O feriado prolongado de 9 de Julho foi aproveitado na região de Capivari, pra onde fui já na 4ª feira, perto da hora do almoço, tentando fugir do trânsito (mais tentando que conseguindo de verdade).
Na ida, como a Lorena só chegaria em sua casa à noite, fiz uma pausa na casa do Alê em Itu, aproveitando para trocar o óleo do carro e falar bastante besteira. De lá mais uns 40 km e, no começo da noite, já estava em Capivari.
O dia 9, feriado, foi dia de preguiça e, na sexta-feira, dia 10, fomos para Campinas escalar na Pedreira do Jd Garcia, felizmente desta vez com o clima muito mais ameno que a vez anterior que fomos para lá, no verão.
Chegando na Pedreira entrei na via No Brejo, um 5º grau gostoso mas que vai bombando os braços aos poucos, sendo seguido depois pela Lorena. Na sequência entrei também na Perdidos no Brejo (6º), logo ao seu lado.
De volta ao chão fomos então para o começo da pedreira, onde escalei as vias Expressolândia (4º), Fendolândia (5º), novamente a Expressolândia pra limpar a parede, Cocalzinho (5º sup) e 12 de Outubro (6º).
Ainda com vontade de entrar em mais alguma via e, principalmente, colocar a Lorena pra escalar mais, fomos então pra via Cantil na Cabeça (5º), que foi escalada por mim, pela Lorena e por mim novamente pra finalizar os braços.
Apesar de ser uma pedreira, lá é um local bem legal (inclusive é onde escalei meu primeiro 7c há muitos anos atrás). Tem vias de diferentes graduações e estilos, predominando batentes e regletes. A única reclamação, desta vez, foi ter perdido um mosquetão com um cordelete (se achou me avise, ok?).
Saindo da Pedreira uma pausa pra compras e um lanche com capuccino gelado (muito bom) na Leroy e, de volta a Capivari, uma festa junina à caráter de noite.
O resto do feriado prolongado foi em Capivari, principalmente curtindo uma feira de carros usados na praça central e fazendo também umas fotos em uma das igrejas, em um dia que o Alê foi para lá também com a Fer e a Isa. O feriado acabou, na 2ª cedo voltei pra São Paulo e, tirando a correria de 2ª por causa de um projeto que tinha que ser enviado neste dia, o resto da semana foi razoavelmente tranquila.
Na 5ª feira minha mãe e eu fizemos um bate-volta em Pedra Bela pra resgatar a Belinha, uma gatinha que eu tinha resgatado na aula prática da turma 23 do curso básico de escalada e deixado em um veterinário por lá (mas para o tratamento não ser interrompido, o olho dela precisa ser tratado e o veterinário não fica lá todos dias, achei melhor trazer pra casa) ;-)
E amanhã é dia de pedal, as coisas já estão quase separadas e daqui a pouco ir pra cama para acordar cedo amanhã!
Enviado por Tacio Philip às 22:20:36 de 17/07/2015
Nos dias 21, 23 e 24 de Junho dei a 23ª turma do Curso Básico de Escalada em Rocha. Esta foi uma turma bem compacta, com apenas dois alunos, e fizemos tanto as aulas teóricas quanto a prática, em Pedra Bela, durante a semana (muito bom encontrar a Pedra Bela vazia).
No final de semana fui para Capivari e, no Domingo, dia 26, depois de acordar quase na hora do almoço a Lorena e eu pegamos estrada rumo Analândia, a 130 km de Capivari. A viagem levou quase 2h e, logo que chegamos no local, fizemos uma boa pausa para comermos um lanche antes de seguir a trilha até a base do Cuscuzeiro, já no começo da tarde.
Na base, um pouco perdidos (era a 3ª vez que escalaria lá), demos uma andada para nos localizar e depois entrei na via "Tarzan" (4º), logo seguido pela Lorena, que leva até a base da via "Bundão" (6º), que escalei em seguida saindo no topo do Cuscuzeiro. Com um pouco da minha ajuda a Lorena logo subiu e, depois de um passeio rápido no topo, descemos via rapel até novamente sua base.
Novamente na base e sem muito tempo para perder resolvi entrar em uma via que eu já havia escalado e lembrava que era legal, a "Manga com Leite" (6ºsup), uma via levemente negativa mas com agarrões, exatamente o que eu queria brincar no dia.
A subi uma primeira vez, guiando e, de cima, dei segurança para a Lorena tentar e brincar de cair em seus movimentos mais atléticos. Com o final do dia chegando, mas ainda com braço para acabar, voltei ao chão e, para não perder tempo, subi novamente a via, agora em top, só para fazer um pouco mais de força. Chegando ao final a Lorena me desceu e, novamente, a subi, ai sim deixando os braços bem bombados pelas escaladas na sequência.
Com o Sol já se escondendo guardamos os equipamentos, fiz algumas fotos e logo seguimos nosso caminho de volta pra Capivari fazendo apenas uma pausa em Piracicaba para o jantar.
Apesar do grande número dos caros pedágios e ainda pagar para entrar, o Cuscuzeiro é um local bem interessante. A escalada em seu arenito é bem gostosa e tem vias para todos gostos e graduações, vale a visita e o retorno!
O restante da semana foi tranquila, com treino na 90 graus, participando da banca de defesa do TCC de uma ex-aluna de curso macro (e voltando de Diadema a pé correndo uns trechos), pedal pra comprar ingresso pra show e um final de semana em parte em São Paulo e em parte em Capivari. Além disso algumas aulas particulares de macrofotografia para uma aluna que está querendo aprender tudo sobre a técnica.
Esta curta semana foi ocupada ontem com mais treino na 90 e hoje mais aula particular de macro. Amanhã, com a pré-chegada do feriado da 5ª feira, arrumo as malas e pego estrada novamente (ainda sem rumo definido).
Enviado por Tacio Philip às 18:26:22 de 07/07/2015
Ontem, aproveitando a folga do Leandro, às 10 h o busquei em sua casa e seguimos estrada rumo Extrema, no Sul de Minas Gerais, para subir uma trilha que eu havia conhecido este mês com a Lorena, trilha do Pinheirinho. Entretanto, além desta trilha, que sai de Extrema e sobe a serra, a ideia era esticar a caminhada até a "Pedra do Cume" (Pico do Lopo), o que daria uns bons quilômetros a mais de caminhada.
Depois de enfrentar um pouco de trânsito na saída da cidade (o CET tinha fechado duas faixas na Dutra, bem no meio da semana, para colocar uma placa em um viaduto), pouco antes das 12h30 chegamos na Praça Central de Extrema, onde fizemos a merecida pausa para almoço e logo seguimos para o começo da trilha.
Apesar de, no dia anterior, termos olhado a previsão do tempo em dois sites onde um deles dizia que choveria e o outro que não, preferimos acreditar no mais otimista só que ele nos enganou. Mesmo com uma garôa fina, o que com certeza nos molharia, decidimos continuar o planejado, colocamos os anoraks e começamos a caminhar (parte dessa decisão foi pelo fato de levarmos uma muda de roupa extra para podermos trocar no retorno, agradecemos a Gi - esposa do Leandro - por nos lembrar desse fato) ;-)
Iniciamos a subida às 12h41 saindo de 979 m de altitude e, uns 10 minutos depois, vendo que a garôa estava "séria", fizemos uma pequena pausa de uns 2 minutos para colocar as mochilas por baixo dos anoraks, seguindo a trilha logo em seguida.
Apesar da garôa nos molhar um pouco, o que mais nos molhava era a vegetação que nos usava como toalhas quando passávamos por ela. Sem demorar muito o frio começou a pegar mas logo a subida mais inclinada se encarregou de nos aquecer.
Fomos seguindo a trilha que eu havia feito no começo do mês, passamos pelo 1º ponto de água, pelo 2º, pela Pedra do Sapo, pelo último ponto de água e continuamos subindo até sair na estrada, já na crista da serra depois de 3 km de trilha, a 1500 m de altitude às 13h44.
De lá foram mais 3,2 km pela estrada, passando pelas rampas de vôo livre, até o começo da trilha já em cima da serra, a 1670 m de altitude, onde chegamos às 14h25. Agora, apesar de voltarmos para trilha em meio a mata, ela seguiria mais tranquila em um sobe desce constante, passando pela Pedra das Flores, até chegar à Pedra do Cume às 15h23 e completando 10 km de caminhada.
No topo uma pausa de menos de 2 minutos e logo pegamos o caminho de volta, fazendo uma pausa sob uma pedra (bem mais abrigado que o cume, onde ventava muito e fazia muito frio) para o merecido lanche.
Devidamente alimentados (e molhados) voltamos a caminhar, acelerando um pouco o ritmo para nos aquecer do frio e vento que nos acertava nos trechos mais abertos, chegando às 16h29 novamente na estrada, seguindo novamente os 3 km até a torre, entrando novamente na Trilha do Pinheirinho.
A descida não pode ser muito rápida já que o chão estava bem escorregadio mas logo chegamos na bifurcação ao lado do 3º ponto de água da subida, onde desviamos nosso caminho em direção à Pedra da Sacerdotisa, aumentando um pouco mais a distância e desnível da trilha.
Com as últimas luzes do dia, às 17h40, fizemos uma pausa para pegar as headlamps e voltamos a seguir pra baixo (de agora em diante seria só descida). Fomos descendo em ritmo constante mas sem poder acelerar muito e, às 18h45, 6h03 depois de nossa saída, estávamos de volta ao carro para poder trocar de roupa e irmos comer!
Ao final foram 21 km (uma meia maratona) de trilhas percorridos em 6h03, com um desnível acumulado de 1385 m, tendo sido um excelente treino para uma 4ª feira nublada. Hoje os pés e joelhos cobraram um pouco o preço da forte caminhada (no começo do dia eu estava andando como o Ozzy Osbourne) mas já estou me recuperando e pensando na próxima!
Enviado por Tacio Philip às 16:56:02 de 25/06/2015
No dia 17, 4ª feira, aproveitando uma das folgas do Leandro, às 10h o busquei em sua casa e pegamos estrada rumo Pindamonhangaba, onde chegamos por volta das 12h para o merecido almoço.
Devidamente alimentados seguimos caminho e fomos então para a Falésia Paraíso para um bom dia de escaladas. Chegando no local logo subimos para o setor Eclipse onde aquecemos na via Pedra na Sapata, um 5ºsup muito legal por ser bem vertical, até levemente negativo, com agarrões e depois entramos na Vaca estranha, um 7a ao seu lado que ganha esse grau só pelo último movimento na chegada da parada.
De volta ao chão fomos então para o setor Batcaverna onde resolvemos brigar com a Comissário Gordon, um 8a de aderência e cristais muito doloridos. Eu entrei na via umas 4x, assim como o Leandro, com a diferença que o Leandro ganhou a briga a encadenando enquanto eu só levei espanco, não conseguindo nem isolar o seu final (e deixando meus dedos bem doloridos - mãos e pés!).
Depois disso, para "relaxar", entrei na Bat-martelo, um 6ºsup de regletes que foi o suficiente para fechar meu dia de escaladas.
Com o final do dia chegando o Leandro entrou ainda na Charada, um 7c bem atlético que pretendo entrar na minha próxima ida para lá.
Já com as headlamps na cabeça descemos de volta pro carro e fomos então para Pinda para o merecido açaí, voltando em seguida para São Paulo.
A Falésia Paraíso é um local que merece ser visitado por todos escaladores, possuindo vias de todas graduações e estilos. O croqui, assim como as regras de conduta do local, podem ser vistos no link falesiaparaiso.blogspot.com.br. E nada melhor que poder escalar neste local em uma 4ª feira (local vazio). Toda semana devia ter outro "final de semana" no meio ;-)
Enviado por Tacio Philip às 19:48:02 de 19/06/2015
Há muito tempo, na trilha do Paiolinho para a Pedra da Mina, vi uma bifurcação onde se encontra uma panela velha pendurada na árvore e pensei: "para onde vai essa trilha?". E, mais que isso, olhando na carta topográfica, ela direciona para um dos cumes da Serra Fina. Juntando essas observações, alguns anos depois da ideia inicial, chegou a hora de ver onde vai dar.
Sendo assim, na Sexta-feira, dia dos namorados, o Jonas, Alcides e eu deixamos nossas namoradas/esposas e seguimos nós 3 rumo à Passa-Quatro, mais especificamente para a Fazenda Serra Fina, onde chegamos no meio da noite depois. Sem perder muito tempo armamos nosso "acampamento" (o Jonas no porta-malas do carro e o Alcides e eu bivacando no chão ao lado) e fomos dormir.
No dia seguinte acordamos cedo, guardamos as coisas na mochila e às 7h começamos a caminhar pela trilha do Paiolinho. Rapidamente passamos pelo 1º riacho e, ao chegar no 2º, fizemos uma pausa para o café da manhã, seguindo nosso caminho logo em seguida até a famosa bifurcação da panela.
O começo da trilha é super aberta e em poucos minutos chegamos até uma grande cachoeira. Mais alguns minutos de pausa para curtir e fotografar o local e logo decidimos o caminho a seguir, levando sempre em conta o que havia planejado a partir da carta topográfica e google earth (a partir de lá não havia mais trilha).
Fomos seguindo nosso caminho, sempre alternando quem ia sofrendo mais na frente e, depois de varar um bom trecho de mato, passar por outro pequeno riacho e atravessar alguns bambus chegamos ao rio Verde em um lindo poço com cachoeira, onde fizemos mais uma pausa para fotos e descansar alguns minutos.
Sempre de olho no track que havia desenhado para o GPS, decidimos neste trecho seguir direto pelo rio, o que nos molharia um pouco mas provavelmente facilitaria a nossa progressão, e assim fomos seguindo, nos molhando até as coxas, por mais de 1 km acima pelo Rio Verde, tomando sempre o cuidado de não seguir nenhum de seus afluentes por engano (e são vários!).
Fomos seguindo, seguindo, seguindo até que, em uma das bifurcações do rio ele ficou com cachoeiras mais altas e o mais prudente era voltar para dentro da mata. Novamente fomos alternando a dianteira, sempre buscando o caminho menos fechado (não combina dizer "mais aberto" com o que enfrentamos lá), sempre ouvindo o rio ao nosso lado e seguindo lentamente para cima.
Após uma longa caminhada e, com o final da tarde se aproximando, chegamos a crista final próxima a outro encontro de rios. Neste trecho, pelo planejamento inicial, tínhamos as opções de atravessar um dos rios e subir ou, o que achamos melhor no momento, já que assim não precisávamos descer até o rio, subir direto por essa crista paralela.
Com as últimas luzes do dia começamos a subir e já pensando em encontrar um local para o nosso bivaque, o que não foi fácil. Logo tivemos que acender nossas headlamps, continuamos subindo até encontrar, às 19h, um pequeno platô onde conseguimos nos encaixar para uma linda noite estrelada.
Apesar do local ser pequeno e não muito plano (o Jonas que o diga, que acabou ficando em um local onde escorregava para baixo), a noite foi bem dormida. Logo que chegamos preparamos nossa janta, deitamos e o Jonas apagou logo em seguida enquanto o Alcides e eu ficamos batendo papo e olhando o céu estrelado e diversas estrelas cadentes até por volta das 21h, quando resolvemos também nos retirar para nossos aposentos.
Mesmo cansado não dormi muito nesta noite, provavelmente por causa do comprimido de cafeína no dia anterior, e diversas vezes acordei e fiquei curtindo o céu estrelado (e com mais estrelas cadentes) até que, às 5h45 o despertador do Jonas tocou, mas continuamos dentro dos sacos de dormir observando o céu começar a clarear antes de começar a preparar nosso café da manhã e nos preparar para mais um dia de caminhada.
Como o caminho de retorno seria o mesmo decidimos subir apenas com uma mochila com um pouco de água (nossa reserva estava acabando já que não tínhamos passado pelo outro encontro de rios na tarde anterior), algum lanche e uma blusa para frio. Nesta hora o Alcides disse que não tinha condições de continuar subindo e que começaria a descer na frente e, às 7h20, o Jonas e eu começamos então nosso caminho crista acima, ainda com a esperança de terminar a subida na trilha da travessia da serra fina.
O começo da subida foi tranquila mas logo percebemos que a crista não seguia direto e gradualmente para cima. Em vez disso, ela passaria por diversos pequenos cumes (4 ao total) com colos sempre repletos de bambus (uma das piores coisas que podíamos esperar). Mesmo assim, ainda com alguma esperança e ora eu animando o Jonas e ora sendo animado por ele, fomos seguindo a passo de tartaruga enroscada no bambu, atravessando intermináveis matas de bambus trançados na nossa frente - em alguns casos conseguíamos abrir uma trilha entre eles e em outros abríamos um túnel sob eles!
Atravessamos dessa maneira os vários colos entre os pequenos cumes e então chegamos na rampa final. Nos trechos de subida (às vezes) a mata melhorava, permitindo um avanço menos devagar e então chegamos a trechos que intercalavam pequenas árvores com capim elefante, outro pesadelo para nós. Nesse momento o Jonas já estava totalmente desacreditado mas ainda me seguia montanha acima (eu ainda tinha esperança de chegar em algum campo de altitude onde visse apenas lajes de pedra que nos levaria até o cume).
Fui continuando morro acima, agora além dos machucados por causa dos bambus eu cortava toda minha mão com o capim elefante (burrice não ter levado uma luva) e, alternando algumas pequenas lajes e capim elefante, subi até um trecho de onde consegui visualizar o caminho que faltava até o cume (uns 500 metros). Neste trecho parei, sentei no chão e logo que o Jonas se aproximou falei: só estou esperando você chegar aqui pra dizer que não dá mais!
O resto de esperança que tinha de chegar ao cume acabou quando vi que os próximos 500 metros não melhorariam: continuaria a alternância de pequenas lajes e muito capim elefante. Com pouca água (nesse momento nós dois tínhamos uns 400 ml na mochila e mais 1 litro no local do bivac) e o tempo passando muito rápido, às 11h20 decidimos que ali era nosso "cume" e que tinha chegado a hora de descer.
Foram 4 horas de caminhada para andar menos de 1,5 km (em linha reta estávamos a menos de 1 km do local de bivac) e, pelas nossas estimativas, levaríamos pelo menos mais 2 horas para chegar ao final da crista e, de lá, mais uns 30 minutos, no mínimo, para o cume pela trilha da Serra Fina.
Ficamos alguns minutos sentados descansando, molhando a boca com um pouco de água, comendo umas bolachas, fazendo algumas fotos e curtindo o visual abaixo de nós com o vale do rio Verde e a crista da Serra Fina ao nosso lado até começarmos a descer, por volta das 11h30.
A descida, agora com uma trilha aberta, foi muito mais rápida mas mesmo assim nem tanto. Em 1h30 andamos os 1,5 km e estávamos no local do bivac, acabamos de guardar as coisas nas mochilas, bebemos mais um pouco de água e às 13 h seguimos nossa descida, pelo mesmo caminho que tínhamos subido no dia anterior.
Com nossa passagem o caminho ficou razoavelmente aberto, em alguns momentos, quando aparecia alguma dúvida, recorríamos direto pro GPS para evitar sair do caminho já traçado e seguimos descendo, descendo, descendo até chegar novamente ao rio Verde, onde o Alcides tinha deixado dois Bis de chocolate branco (mostrando que até ali, pelo menos, ele não tinha morrido descendo sozinho) :-P
No rio pudemos nos reidratar como merecíamos, comemos um lanche e logo seguimos os 1,5 km pelo seu leito até o que chamamos de "Poço verde", de onde seguimos novamente pela mata, sempre pelo caminho que tínhamos passado no dia anterior.
Mais algumas horas se passaram e chegamos então à cachoeira. Já bem cansados, o que nos animava era saber que, quanto mais andássemos, melhor ficaria a trilha na nossa frente, então fomos seguindo, com as últimas luzes chegamos na bifurcação da panela e de lá, já com as headlamps na cabeça, seguimos os 3 km finais até a fazenda Serra Fina, onde o Alcides nos esperava e chegamos às 18h20.
Na fazenda uma boa pausa para descanso, trocar de roupa, beber água, comer e finalmente seguir estrada de volta pra São Paulo com o Jonas e o Alcides alternando a direção (eu estava destruído). Ao final me deixaram em casa por volta das 23h30 e, depois de descansar mais um pouco na cama consegui me animar para o merecido banho e ai sim, uma boa noite na cama.
Apesar de não concluirmos o projeto inteiro, essa primeira investida na Panela rendeu bem. Dificilmente conseguiríamos abrir o caminho todo e voltar em um final de semana mas fomos bem mais longe do que eu esperava. Com certeza, com mais uma investida, completaremos a lição de casa. Agora a dúvida é se iremos novamente pelo mesmo caminho ou se tentaremos encontrar a trilha já aberta vindo por cima, fazendo apenas o retorno pela "Panela". Antes do final da temporada espero definir (e resolver) isso ;-)
No dia 28 de Maio, 5ª feira, peguei estrada pra Pedra Bela com a ideia de treinar escalada em solitário no dia seguinte de manhã, antes da chegada dos alunos do curso de ed Física da Polícia Militar de SP. Entretanto, a chuva não deu trégua e, depois de uma longa noite dormindo no porta malas do carro acordei, fui no centro tomar meu café da manhã e voltei para a base da pedra onde esperei os oficiais da PM chegar.
A aula também foi prejudicada pela chuva, impedindo a prática em rocha mas, mesmo assim, puder ter um bom bate papo com o pessoal falando e mostrando alguns equipamentos e seus usos na escalada em rocha. Depois, já que escalada era impraticável, fizemos uma trilha para o pessoal conhecer a pedra em si.
O resto do final de semana foi em Capivari, aproveitando cinema (filme Terremoto) e depois voltei para São Paulo onde passei uma semana me recuperando de uma gripe e fazendo mudança da sala de aula. No final de semana/feriado a Lorena veio pra São Paulo, fomos também no cinema (MadMax) e, no Sábado, pegamos estrada para um bate-volta em Extrema - MG.
A Serra do Lopo faz divisa entre SP (Joanópolis) e MG (Extrema) e já havia feito sua trilha, pela crista, até o Lopo algumas vezes, sendo muito tranquila e com pouco desnível. Mas olhando a serra, sempre pensei em subir desde a cidade, o que deixaria a coisa bem mais divertida e foi o que fizemos.
Saímos de São Paulo pouco antes da hora do almoço, fizemos uma pausa breve na praça central de Extrema para almoçar (a feijoada pesou um pouco no começo da trilha) e às 13h25 começávamos a caminhar pela trilha que leva a Pedra do Sapo.
A trilha no começo é um pouco confusa e não muito pisada (onde o track de GPS que havia baixado ajudou bastante) mas logo fica bem marcada e única, sempre seguindo para cima (inclusive bem inclinada). Aos poucos fomos subindo, passamos por dois pontos de água e logo chegamos na Pedra do Sapo, onde não paramos muito e continuamos a subida.
Mais para cima seguimos para a Pedra da Sacerdotisa, que fica bem em um dos extremos da serra (oposto ao Lopo) onde se tem uma linda vista do vale com Monte Verde ao fundo, onde chegamos por volta das 15h. Lá uma pausa para fotos, comer algo e depois mais trilha, voltando pelo caminho que tínhamos subido até uma bifurcação onde passa a ser a "trilha do Pinheirinho", que nos levou até algumas torres já no topo da serra, na estrada.
De lá seguimos ainda pouco mais de 1km até uma das rampas de voo livre e, com a Lorena já bem cansada e o final da tarde chegando, resolvemos voltar o longo caminho que nos esperava. A essa hora já tínhamos andado mais de 7 km e subido 850 m de desnível.
Na rampa uma pausa, pouco abaixo, já voltando, outra pausa pra lanche e, com o Sol nos deixando, seguimos de volta para a torre e abaixo pela trilha do Pinheirinho, tendo que colocar as headlamps quando chegamos próximo da água na bifurcação da Sacerdotisa.
De lá mais trilha para baixo, parando poucas vezes, exceto na Pedra do Sapo, que resolvemos subir. Apesar de um lance de escalada no começo (que é ruim de descer mas tranquilo de subir) o restante é tranquilo, com um visual muito aberto da cidade abaixo de nós.
De lá mais trilha e por volta das 19h30 estávamos de volta ao carro, 14 km de trilha depois e com 950 m de desnível acumulado, o que é uma boa caminhada para meio dia (a ideia agora é voltar lá e, além dessa trilha, seguir até o Lopo e voltar - ou quem sabe atravessar direto pra Joanópolis, vamos ver...).
Em Extrema mais uma pausa na praça pro merecido jantar e de lá estrada de volta pra São Paulo, passando o resto do final de semana aproveitando a preguiça e carregando mais coisas entre a antiga sala de aula e a nova.
A semana foi bem utilizada começando a organização e montagem da nova sala de aula, agora em um apartamento meu que estava vago, e ainda vai levar alguns dias para ficar pronto (mas já está ficando com cara de sala de aula).
E como a Lorena e eu já comemoramos o dia dos namorados na semana anterior (e a Lo tem várias provas e trabalhos para a próxima semana), amanhã, sexta-feira, fugirei para as montanhas com o Jonas e o Alcides. Mais uma antiga ideia de caminho que tentaremos colocar em prática. Na verdade não acho muito que conseguiremos abrir os planejados 4,7km de trilha em um final de semana mas, quanto conseguirmos será um avanço para a continuação depois. Vamos ver o que acontece (mais infos só depois de concluída) ;-)
No dia 23, Sábado, depois de uma semana de trabalho, muita mudança trabalhando como mula carregando coisas no haulbag e um pouco de treino, busquei a Lorena logo cedo no metrô e seguimos para Pedra Bela, desta vez sem alunos e para escalar na Maria Antônia, onde a Lo queria escalar até o topo.
A ida foi tranquila, chegando na cidade a pausa básica para um pão na chapa e por volta das 11h já estávamos nos equipando e subindo a via "Mãe de Ouro", indo até seu cume.
No topo algumas fotos, lanche e, com a fome apertando de verdade e pensando no açaí em Bragança, descemos via rapel (com a corda dupla e pela lateral da pedra foram apenas 2 até o chão) e seguimos nosso caminho. O resto do final de semana foi de descanso e, no Domingo, às 16h30 busquei o Osvaldo em sua casa, deixamos a Lorena no metrô e seguimos nosso caminho para São Bento do Sapucaí, para mais uma investida no "Big Mil", projeto que consiste em escalar 1000 metros de vias em um intervalo menor de 24 horas.
Eu havia feito uma primeira investida Big 1000 com o Michel no dia 14 e não conseguimos completar os 1000m, parando em 630m de escalada (escolhemos vias mais fortes e por achar que seria mais tranquilo não puxamos o ritmo). Dessa vez, sabendo como seria a pegada, a logística foi diferente. Sendo assim, chegamos no abrigo do Eliseu em São Bento do Sapucaí de noite e logo fomos dormir já que o dia seguinte seria puxado.
Na 2ª feira, dia 25, acordamos às 4h30, tomamos nosso café da manhã, acabamos de arrumar as coisas e logo pegamos estrada rumo ao Bauzinho, onde chegamos pouco depois das 6h da manhã. Com as mochilas nas costas e animados com as escaladas, às 6h10 começamos a caminhada rumo a primeira via do dia, "Galba Athaide" (3ºV 140m).
Na base nos equipamos e com o clarear do dia começamos a primeira escalada, em simultâneo, levando 46 minutos para chegar até seu topo, na grade do Bauzinho. De lá, sem perder tempo, novamente trilha morro abaixo e fomos para a base da "V de Vingança" (5ºVIsup 190m), nos perdendo um pouco para achar sua base (passamos direto na trilha).
Parte da "V" escalamos em simultâneo e parte escalamos na maneira "normal" de segurança, onde havia mais risco de queda. Com isso, essa escalada foi um pouco mais demorada, levando 1h25 até o seu final (mesmo assim um ótimo tempo para essa via).
Com as vias do Bauzinho concluídas era hora de seguir caminho, indo então até a ponta do Bauzinho onde rapelamos para o col pela via "normal". De lá mais um pouco de caminhada e logo estávamos na base da "Cresta" que emendaríamos na "Normal do Bau" (4ºIVsup 60m). Essa escalada foi super rápida, também em simultâneo e, em 19 minutos, estávamos na trilha final que nos levou até o cume da Pedra do Bau.
No cume o atravessamos na direção da Ana Chata e descemos então pela escada da face Sul, seguindo agora para a base da Ana Chata, onde havia uma longa lista de vias a nossa espera.
A primeira via foi a "Johny Quest" (4ºVsup 120m), que escalamos em 26 minutos, rapelamos de volta ao chão e logo em seguida subimos a "Surfista Prateado" (4ºVsup 120m), que escalamos em 22 minutos, ambas feitas em simultâneo. Rapelamos de volta ao chão e, com o calor começando a apertar e nossa água já acabando, seguimos para a próxima via do dia, a via que mais escalei na região e uma das que considero mais bonitas, a "Elektra" (4ºVsup 150m).
A subida da Elektra foi sob forte calor e com os "sintomas" do cansaço e desidratação começando a aparecer. A subida foi parte em simultâneo, parte "normal" e, 1h10 depois do nosso início, estávamos no topo, cansados e pensando que "só" faltavam mais duas vias para concluir o projeto.
Descemos pela trilha da Ana Chata e em 15 minutos estávamos outra vez na base da parede, entrando agora na "Tom Sawyer" com final na "Lixeiros" (4ºVsup 140m). Essa via é mais tranquila e subimos toda em simultâneo, levando apenas 36 minutos até o topo da Ana Chata, de onde, mais uma vez, seguimos pela trilha até a base da parede, chegando, finalmente, já muito cansados, na base da última via do dia, a "Peter Pan" (4ºIVsup 120m), que terminaríamos também com o final da Lixeiros.
Com a energia já na reserva mas sem pensar em desistir subimos também essa via em simultâneo, chegando ao topo da Ana Chata, já no final da tarde com o Sol se pondo, 45 minutos depois do nosso início. Estávamos muito cansados, com sede, dores no corpo mas também muito felizes de termos completado o projeto em 10h40 (do início da escalada da 1ª via até o final da 8ª e última).
No topo arrumamos os equipamentos sem muita pressa e, só pensando na água que nos esperava no carro, começamos a caminhada de volta pelos intermináveis 2km de trilha até o estacionamento do Bauzinho, onde chegamos já de noite, às 19h, e 11h50 após nossa saída. No carro a merecida água e de lá estrada de volta pra São Paulo (com uma indicação estúpida do GPS que nos levou por uns 12km de estrada de terra até Campos do Jordão).
Esse projeto "Big 1000" foi muito legal e ficamos muito felizes de termos o completado. E o Osvaldo já disse que um dos nossos próximos objetivos, mais para o final dessaa temporada, é voltar por lá pra abaixar o tempo! Vamos que vamos que essa temporada de escalada promete!!!
Enviado por Tacio Philip às 19:11:53 de 27/05/2015
Entrando de cabeça em um desafio proposto por um pessoal no Facebook, no dia 13 de Maio o Michel e eu pegamos estrada pra São Bento do Sapucaí onde, no dia seguinte, tentaríamos escalar 1000 metros de vias em menos de 24 horas.
Saímos de São Paulo por volta das 21h e por volta das 0h já estávamos em São Bento fazendo um lanche e indo deitar para uma curta e ansiosa noite de sono, acordando pouco depois das 5h.
Tomamos o café da manhã e logo saímos, seguindo de carro até o estacionamento do Bauzinho, de onde saímos, para a primeira escalada do dia, às 6h30.
A primeira escalada foi a via "Galba Athaide" (3ºV) com 140m de extensão, a qual fizemos muito rápido, chegando ao seu final, já na grade do Bauzinho, após 1h05 de escalada. De lá, rapel até a base e então fomos para a 2ª via do dia, a "Lidiane Arnauld" (5ªVIIa), que seria o desafio do dia por ser a via com maior graduação que enfrentaríamos e ainda nunca escalada nem por mim nem pelo Michel.
Apesar de bem mais forte, o que acabou custando mais tempo, a escalada saiu sem traumas, tendo a terminado em 2h30 de escalada. De lá, mais alguns rapéis pela Galba (com direito a corda enroscada) e na sequência a 3ª via do dia, a "V de Vingança" (5ºVIsup).
A "V", por ser mais conhecida, achamos que seria mais tranquila mas o cansaço e dor nos pés já começavam a incomodar. Além disso, o tempo de deslocamento/rapel entre as vias levava mais tempo que pensávamos e acabamos a escalando em cerca de 2h40, fazendo então a 1ª pausa mais longa (de uns 5 minutos ao lado do carro), para comer um lanche e deixar o Bauzinho, por volta das 16h, rumo à Ana Chata.
A trilha para a Ana Chata, apesar de bem aberta e tranquila, é mais longa que eu lembrava. Agora tem algumas placas e entre os extremos do complexo Bauzinho, Bau, Ana Chata são quase 2 km de extensão, percurso que percorremos em uns 30 minutos antes de começar a escorregar e procurar a próxima via do dia, a "Johny Quest" (4ºVsup).
Com o final do dia chegando escalamos a "Johny" e, já no escuro, fizemos o rapel de volta à base pensando: "porque não subimos com as mochilas para sair direto pelo topo?".
De volta ao chão, com os pés doendo e com a brincadeira perdendo a graça (se continuássemos levaríamos ainda algumas horas para fechar o cronograma) resolvemos terminar por ali e ir jantar.
Com o cansaço já batendo, saímos da base da "Johny" às 19h e chegamos no carro às 19h50. De lá descida para o merecido jantar em São Bento e depois uma boa noite de sono. Apesar de não concluirmos o desafio dos 1000 metros, tendo escaldo 630 m, foi um dia muito divertido e valeu muito a pena! Valeu tanto que fazei outra tentativa na próxima semana ;-)
O final de semana foi de descanso e muito sorvete em Capivari e, essa semana, foi bem tranquila colocando o trabalho "de escritório" em dia e dando aula de macrofotografia no botânico na 4ª feira. Hoje, 5ª feira, foi novamente dia de rocha, indo com o Ola (Sueco que fez curso de escalada comigo há algum tempo), escalar no Visual das Águas, em Bragança Paulista.
No visual entrei em vias de 4º a 6º sup, repetindo 2 delas no decorrer do dia e, no final, acabei subindo 8 vias, o que foi bom para manter a lembrança de rocha nos dedos. Se tudo correr bem, mais rocha no final de semana antes do "Big 1000 II - o retorno" no começo da semana!
E, falando em escalada, nova data do Curso Básico de Escalada em Rocha em São Paulo (novamente no formato com aula teórica durante a noite e prática no Sábado) e uma Saída para escalada em Salesópolis, aberta tanto para ex-alunos quanto outras pessoas. Aproveite, as inscrições estão abertas!!!
Enviado por Tacio Philip às 19:49:45 de 21/05/2015