedra Furada bem próxima de nós.

Sabendo que já era bem tarde logo armamos os rapéis e descemos, chegando na base da parede por volta das 16h30. Sem perder tempo guardamos o equipamento de escalada e começamos a descida, seguindo a trilha para baixo enquanto ela existia, o que aconteceu até chegarmos perto do curral.

De lá, novamente fomos pelo trecho mais aberto e escorregadio e, logo após observar o pôr-do-Sol estávamos no "crux" do Picu: o trecho onde não achamos uma trilha aberta e cheia de carrapicho. Fomos tentando seguir a cerca em direção à casinha mas logo percebemos que não havia trilha. Nesse momento estávamos a cerca de 100 ou 200 m de onde começa a estrada e a luz acabando, então a "melhor" opção foi seguir em linha reta. Fui na frente varando mato, sendo atacado pelos carrapichos-ouriço e, com os últimos minutos de luz, chegamos até o campo aberto, na casinha, onde pudemos fazer uma boa pausa para lanche, água e, principalmente, tirar as centenas de carrapichos das roupas e cabelo (e eu ainda tinha feito a besteira de subir de bermuda, muitos só consegui tirar no banho algumas horas depois).

Finalmente livres por termos passado o "crux" seguimos pela estrada de volta ao carro, onde chegamos por volta das 19h15. No carro uma nova roupa e logo estrada em direção à Itamonte, onde nos hospedamos e pudemos jantar uma excelente truta antes do merecido banho e noite de sono

No dia seguinte tomamos café da manhã, arrumamos as coisas e saímos para o interior, tendo tentado passar em São Lourenço para dar uma volta em seu parque com águas "diferentes" (água carbonatada, sulforosa etc.) mas não foi possível pela lotação absurda da cidade, onde só tomamos um sorvete e andamos um pouco a pé. De lá seguimos então rumo ao Oeste, saindo na Fernão Dias em Pouso Alegre depois de um bom almoço pela região. De lá, a velha Fernão Dias, com direito a trânsito perto de Atibaia, até chegarmos em São Paulo.

Essa viagem foi quase um bate-volta até o Picu mas valeu muito a pena. A pedra é bonita e se encontra em uma região que eu ainda não tinha explorado no PNI. Inclusive pretendo voltar por lá para agora experimentar a trilha pela sua outra face, que dizem ser mais pirambeira, mas que espero que pelo menos exista uma boa trilha!

Algumas fotos podem ser vistas no link Escalada na Pedra do Picu.

Enviado por Tacio Philip às 14:47:14 de 08/05/2014



06/05/2014 21:28:01 (#490) - Shows, shows, mais shows, escaladas, montanhas e entrega do TCC da pós

Nos últimos meses, devido uma pequena porção de falta de tempo e uma grande porção de falta de vontade, não tenho atualizado muito meu site pessoal.

Um dos motivos para a verdadeira falta de tempo foi o TCC da pós-graduação em fotografia, que finalmente foi entregue no último dia 29, com o título "macrofotografia de pequenos invertebrados: aspectos estéticos e psicológicos". Nele abordo algumas características que fazem com que umas pessoas adorem e outras odeiem fotos de insetos. O trabalho pode ser baixado, em formato pdf, no meu site macrofotografia.com.br.

Entretanto, paralelamente ao TCC, também aproveitei meu tempo em alguns shows com a Aline, sendo:
- 25/01 - Blaze Bayley
Show do ex vocalista do Iron Maiden, junto com Thomas Zwijsen e Anne Baker, desta vez plugado (já tinha os assistido diversas vezes em show acústico).
- 22/03 - Metallica
Depois de ter assistido em 99, foi a vez de rever o Metallica ao vivo, desta vez no estádio do Morumbi embaixo de chuva.
- 28/03 - Guns N´Roses
Em uma mistura de sentimentos, assisti mais uma vez o show do Guns, mesmo não sendo mais a mesma banda, no Anhembi. Em 1992 assisti meu primeiro grande show, desta mesma banda, neste mesmo local, com o meu pai.
- 18/04 - Thyrfing (no festival Thorhammerfest)
Pela primeira vez fui neste festival de bandas folk metal (que infelizmente é sempre em feriados). O motivo principal foi a banda Thyrfing, da Suécia, que conheço há mais de 10 anos e que valeu "perder" o feriado para assisti-la ao vivo.
- 04/05 - Megadeth
Depois de ter visto o Megadeth com som horrível no Via Funchal e a 10 km de distância na abertura do Black Sabbath, essa foi a vez de poder curtir mais a banda, com um som e posição bem melhores, no Espaço das Américas.

Além disso, durante esse período subi duas vezes a Pedra Grande de Atibaia. A primeira foi no dia 08 de Fevereiro, depois de ter passado em algumas imobiliárias de Piracaia, a Aline e eu fizemos um rápido bate-volta até o cume da pedra no final da tarde/começo da noite embaixo de garôa. A segunda foi mais recente, com o Guilherme Omella, dia 24 de Maio, subindo também no final da tarde para curtir o pôr-do-Sol de seu cume antes de iniciar a descida (com clima frio e perfeito). No meio tempo entre essas subidas teve também um pedal em Itu, com o Alessandro, no dia 18 de Março (e foi sofrido - bem que pensando bem: quando não é?).

Teve ainda uma escalada na Falésia Paraíso em Pinda (dia 02 de Março) e a subida com escalada do Picu, dia 19 de Abril (essa terá um relato à parte). E, falando em relatos à parte (a sair), teve também a subida do Pico do Ataque e Pedra Focinho de Cão, em Piquete, no último final de semana (dias 1º a 3 de Maio).

Agora que estou me sentindo muito mais livre por ter entregue o trabalho de conclusão do curso (o famoso TCC) e com o início da temporada de montanhas, o ânimo para novos e velhos projetos está de volta e com ele devo voltar a atualizar o blog. Para essa semana mesmo pretendo colocar no ar o relato das últimas montanhas, aguarde!

Enviado por Tacio Philip às 21:28:01 de 06/05/2014



27/02/2014 12:20:07 (#489) - PN Itatiaia no verão

Com a ideia de fotografar as flores do PN Itatiaia, ideia esta que floresceu em uma visita ao planalto no começo de Novembro, ida esta ainda planejada para subir algumas de suas montanhas com minha namorada Aline e parceiro de montanhas Parofes, nesta viagem já pude observar o começo da mudança na vegetação e imaginar o que estava por vir.

Pouco tempo passou e, na metade de Dezembro do ano passado, recebi um email do Alessandro, amigo parceiro de pedal, de fotografia e de diversas idas ao PNI que me dizia ter solicitado reserva para 5 dias, de segunda à sexta-feira, no Abrigo Rebouças, uma antiga casa de pedra, localizada dentro do parque nacional, que pode ser usada com agendamento prévio e que, devido à inexistência de locais para hospedagem na região, facilita muito a logística de visita para quem quer passar mais de um dia em seu planalto. Sem pensar duas vezes, como costumo dizer: "oportunidade de ficar no Abrigo Rebouças não pode ser desperdiçada", pedi que garantisse meu nome na lista.

Sendo assim, pouco depois de dois meses da ideia fotográfica inicial, depois de passar com a Aline o final de semana na casa do Ale (11 e 12 de Janeiro), na segunda feira, dia 13, depois de deixar a Aline em sua casa estava com o Alessandro, sua esposa Fernanda e filha Isa rumando mais uma vez ao planalto do PNI.

Chegando ao parque cumprimos todos os requisitos burocráticos como mostrar a documentação de reserva do abrigo, preencher a ficha de entrada, dizer qual seria nossa "agenda de visitas" em cada dia, efetuar o pagamento de entrada no parque e uso do abrigo e então logo depois estacionamos, colocamos as mochilas nas costas e, com uma grande ameaça de temporal, começamos a caminhada de pouco mais de dois quilômetros que leva do estacionamento até o abrigo. Dependendo a época, este trecho pode ser percorrido de automóvel, mas não no verão devido a reprodução do sapo flamenguinho, espécie endêmica, que usa poças de água para se reproduzir.

Nessa hora vale ressaltar que, além da mochila que continha o equipamento fotográfico, que no meu caso consistia em duas câmeras reflex (uma tradicional e uma convertida para o infravermelho), quatro lentes (indo de grande angular 17 mm a 105 mm mais lentes macro que me permitiam ampliações até 1:1 em uma delas e até 5:1 em outra), flash, tripé e outros acessórios como filtros, cabos, baterias, cartões etc. nas costas, carregava também toda a comida, roupas, saco de dormir e o que mais seria necessário para estes cinco dias isolados no parque.

No abrigo todo o conforto que temos é proporcionado pela existência de eletricidade, um fogão industrial, beliches e banheiros com chuveiro sem aquecimento. Tudo que um fotógrafo de natureza espera - e que chega a considerar um luxo - quando nesse tipo de local.

Ao chegar ao abrigo, que pode ser compartilhado com outras pessoas dependendo da procura e agendamento - nele cabem até 16 pessoas - encontramos duas pessoas que lá estavam desde o dia anterior e logo chegaram também nossos amigos Flávio Varricchio, Isabelle e seu filho com um amigo.

Nos dias que se seguiram os roteiros pelo planalto foram diversos, alguns em conjunto com outras pessoas, como no primeiro dia que fomos todos nós até o cume da Pedra do Altar, e outros mais independentes, quando, por exemplo, rodei mais pela própria estrada para fotografar flores ou cachoeiras temporárias descendo das rochas, que aparecem depois das tempestades, como uma que presenciamos, com direito a granizo e duração de algumas muitas horas.

De uma maneira ou outra, praticamente todos os momentos nesses cinco dias foram utilizados para fotografias, tanto de flores quanto de algumas paisagens já que, com as chuvas, diferentes paisagens apareciam. O tempo também foi bem aproveitado, quando a chuva permitir, saindo para fotografar tanto de manhã quanto à tarde ou até durante madrugada - em um dos dias o Alessandro e eu saímos para fotografar ao lado do abrigo às 3 h da madrugada.

Além das fotos, única tentativa "montanhistica" foi quando com o filho da Isabelle e um amigo (Rogério e Yago, garotos de 12 e 11 anos), tentamos fazer um caminho alternativo da trilha Rui Braga até a base do Prateleiras, passando pela Pedra Assentada, tentativa que não deu certo e, depois de muito trepa pedra e vara mato, tivemos que voltar pelo caminho de ida, uma grande aventura para os dois!

Como resultado desta viagem eu consegui fotografar algumas paisagens que ainda não havia presenciado no parque, como as inúmeras cachoeiras que aparecem depois de chuvas fortes, ver a represa quase transbordando com possibilidade de fotografar o Agulhas Negras com seu reflexo em suas águas e flores, muitas flores, que eu nunca havia fotografado.

Seja para subir suas montanhas e fazer fotografias ocasionais com uma câmera compacta ou fotografar mais seriamente as belezas deste parque, é um local de visita obrigatória para os amantes de fotografia de natureza e/ou praticantes de atividades de montanha.

Algumas das fotos podem ser vistas no link Verão no Parque Nacional do Itatiaia

Enviado por Tacio Philip às 12:20:07 de 27/02/2014



19/01/2014 15:29:05 (#488) - Fotografias em Extrema - Serra do Lopo e Pq Mun Cachoeira do Salto

Na 3ª feira, dia 07/01, uma viagem que estava pra sair há alguns meses realmente aconteceu quando o Guilherme Omella me buscou em casa e pegamos estrada, perto da hora do almoço, para Extrema, MG.

Os cerca de 100 km de estrada foram tranquilos e, assim que chegamos na cidade, buscamos por uma pousada, deixamos algumas coisas no quarto e fomos almoçar. No centro da cidade, logo após o almoço, aproveitamos para buscar algumas informações extra sobre o que fazer na região e então voltamos para a pousada, para enrolar um pouco antes de subir a serra.

Passou algum tempo e, no meio da tarde, saímos em direção à Serra do Lopo, indo de carro até o começo da trilha que leva às Pedras das Flores, Cabritos e Lopo. Com as mochilas carregadas com o equipamento fotográfico nas costas começamos a caminhada fazendo algumas pausas para fotografias de paisagens e macros.

A caminhada a partir desse ponto é tranquila, seguindo quase que pelas curvas de nível da serra com alguns sobe-desce e sempre alternando os lados da crista que dividem São Paulo e Minas Gerais, de um lado Joanópolis e do outro Extrema.

O tempo foi passando, mais e mais fotografias e logo chegamos ao cume, pouco depois de um grupo de outras 3 pessoas (que, como muitos idiotas que vemos por ai, subiram lá pra fumar maconha). No topo mais algumas fotos, um lanche, mais fotos e um bom descanso antes de começarmos o caminho de volta, com direito a uma outra longa pausa na Pedra das Flores para mais fotos e lanche durante o pôr-do-Sol.

Logo que o Sol sumiu no horizonte retomamos a caminhada e, em ritmo não forte mas constante, seguimos pela trilha até o carro, onde chegamos com as últimas luzes do dia. No carro, como ainda estávamos com sede de mais fotografias, seguimos então até uma das rampas de voo livre para algumas noturnas de Joanópolis que começava a acender suas luzes.

De volta à Extrema fomos direto jantar, aproveitei para beber uma merecida Erdinger Pikantus e, acho que por volta de umas 22 h, estávamos na pousada para o merecido banho e noite de sono.

No dia seguinte, 4ª feira, tomamos nosso café da manhã, fechamos nossa conta e seguimos para o Parque Municipal Cachoeira do Salto, que acabara de abrir. Nesse dia, sem a preocupação de andar mais, o foco foi a macrofotografia, aproveitando algumas boas horas para registrar os insetos do local (com destaque para algumas libélulas e besouro tigre).

Saindo do parque e com a foma aparecendo seguimos até a "prainha", uma beira de rio onde há uma lanchonete, comemos um lanche e depois retornamos para Extrema onde comemos um açaí, antes de pegar estrada de volta à São Paulo, onde chegamos na metade da tarde e conseguindo fugir do trânsito.

Extrema é uma cidade razoavelmente próxima de São Paulo e que eu só conhecia a Serra do Lopo. Nessa ida foi possível conhecer outros locais excelentes para fotografia e ver que ainda tem muito o que explorar. Com certeza voltaremos por lá!

E algumas das fotos podem ser vistas no link Serra do Lopo e Extrema.

Enviado por Tacio Philip às 15:29:05 de 19/01/2014



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