As últimas semanas não tiveram muitas atividades outdoor. No dia 29 de Setembro, pela 3ª vez, dei um curso sobre escalada em rocha e resgate de escaladores, com meu parceiro de escalada Osvaldo, no CSALT (Curso de Salvamento em Altura) do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Esse curso é importante para que os bombeiros conheçam a escalada em rocha e os equipamentos utilizados, que podem vir a ser úteis em um resgate vertical de escalador (raro) ou rapeleiro (mais comum).
No final de semana, dia 1º de Outubro, acordei cedo, busquei o Dom em sua casa e fomos fazer um pedal em Bragança Paulista, fechando os pouco mais de 30 km com o merecido açaí. De noite, de volta à São Paulo, fui com a Aline na Chácara do Jockey onde assistimos o show do System of a Down (não é uma banda que eu gosto mas até que o show foi animado). No resto do final de semana fiquei por aqui enrolando e assistindo o Rock in Rio pela TV (não me arrependi nem um pouco de não ter ido).
A semana passou e o máximo que fiz foi treinar na 90 graus. Na Sexta-feira, logo depois de deixar a Aline na 90 peguei estrada e fui para a casa do Alessandro em Itu. De lá, no dia seguinte cedo, pegamos estrada rumo à 7 Barras.
Chegando em 7 Barras achamos um local para deixar o carro, comemos um salgado de calabresa no posto de combustível (não coma!!!) e pouco depois das 11h começamos nosso pedal rumo à São Miguel do Arcanjo, atravessando o Parque Estadual Carlos Botelho.
O pedal começa em um sobe-desce tranquilo em asfalto por quase 27 km e ai sim a "diversão" começa: quase 32 km em terra e quase só subindo (de 95 m a 840 m de altitude). Apesar da inclinação não ser muito elevada, fazendo com que o pedal renda sem precisar descer a coroa para a menor, é uma subida interminável que vai minando as pernas aos poucos e no seu final eu já sentia ameaças de cãibras - isso sem contar a dor por causa do desconforto de muitas horas sobre o selim.
Terminado o trecho de terra ainda não está acabado. De lá mais 23 km em asfalto com sobe-desce até que chegamos à cidade de São Miguel do Arcanjo para um merecido banho, jantar e pesada noite de sono.
No dia seguinte, mais uma vez, acordamos cedo, tomamos café da manhã, fechamos a diária no hotel e começamos a pedalar. Nossa ideia era voltar pelo mesmo caminho já que o carro nos esperava em 7 Barras. Com o tempo nublado o começo foi tranquilo mas, depois de uns 10 km de pedal, começou a garoar. Paramos para guardar as coisas nos sacos estanques e embaixo de chuva mais forte chegamos na portaria do parque onde havíamos programado fazer a 1ª pausa para lanche.
Depois do rápido lanche começamos a descer um trecho da estrada já de terra e, menos de 200 m depois, desistimos e resolvemos voltar para a portaria! O frio estava muito forte e, além disso, descer mais de 1000 m de desnível com chuva e na lama acabaria com os nossos freios e o risco de acidentes era muito alto para arriscarmos.
De volta à portaria começamos a pensar sobre nossa rota de fuga, nossa única saída era conseguir alguém que nos levasse até 7 Barras (60 km de distância atravessando uma serra sem calçamento) para que resgatássemos o carro. Esperamos alguns minutos na portaria e, como não passava ninguém, resolvemos voltar uns 3 km até um bairro onde começamos a longa procura de alguém que topasse fazer o "carreto".
O tempo foi passando, nãos e nãos por todos os lados até que conseguimos negociar e uma pessoa aceitou nos levar. Deixamos as bikes e fomos em um Gol até 7 Barras onde resgatamos o carro e depois voltamos para resgatar as bikes. Com tudo certo e agora tanto com as bikes quanto com o carro em mãos, fizemos uma pausa na cidade para lanche (já era umas 14h) e de lá estrada de volta para Itu, onde deixei o Alessandro em sua casa, lavei minha bike e peguei mais estrada de volta para São Paulo.
Apesar da ideia inicial não ter sido completada (subir e descer a serra) o pedal foi muito proveitoso e pelo menos fizemos o trecho mais pesado (a subida). Ao total, no primeiro dia, foram cerca de 83 km com quase 1500 m de desnível acumulado. Mas é um pedal que merece ser repetido, nem que seja apenas o trecho de serra em estrada de terra.