Entre os dias 31 de Outubro e 29 de Novembro estive na Argentina para algumas escaladas com o Victor Carvalho, parceiro daqui do Brasil. A primeira parte da viagem foi reservada às escaladas na região de Córdoba, sendo acompanhadas pelo grande Alcides, amigo meu do Brasil que conheci na Bolívia e hoje em dia mora em Villa Carlos Paz.
Nos primeiros dias de viagem escalamos em Los Gigantes, um local que me lembrou muito a região do Agulhas Negras em Itatiaia.
Depois dessa temporada, no dia 07 de Novembro, seguimos rumo à "La Ola", um setor de escalada esportiva há uns 85 km de Carlos Paz, onde ficamos acampados e aproveitamos 3 dias de escalada, fechando, no último dia, com escalada também em "Copina", um bloco de rocha no caminho de retorno à Carlos Paz.
Durante esse período de escaladas esportivas nos focamos em vias de graduação baixa em vez de trabalhar vias mais duras, evitando assim qualquer possibilidade de lesão (já que nossa meta principal estava ainda por vir) e queríamos mesmo é fazer volume e nos aclimatar com as rochas "irmanas". Durante esses dias escalamos as vias (todas à vista - graduação francesa):
07/11 - La Ola
Sem nome - placas sortidas 22 - 5+ 18m
Sem nome - placas sortidas 20 - 5 18m
Placa de la Luna - 6a+ 10m
Placa del Sol - 6b+ 12m
Ultimo Sol de Marzo
Ninfoman - 6a+ 20m
Malavida - 6a+ 20m
Encuentro Cercano con 3 tipos - 6a+ 15m
Estuproblema - 6a+ 15m
Garota Pertuba - 6a 15m
Masomacras Sexuales - 5+ 25m
08/11 - Torres Gemelas
Como nene con jugete nuevo - 6a 25m
Merece un buen nombre - 6a 30m
Los Chivitos - 6b 27m
Pan Casero - 6a+ 25m
Criollitos - 6b+ 25m
Sem nome - 6a+ 15m
Sem nome - 6b 15m
Depois de uma temporada de férias para escaladas na Argentina (relato assim que eu tiver mais tempo), desde 3ª feira estou de volta ao Brasil e na correria para colocar tudo em dia.
Como parte desse trabalho estou com inscrições abertas para diversos cursos em São Paulo - SP, alguns com início daqui a pouco mais de 1 semana:
Curso Operacional RPN hp48/49/50g/g+/gx para alunos de engenharia
Este curso ensina como usar de forma correta sua calculadora hp nas principais matérias de exatas (cálculo, vetores, física etc.) assim como transferência de dados HP-PC.
Próxima turma dia 11 de Dezembro.
Curso básico de escalada em rocha
Informações e apresentação dos equipamentos e técnicas de segurança necessários para uma prática saudável de escalada em rocha.
Próxima turma dias 13, 15 e 17 de Dezembro.
Curso de manuseio e navegação com GPS (urbana e outdoor)
Informações técnicas sobre o sistema GPS, prática com aparelho e transferência e edição de dados no computador com o uso de GPS Garmin (curso voltado ao uso em trilhas e navegação urbana).
Próxima turma dia 18 de Dezembro.
Curso conceitos básicos de fotografia
Voltado aos proprietários de câmeras fotográficas que possuam controle manual onde são ensinados os conceitos principais da fotografia: lentes, abertura, velocidade, ISO. Curso com aula teórica e prática no Jd. Botânico.
Próxima turma dias 19, 21 e 23 de Janeiro.
Curso macrofotografia e close-up
Curso completo de macrofotografia e close-up com 16h de carga horária (o curso mais completo do Brasil nesse tema). Conheça os acessórios e técnica para esse tipo de fotografia.
Próxima turma dias 24, 26, 28 e 31 de Janeiro.
E, em breve, data para o Workshop fotografias 3D (anaglifos). Nesse curso ensinarei desde o processo fotográfico até a edição para montagem das fotografias 3D (incluso no curso óculos 3D para todos alunos).
Para informações sobre os cursos acesse o link título ou entre em contato. Todos cursos com inscrições abertas.
Enviado por Tacio Philip às 22:13:33 de 02/12/2011
Na 2a. feira passada, dia 31, depois de meus pais e a Aline me deixarem no aeroporto de Guarulhos embarquei com o Victor para Córdoba, na Argentina.
Tirando o fato da Pluna (empresa de aviação) sequer oferecer lanche a bordo - em vez disso vende, e muito caro - e depois - mais caro ainda - comemos um lanche no aeroporto de Montevideo, com a chegada da madrugada chegamos em Córdoba onde fomos recebidos pelo Alcides, amigo que conheci na Bolivia e com quem já voltei para lá para escalar e hoje em dia mora na Argentina.
Do aeroporto fomos para Vila Carlos Paz, onde ele mora atualmente e, depois de alguns minutos de papo o merecido sono.
No dia seguinte acordamos tarde e gastamos o dia para trocar dinheiro, pegar chave de abrigo, comprar comida etc. No final da noite jantamos e logo depois fomos dormir, acordando no dia seguinte e pegando estrada para Los Gigantes.
A ida foi bem tranquila e, depois de pouco mais de 40 km, parávamos o carro, colocávamos as mochilas nas costas e começávamos a subida para o refúgio. Apesar de não ser muito longa, pouco mais de 6 km subindo pelo Sendero Norte, ela tem trechos bem íngremes e chegamos ao Refugio Rafael Juarez pouco depois do horário do almoço.
No refúgio logo largamos nossas coisas, pegamos o equipo de escalada e fomos para as paredes. E os 3 dias seguintes foram iguais, todos com um café da manhã no refúgio, equipo de escalada nas costas, o dia todo escalando e jantar de volta no refúgio antes da merecida noite de sono (que durava normalmente das 23h até por volta das 9h).
Passamos 4 dias nesse ritmo, escalando todos os dias. Nossa ideia era ficar ainda um dia a mais mas, devido a chuva que pegamos no Sábado na hora do almoço, acabamos optando por descer um dia antes e evitar ser pego por chuva mais forte no dia seguinte. Assim então, hoje ficamos pela cidade descansando, demos um passeio em um rio para refrescar do calor em Carlos Paz, compramos comida e amanhã pegamos novamente estrada, agora para alguns dias de escalada em La Ola.
As vias escaladas nessa breve temporada em Los Gigantes foi:
1o. dia - 02/11
Setor: Gorila
- Empotrando Garrafas 5 25m
- Seños Rotos 5+ 15m
- Gente del Miercules 6a 22m
- Sueñen comigo 6a 15m
2o. dia - 03/11
Cerro de la Cruz
- Angel Negro 6a+ 35m
- Trabá el Triceps 5+ 40m (Mogote Chico)
- Stress 6a+ 60m
- Espolón 1er largo 6a 45m
3o. dia - 04/11
Mogote Bareta
- Que dice dom Jose 6a 20m
- Que dice dom Antonio 6a 20m
Mogote Grande
- Normal (cume do complexo Los Gigantes)
Valle Se Te Queri i i
- Ite 6a 10m
- Llamate el Silencio 6b 12m
La Lajita
- Final Femenina 6a 12m
4o. dia - 05/11
Mogote del Ocaso
- El Pesto 6a 20m
- Flash for Fantasy 6a 20m
Mogote Zuriaga
- Zeppelin 5+ 60m
- Que manaca 5+ 45m
Todas as graduações são francesas de acordo com o guia de escalada local. Nós não entramos em nada forte, ficamos sempre por volta do 6o./6o.sup brasileiro para nos aclimatar com a região e evitar lesões já que a meta principal ainda está por vir. E amanhã pegamos estrada para La Ola, onde ficaremos mais alguns dias escalando.
Na mesma semana, dia 12 de Outubro, assisti o show do Cruachan em São Paulo, banda conhecida como os "pais do Folk Metal". Foi um ótimo show, só que o achei um pouco curto e esperava um pouco mais, abaixo o set list e algumas fotos no link http://www.tacio.com.br/tacio/fotografia/index.php?pasta=2011-10-13_show_cruachan_sp/.
? The Horned God
- Maeves March
? Pagan Hate
? Bloody Sunday/Brian Boru
? The Great Hunger
? Thy Kingdom Gone
? Ossians Return
? Primeval Odium
? Some Say The Devil is Dead
? Pagan
? I am Warrior
? Ride On
Além disso fiz diversos passeios simples por São Paulo. Entre eles vale destacar a ida com meu pai e a Aline na Expobikes, feira voltada mais às empresas que me lembrou as antigas edições do salão duas rodas (isso há mais de 15 anos quando o salão das duas rodas era salão de bike, não apenas caixas de pizza para motoboy). Fui também ao prédio do Banespa no centro de São Paulo, com a Aline, depois de almoçar com o Nelson (amigo fotógrafo que agora mora em Londres). Teve também uma tarde de fotografias na Av. Paulista com o Guilherme Omella, uma manhã de fotografias macro com a Aline e também o Guilherme no Jd Botânico e uma tarde no Catavento Cultural com a Aline, um museu científico muito, mas muito interessante (inclusive preciso retornar mais umas duas vezes, no mínimo, para conseguir aproveitar mais e tudo!).
Além disso, no final de semana passado, fomos o Dom Miranda, Daniel Cotellessa e eu pedalar em Biritiba Mirim. Tirando a roubada quando eu insisti em seguir reto por uma estrada e ver se sairíamos mais adiantados no ponto de retorno (o que não aconteceu e tivemos que voltar um bom pedaço, inclusive alguns trechos empurrando ou carregando as bikes), o pedal foi muito bom, nem muito light nem muito pesado, com quase 44 km rodados no total e quase 1000 m de desnível acumulado. Algumas das fotografias já estão aqui no site e abaixo os vídeos durante uma pausa para lanche durante o pedal.
Esse final de semana não devo fazer nada além do que tenho feito nos últimos dias e, na 2ª feira, pego estrada, ou melhor, "pego céu", para uma temporada de escaladas com o Victor Carvalho. Como a temporada de escaladas por aqui acabou (as chuvas chegaram), a solução é procurar lugares secos nessa época. Provavelmente minha próxima postagem será de lá, ai passo mais informações.
Pausa durante pedal em Biritiba Mirim - Mogi - I
Pausa durante pedal em Biritiba Mirim - Mogi - II
Enviado por Tacio Philip às 21:58:54 de 28/10/2011
Fazer macrofotografias já não é uma coisa muito fácil, requer prática, estudo e, principalmente, paciência, muita paciência.
Essa semana, em uma saída ao Jardim Botânico, resolvi dar um volume maior a uma galeria minha com um tipo de macrofotografia um pouco mais trabalhosa: as macrofotografias 3D.
Como em outras fotografias 3D, para termos esse efeito são feitas duas imagens e depois as mesmas são unidas através de software no computador para termos o efeito 3D quando usamos óculos específicos.
O tipo de foto 3D que eu faço é chamada anaglifo e, para visualizar o efeito de profundidade, é necessário o uso de óculos com lentes azul/vermelha (aqueles mesmos que encontramos em algumas revistas, jornais ou nas sessões antigas de cinema 3D - os atuais são com lentes polarizadas). Se você não tem e buscar na internet verá que acha esses óculos a venda por preços bem atrativos (são bem simples).
Se você tiver esse tipo de óculos e gostar desse tipo de fotografia dê uma olhada na galeria Anaglifos macro ou clique na imagem acima para acessá-las.
E, para quem quiser aprender a fazer esse tipo de fotografia (anaglifo) - macro ou não - em breve terei um workshop onde passarei todos os macetes para fazer esse tipo de imagem desde o momento da captura até como unir as fotos no computador (inclusive os participantes receberão alguns óculos para poder visualizar/editar suas imagens assim como presentear amigos).
Esse texto faz parte de uma série de testes de produtos a pedido do Kiko (Marcus Araújo) da Proativa, distribuidora no Rio de Janeiro de diversas marcas relacionadas ao montanhismo, escalada e atividades ao ar livre como Deuter, Sea to Summit, Lorpen, Primus, Suum entre outros.
Essas bandanas, feitas de material sintético, o que ajuda na não proliferação de fungos e bactérias, tem formato de tubo e podem ser usadas de diversas maneiras como gorro, prendedor de cabelo, máscara, balaclava, cachecol etc.
Mesmo antes de receber um exemplar, fornecido pela Proativa, eu conhecia e usava esse produto nas minhas atividades ao ar livre. No meu caso, como tenho cabelo comprido, acho ele muito interessante para manter o cabelo preso, sem voar no rosto, quando pratico atividades como escalada em rocha, montanhismo e mountain bike. Além disso, com o uso dessas bandanas, evito que o suor escorra pela testa e atinja meus olhos, fazendo com que a prática de atividade esportiva seja mais prazeirosa.
Não há muito o que falar sobre essas bandanas. Toda pessoa que eu conheço que experimentou, aprovou e continua a usando (no meu caso posso até dizer "as usando" já que tenho diversos modelos).
É um item simples, com preço justo, super resistente e que sempre está na minha cabeça ou mochila quando estou pelas trilhas, montanhas ou paredes por aí.
Esse item pode ser encontrado em diversas lojas do Brasil por um preço médio de R$25,00.
Abaixo algumas imagens onde eu apareço usando a Ecohead (sempre que uso capacete também uso a bandana).
Enviado por Tacio Philip às 23:51:27 de 24/10/2011
As últimas semanas não tiveram muitas atividades outdoor. No dia 29 de Setembro, pela 3ª vez, dei um curso sobre escalada em rocha e resgate de escaladores, com meu parceiro de escalada Osvaldo, no CSALT (Curso de Salvamento em Altura) do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Esse curso é importante para que os bombeiros conheçam a escalada em rocha e os equipamentos utilizados, que podem vir a ser úteis em um resgate vertical de escalador (raro) ou rapeleiro (mais comum).
No final de semana, dia 1º de Outubro, acordei cedo, busquei o Dom em sua casa e fomos fazer um pedal em Bragança Paulista, fechando os pouco mais de 30 km com o merecido açaí. De noite, de volta à São Paulo, fui com a Aline na Chácara do Jockey onde assistimos o show do System of a Down (não é uma banda que eu gosto mas até que o show foi animado). No resto do final de semana fiquei por aqui enrolando e assistindo o Rock in Rio pela TV (não me arrependi nem um pouco de não ter ido).
A semana passou e o máximo que fiz foi treinar na 90 graus. Na Sexta-feira, logo depois de deixar a Aline na 90 peguei estrada e fui para a casa do Alessandro em Itu. De lá, no dia seguinte cedo, pegamos estrada rumo à 7 Barras.
Chegando em 7 Barras achamos um local para deixar o carro, comemos um salgado de calabresa no posto de combustível (não coma!!!) e pouco depois das 11h começamos nosso pedal rumo à São Miguel do Arcanjo, atravessando o Parque Estadual Carlos Botelho.
O pedal começa em um sobe-desce tranquilo em asfalto por quase 27 km e ai sim a "diversão" começa: quase 32 km em terra e quase só subindo (de 95 m a 840 m de altitude). Apesar da inclinação não ser muito elevada, fazendo com que o pedal renda sem precisar descer a coroa para a menor, é uma subida interminável que vai minando as pernas aos poucos e no seu final eu já sentia ameaças de cãibras - isso sem contar a dor por causa do desconforto de muitas horas sobre o selim.
Terminado o trecho de terra ainda não está acabado. De lá mais 23 km em asfalto com sobe-desce até que chegamos à cidade de São Miguel do Arcanjo para um merecido banho, jantar e pesada noite de sono.
No dia seguinte, mais uma vez, acordamos cedo, tomamos café da manhã, fechamos a diária no hotel e começamos a pedalar. Nossa ideia era voltar pelo mesmo caminho já que o carro nos esperava em 7 Barras. Com o tempo nublado o começo foi tranquilo mas, depois de uns 10 km de pedal, começou a garoar. Paramos para guardar as coisas nos sacos estanques e embaixo de chuva mais forte chegamos na portaria do parque onde havíamos programado fazer a 1ª pausa para lanche.
Depois do rápido lanche começamos a descer um trecho da estrada já de terra e, menos de 200 m depois, desistimos e resolvemos voltar para a portaria! O frio estava muito forte e, além disso, descer mais de 1000 m de desnível com chuva e na lama acabaria com os nossos freios e o risco de acidentes era muito alto para arriscarmos.
De volta à portaria começamos a pensar sobre nossa rota de fuga, nossa única saída era conseguir alguém que nos levasse até 7 Barras (60 km de distância atravessando uma serra sem calçamento) para que resgatássemos o carro. Esperamos alguns minutos na portaria e, como não passava ninguém, resolvemos voltar uns 3 km até um bairro onde começamos a longa procura de alguém que topasse fazer o "carreto".
O tempo foi passando, nãos e nãos por todos os lados até que conseguimos negociar e uma pessoa aceitou nos levar. Deixamos as bikes e fomos em um Gol até 7 Barras onde resgatamos o carro e depois voltamos para resgatar as bikes. Com tudo certo e agora tanto com as bikes quanto com o carro em mãos, fizemos uma pausa na cidade para lanche (já era umas 14h) e de lá estrada de volta para Itu, onde deixei o Alessandro em sua casa, lavei minha bike e peguei mais estrada de volta para São Paulo.
Apesar da ideia inicial não ter sido completada (subir e descer a serra) o pedal foi muito proveitoso e pelo menos fizemos o trecho mais pesado (a subida). Ao total, no primeiro dia, foram cerca de 83 km com quase 1500 m de desnível acumulado. Mas é um pedal que merece ser repetido, nem que seja apenas o trecho de serra em estrada de terra.
No Domingo, dia 18 de Setembro, logo que o Felipe chegou aqui em casa, a Aline, ele e eu tomamos um café da tarde, jogamos as coisas no portal-malas e pegamos estrada rumo ao Rio de Janeiro.
Mesmo com a incerteza sobre onde ficaríamos hospedados (teve hotel que respondeu sobre preços mas não respondia como efetuar reservas) a viagem foi bem tranquila e, sem fazer nenhuma parada, por volta das 21h, passávamos por alguns albergues e hotéis até que encontramos vaga e resolvemos ficar exatamente no hotel que não havia respondido meus emails sobre reserva (indicado pelo Leo e localizado no Catete). Lá deixamos as coisas nos quartos e saímos para jantar, indo até uma lanchonete que servia refeições no mesmo quarteirão. Inclusive, acho que foi a primeira vez que consegui comer bem no RJ - e sem frescuras - sem ter que pagar R$30,00 por pessoa em um prato de comida - em compensação a Aline e o Felipe comeram um simples sanduíche natural (um pão de forma com queijo branco e tomate) que custou R$7,50, ai sim preço padrão no Rio. De lá voltamos para o hotel para a merecida noite de sono e pensando na semana de escaladas que estava por vir.
No dia seguinte, 2ª feira, acordamos antes do despertador programado para às 8h, enrolamos um pouco e depois descemos para o café da manhã. Em seguida nos arrumamos, pegamos os equipos e seguimos para o Corcovado onde deixamos o carro no estacionamento das Paineiras e subimos a trilha até a base da via K2 (4º IVsup E2 D1 150m - VI seguindo pela variante), via que eu já havia escalado com o Pedro e com o Osvaldo em duas outras ocasiões.
Chegando na base da via esperamos a fila andar (havia escaladores e fotógrafo de algum jornal fazendo alguma matéria) e, assim que tivemos espaço, o Felipe entrou guiando a primeira enfiada da via, fazendo a parada na 1ª parada antes da travessia para a esquerda. Em seguida subiu a Aline e logo depois eu.
Na parada ficamos mais um bom tempo esperando que a sessão de fotos terminasse e, logo que vi que já saíam da 2ª parada da via, comecei a guiar a 2ª enfiada pela variante em móvel que segue direto pelo diedro. Essa enfiada, para quem curte escalada em móvel devia ser obrigatória. Suas proteções ficam perfeitas em uma fenda lisa e a movimentação é espetacular com um crux chegando ao final do diedro (VI), de onde retorna para a linha original da K2.
Da parada dei segurança para a Aline e o Felipe que logo chegaram na P2 e em seguida a Aline saiu guiando a 3ª enfiada, emendando na 4ª, parando no final da via. De lá, depois de resgatar um boné perdido, uma caminhada de 3 minutos e então pulávamos o parapeito que nos levava junto às centenas de turistas que visitavam o Corcovado naquela tarde perfeita. Lá mais alguns minutos passeando, fazendo algum vídeo, algumas fotos então pegamos a van que nos levou de volta a Paineiras, de onde seguimos de volta para o hotel, jantar e noite de sono.
Na 3ª feira, dia 20, novamente acordamos antes das 8h, tomamos café e fomos escalar, dessa vez no Pão de Açúcar. Logo depois que estacionamos o carro seguimos pela pista Claudio Coutinho até quase o seu final onde entramos por uma trilha que nos levou à base das vias do setor Coringa, onde depois de procurar por alguns minutos o Felipe entrou guiando a 1ª enfiada da via que dá nome ao setor (Coringa 3º IIIsup E1 D1 110m).
Essa escalada foi bem tranquila e, logo que chegamos ao seu final, começamos a descer pela trilha à procura da verdadeira via que era a meta do dia, na face Leste do Pão de Açúcar (lado virado para o mar). A caminhada foi tranquila e, mais rapidamente do que esperava, encontramos a base da via Iemanjá (4º Vsup E3 D3 430m).
A via começa por uma travessia horizontal para a direita e, na 2ª enfiada, segue direto para cima após a 2ª ou 3ª proteção, local onde, sem prestar muita atenção, continuei pela travessia e só percebi bem isso quando o Felipe e a Aline já haviam se juntado a mim na parada (simples). De lá voltei novamente pela horizontal até uma proteção anterior e segui para cima torcendo para encontrar a verdadeira via (após uns 30m sem achar uma proteção sequer achei um grampo P e pude respirar novamente). Agora sim eu achava que estava de volta à via e dei segurança para que a Aline e o Felipe também subissem.
De lá segui guiando a maior parte das enfiadas (principalmente para ganhar tempo já que a escalada não é tão óbvia e tem alguns bons esticões) até que chegamos no final da 7ª enfiada, de onde a via continua por uma trilha inexistente no meio de uma floresta de bromélias, gravatás e pequenas árvores até que o Felipe achou um grampo P branco que achamos ser o começo da 9ª enfiada.
De lá, com o final da tarde chegando, segui guiando até a 9ª parada e logo que chegaram segui mais uma outra, sendo que nessa não encontrei mais nenhum grampo P na parede. Sem ter muito o que fazer já que o final da tarde chegava, não achava nenhuma proteção e já tinha esticado 60m sem uma proteção sequer, fiz uma "parada" psicológica nas raízes de alguns gravatás e esperei que a Aline e o Felipe subissem. Sem perder muito tempo, e já com headlamp na cabeça, estiquei mais quase 60m de corda e fiz outra "parada" em algumas raízes (felizmente mais confiáveis que a parada anterior). De lá, já com a última luz do dia, logo que todos chegaram nos desencordamos, guardamos as cordas e seguimos por uma sequência de trepa-pedras, alguma aderência e alguns trepa-matos até chegarmos em uma floresta próxima do cume do Pão de Açúcar.
Quando achávamos que o perrengue havia acabado (felizmente não tínhamos virado oferenda para Iemanjá) vimos que ainda havia uma longa floresta para atravessar. Aos poucos fomos procurando o caminho, em alguns trechos tendo que rastejar, mas depois de uns 10 minutos o Felipe chegou na mureta que nos levou de volta à civilização. De lá uns 5 minutos e estávamos no meio do luxo das lojas do cume do Pão de Açúcar matando a sede no banheiro (nossa água havia acabado há algumas horas) e depois um mate gelado antes de pegarmos o bondinho de volta à praia vermelha.
De volta ao carro seguimos para o hotel para o merecido banho e depois fomos jantar em Copacabana, onde aproveitei para ver se tudo estava ok usando a rede wireless que existe na orla da praia. Depois disso só pensávamos em voltar para o hotel para a merecida noite de sono.
No dia seguinte, 4ª feira e metade da nossa "temporada" no Rio, tínhamos pensado em descansar por causa do dia anterior mas sugeri escalarmos algo mais light e todos toparam. Sendo assim, depois do café fomos até a praia onde, enquantoa Aline dava um mergulho eu acessava internet em um quiosque enquanto bebia uma água de coco e, depois de um acaí na Nossa Sra de Copacabana, seguimos para a Floresta da Tijuca e logo começamos a subir a trilha rumo ao Pico da Tijuca, desviando após uns 10 minutos de caminhada até a base da via Vereda Tropical 4º IVsup (A1/VIIc) E2 D2 210m, sendo que na metade de sua 2ª enfiada, logo após o lance em artificial, segui pela via LSD - louvado seja deus 4º V E2 D2 185m. Mesmo com muito vento e frio (uma massa de ar frio chegava) a escalada foi tranquila, fomos alternando as guiadas e logo chegamos ao final da via, de onde seguimos pela trilha até o cume.
No cume, com o final da tarde chegando (já era umas 17h) uma breve pausa para fotos, filme e então começamos a descida para o carro> De lá voltamos para um banho no hotel e saímos então para jantar, nesse dia um ótimo rodizio de pizza e depois algumas cervejas importadas com o Léo em um bar que eu havia conhecido no Rio há alguns anos e não lembrava onde era (e nada de Ambev, o cardápio nosso começava pelo menos com Erdinger).
Na 5ª feira, último dia que teríamos para escalar e com previsão de tempo ruim (o que não se concretizou) fomos mais uma vez para o Pão de Açúcar. Logo depois de estacionar o carro pegamos a pista Claudio Coutinho e em seguida a trilha que leva à base da via Italianos, via que eu mais escalei no Rio (3x), onde encontramos 2 duplas de SC que aproveitavam o dia para escalar antes do começo do Rock in Rio no dia seguinte - inclusive, se alguém os conhecer peça para entrarem em contato comigo, tenho fotos legais deles escalando.
Logo que o último deles começou a escalar acabamos de nos equipar e comecei então a 1ª enfiada da via Cavalo Louco com Secundo 5º VI E2 D2 270m, sendo que a primeira enfiada é o verdadeiro filé da via, com uma linda fenda protegida em móvel em uma boa sequência de agarras. Da 1ª parada dei segurança para a Aline e Felipe se juntarem a mim e logo segui o crux da via, um VI grau técnico em pequenas agarras onde, por um descuido besta no equilíbrio, levei uma pequena queda, mas resolvido na 2ª entrada. Na sequência o Felipe e a Aline foram alternando a guiada e, na metade da tarde, chegávamos mais uma vez ao cume do Pão de Açúcar (dessa vez sem perrengue). Lá uma breve pausa e logo descemos de bondinho para o morro da Urca e de lá pela trilha para a praia vermelha onde o carro nos esperada. De lá, mais uma vez, jantar em Copacabana e depois a merecida noite de sono.
No dia seguinte, 6ª feira dia 23, acordamos um pouco mais cedo, tomamos nosso café da manhã, fechamos nossas diárias e pegamos estrada de volta pra São Paulo. O caminho foi bem tranquilo com apenas uma pausa e, pouco depois do horário do almoço chegávamos em casa.
Escalar no Rio de Janeiro é sempre muito bom e essa vez foi espetacular. Em 4 dias na cidade escalamos 5 bonitas vias e também curtimos um pouquinho da cidade (mais a Aline e o Felipe que não conheciam muito de lá). E, como fomos apenas em locais mais seguros, não tivemos que nos preocupar com assaltos e com os traficantes sustentados pelos fãs de baseadinho da cidade. Mas com certeza voltaremos para outras vias (só não sei se ainda nessa temporada que está no final).
O resto dos dias desde o retorno do Rio até hoje foram aqui pela selva de pedra (ou seria de merd@?). No final de semana coloquei minhas coisas em dia (inclusive dando mais um curso de manuseio de calculadoras hp48/49/50g para engenharia no Domingo), ontem a Aline e eu fomos no centro passear (aproveitei para comprar ingresso para o show do Cruachan) e hoje fomos no Jd. Botânico onde fiz algumas fotos macro (ainda não estão no ar). Amanhã acordo cedo para mais uma aula sobre escalada para os bombeiros que fazem o CSALT (Curso de Salvamento em Altura) e o resto dos dias uma incógnita, tirando um show no Sábado vamos ver o que mais aparece para fazer.