Mesmo com a correria do lançamento do meu livro e organização de mais uma exposição fotográfica, sempre consigo um tempinho para dar uma relaxada na mente estressando meus músculos. E foi isso que fiz no último Sábado, dia 30 de Junho.
Depois de ter conhecido o Lucas por email, quando trocamos alguns arquivos de GPS de trilhas de mtb, há umas duas semanas ele levantou a possibilidade de descermos para Santos, saindo de São Paulo, pela Serra Velha. Esse ano eu já havia estado pela região e tinha visto que o local estava fechado para visitação, então começaram os planejamentos das opções que nos levariam a realizar esse passeio.
Alguns emails indo e vindo, muita troca de info, mais e mais tempo analisando opções pelo Google Earth e, depois de fecharmos o grupo com o Lucas, Baiano, Alexandre, Dom e eu, no Sábado cedo nos encontramos aqui perto de casa e por volta das 8h15 começamos nosso pedal seguindo pela Av Cursino, Ourives, 31/Março e de lá seguindo pela Rod Anchieta.
Nossa primeira pausa para registrar o passeio foi chegando na represa em Riacho Grande, onde uma grande placa nos lembrava : Caminho do Mar - Trecho Serra Proibido para Descida, o que não era novidade nenhuma, e logo seguimos, saindo da Anchieta e entrando na SP-148, a Rodovia Caminho do Mar, também conhecida como "Serra Velha de Santos" por ser bem mais antiga que as outras que descem para essa região do litoral paulista.
Logo no começo uma pausa para um Gatorade e um pé-de-moleque, mais um pouco de pedal e, já chegando no trecho da estrada pouco movimentado, onde muitas pessoas treinavam de bike, seguimos até a 1ª portaria do parque onde disseram que não podíamos seguir.
Ainda era bem cedo, voltamos alguns poucos quilômetros e tentamos um caminho que havia mapeado pelo Google Earth, passando por uma barragem, mas que não nos levou a lugar algum, tendo que voltar. Pelo menos, enquanto estávamos na barragem fazendo um lanche, uma pessoa nos informou onde havia uma trilha que "pulava" a portaria e foi essa que fomos procurar, entrando logo em uma saída na lateral da pista que seguia por uma estrada de terra (muitas vezes um charco) margeando o asfalto até uma saída a uns 50 metros da portaria.
Início da trilha pra descida da Serra Velha de Santos de bike
Quase na borda da estrada paramos, nos juntamos e sem perder tempo começamos a pedalar, atravessando a estrada rapidamente para o estacionamento e seguindo para a trilha que eu havia "experimentado" há alguns meses.
O começo da trilha é o mesmo mas logo pegamos uma bifurcação mais fechada que nos levou até a Calçada do Lorena, uma "trilha" calçada por escravos há alguns séculos. Nessa hora não tínhamos certeza do caminho e resolvemos seguir subindo pela calçada até que saímos no Monumento do Pico, com uma visão espetacular para o litoral.
Lá mais uma longa pausa - principalmente para fotos - e depois resolvemos continuar pela calçada, descendo empurrando a bike por uma trilha de pedras ainda bem aberta mas que o mato começa a ameaçar a encobrir. A descida foi lenta para evitar acidentes - alguns trechos escorregava muito - mas tranquila, saindo no Belvedere Circular, outro monumento no local e agora sim na nossa meta, na estrada!
Calçada do Lorena durante descida para Santos de bike
De lá a descida foi bem tranquila, toda por cimento de ótima qualidade e com várias pausas para fotos. Inclusive, durante uma delas, alguns seguranças que faziam a ronda de carro nos perguntaram como chegamos lá. Ao falar que era por trilha eles só disseram: "só cuidado para não cair", mostrando que a proibição vem de cima e sem motivos. Inclusive, um dos motivos dados para o fechamento são "deslizamentos" na estrada, o que vimos que já foi consertado e que foram pequenas barreiras que caíram sobre a estrada, nada de estrada desbarrancada como fazem entender.
Depois de muitas pausas para fotos chegamos ao final da descida, passamos uma 1ª cancela e depois a portaria oficial da usina da Petrobrás. Lá, o segurança perguntou de onde vínhamos e depois que falamos que tínhamos descido a serra ele só disse: "vou fazer o que, já desceram, vai lá!" em tom irônico e bem humorado sobre nossa saída.
Novamente na legalidade, agora seguimos pelas estradas e ruas de Santos até a praia, fazendo uma longa pausa para um peixe olhando o mar enquanto comentávamos sobre os 80 km percorridos nesse caminho.
Final da descida para Santos pela Serra Velha (SP-148)
Saindo do quiosque na praia mais uns quilômetros até a ponta da praia, bikes no bagageiro do ônibus até o Jabaquara e de lá mais alguns poucos quilômetros de volta até em casa, onde cheguei por volta das 20h.
Essa foi a 3ª vez que desci até o litoral pedalando. A 1ª vez foi há uns 12 anos quando fui para Itanhaém descendo pela Anchieta, no começo do ano fiz a rota márcia prado, que desce pela estrada de manutenção da Imigrantes e agora esta, que ganha das outras pelo visual!
Em Santos depois da descida pela Serra Velha (SP-148)
Além disso um parabéns para o grupo. O Dom e eu depois assumimos que nos assustamos um pouco quando conhecemos o resto do pessoal e vimos que não estão tão acostumados a pedalar, como temos feito, mas todos são muito conscientes e guerreiros! Todos nós chegamos, e juntos, onde queríamos! E esse é um passeio que repetirei muito em breve, mas com algumas pequenas alterações para conhecer melhor a região!
Vídeo feito hoje cedo, logo após a montagem, convidando para coquetel de lançamento da minha exposição macrofotografia e close-up, hoje, dia 3 de Julho, às 19h, na FNAC Paulista (Av Paulista 901).
Essa exposição trás 26 fotos, impressas em papel fineart Hahnemüle, que ilustrarão meu novo livro macrofotografia e close-up, pela Editora Photos, com coquetel de lançamento e sessão de autógrafos dia 16 de Julho, 19h, também na FNAC.
Quem estiver por perto, apareça! E marque na sua agenda o lançamento do livro dia 16!
Faz um bom tempo que não atualizo o blog com "o que ando fazendo" por ai. Um dos motivos é que não tenho feito muita coisa (viagens) e o segundo é a grande correria para o lançamento do meu livro e exposição fotográfica agora em Julho. E isso tem tomado muito, mas muito do meu tempo!
Mesmo assim, no tempo livre tenho treinado um pouco na 90 graus, tentando voltar à forma depois de quase 6 meses parado me recuperando de algumas lesões resultantes de quedas e exageros no treino (e com a ajuda do Marcão, quiroprático e acupunturista que ajudou a me "consertar"). Além disso, tenho pedalado até que regularmente, como relatarei alguns pedais logo a seguir:
30/Mai/2012 - Pedal em Itu
No dia 29 fui para Itu e no dia 30, com a ajuda do clima que havia molhado nossa ideia de fazer esse pedal no mês anterior, pudemos sair cedo e logo nos encontramos com o Valdecir Costa, que nos acompanhou durante um trecho.
O começo não teve nada demais, começando com asfalto, subimos pela estrada até a saída pra Cabreuva, fizemos uma descida alternativa por terra onde logo depois o Valdecir seguiu caminho de volta já que estava com uma bela gripe e o Ale e eu seguimos nosso caminho, continuando por estrada de terra e explorando uma área que nem o Ale conhecia ainda.
Fomos seguindo, logo encaramos algumas subidas bem fortes, algumas descidas, nos perdemos um pouco mas logo nos achamos e na hora do almoço mais ou menos conhecemos um sitiante da região com quem batemos um papo por alguns minutos e comemos uma mexericas direto do pé, nessa hora o odômetro já marcava 50 km e o pior estava por vir.
Logo depois que voltamos a pedalar, seguindo a estrada que margeava o rio Tietê (uma pena ver o rio naquele estado de poluição) chegamos ao final e de lá um cotovelo com uma subida hiper-mega-super empinada! Começamos pedalando mas logo perdi tração, me desequilibrei e tive que parar no lado e começar a empurrar. O Ale seguiu mais um pouco mas logo parou também. Em um trecho que dava uma diminuída na inclinação voltei a pedalar mas logo que passei o ponto onde o Ale estava tive também que parar, não tinha perna para subir aquilo pedalando!
Eu gosto de pedalar em subida, gosto do desafio, mas esse era demais! Até empurrando as pernas queimavam e tinha que segurar no freio para não descer de ré enquanto empurrava. Continuamos subindo (empurrando) e no final, quando voltava a ter uma inclinação "normal" voltamos a pedalar, chegando de volta a um trecho por onde tínhamos passado na ida e foi então só voltar, agora pela estrada parque, até Itu, totalizando 78 km de pedal com uns 1600 m de desnível (se não me engano).
Pausa em subida durante pedal em Cabreuva - SP
Depois disso o merecido almoço, um sorvete no centro da cidade e de noite estrada para São Paulo.
Na semana seguinte alguns pedais pela cidade, para manter a forma, alguns com a Aline e outros sozinho.
10/Jun/2012 - Mais Pedal em Itu
No dia 10, depois de assistir no dia anterior um show do Korpiklaani, a Aline e eu pegamos estrada e na hora do almoço estávamos em Itu para mais um dia de pedal.
Logo depois de almoçar nos arrumamos, pegamos as bikes e saímos nós 3 para uma volta pequena, mais experimental, para a Aline sentir o que era fazer uma trilha já que nunca tinha pedalado na terra. Saímos começando por asfalto, subindo por alguns quilômetros e logo desviamos, pegando umas subidas em terra um pouco mais técnicas que nos levaram até a "casa amarela". De lá um pouco de single track em caminho de vacas, voltamos para estrada de terra e logo chegamos na Fazenda do Chocolate, saindo na estrada parque e retornando para a casa do Ale em um pedal com uns 20 km mas bem divertido.
Depois disso mais uma tarde na sorveteria (quando chegou a chuva que felizmente não nos pegou no pedal) e no começo da noite estrada de volta pra São Paulo.
E teve também alguns outros pedais pela cidade, alguns sozinho, um deles com o Dom na ciclovia da Marginal Pinheiros e outro com o Guilherme no Pq do Ibirapuera. E não acaba ai. Amanhã, se tudo der certo, será outro pedal legal, que postarei infos em breve!
E só para manter registrado (e não esquecer), abaixo o setlist do show do Korpiklaani no Clash Club em São Paulo, dia 9 de Julho.
Enthring (banda de abertura)
1. The Grim Tales of the Elder
2. I, the Exiled
3. Rend me Asunder
4. Maelstrom
5. The Vengeance Orchestra
6. Realm of the Forsaken
7. The Last Heartbeat of an Era
8. Silent Chanter
9. Citadel
Korpiklaani
1. Hunting Song
2. Journey Man
3. Cottages e Saunas
4. Juodaan Viinaa
5. Lonkkaluut
6. Kipumylly
7. Metsälle
8. Vaarinpolkka
9. Vodka
10. Wooden Pints
11. Iron Fist (Motorhead cover)
12. Happy Little Boozer
13. Tequila
14. Beer Beer
15. Pellonpekko
16. Tuoppi Oltta
17. Il Lea Voibmi
Abaixo convite do lançamento do meu livro Macrofotografia e Close-up, pela Editora Photos, na FNAC Paulista (Av Paulista, 901) dia 16 de Julho às 19h30, quem puder, compareça!
A exposição fotográfica, também na FNAC Paulista, conta com 25 imagens que fazem parte do livro, tamanho 40x50cm, impressas em papel alemão fineart Hahnemühle com impressora Epson 3880, pela Dina Fotográfica e poderá ser visitada entre o dias 03 de Julho e 06 de Agosto de 2012.
LANÇAMENTO: LIVRO MACROFOTOGRAFIA E CLOSE-UP
Conceitos, técnicas e práticas
Por Tacio Philip
Faça o pedido pela Loja Virtual macrofotografia.com.br
Depois de uma longa espera e insistência dos meus alunos, amigos e editores, ai está meu livro sobre macrofotografia e close-up. Este é o primeiro e mais completo livro sobre o tema publicado por uma editora especializada em fotografia no Brasil, a editora Photos.
Nele trago desde os conceitos sobre esse tipo de fotografia até informações sobre o uso e funcionamento de diversos equipamentos e acessórios para ganho de ampliação, iluminação etc. sem esquecer das dicas práticas para melhorar suas imagens.
Este é um livro super completo, em português, com quase 200 páginas e mais de 100 imagens coloridas. Tanto iniciantes como profissionais da área aproveitarão os textos e as imagens apresentadas.
O lançamento é previsto para o dia 15 de Julho de 2012 e o mesmo já pode ser comprado, com preço especial de lançamento e pré venda, pela Loja Virtual macrofotografia.com.br.
Não perca tempo e peça o seu! Caso queira seu exemplar assinado com dedicatória me avise no campo "observações" ao fazer o seu pedido.
E em breve, junto ao lançamento, uma exposição fotográfica na Livraria FNAC Paulista (São Paulo). Nesta exposição você poderá desfrutar de algumas das imagens que ilustram o livro, em tamanho 30x45cm e impressão em papel fine art alemão Hahnemühle, pela Dina Fotográfica. Mais informações em breve!
Descrição
Para a maioria dos fotógrafos, registrar pela primeira vez o mundo através de uma lente macro, é algo revelador e emocionante. Quanto mais próximo se chega, mais se vê. Para tornar essa nova visão possível, o Macrofotografia e Close-ups: conceitos, técnicas e práticas mostra como capturar, com riqueza de detalhes, imagens incríveis de um universo quase invisível. Seja para registrar a textura da asa de um gafanhoto ou um detalhe de uma cena de crime para um perito criminal, Tacio Philip explica, em um texto simples e direto, tudo o que você precisa saber sobre o tema, baseado em seus 10 anos de experiência nesta apaixonante técnica fotográfica.
A macrofotografia, ou a fotomacrografia é, muitas vezes, a fotografia do imperceptível, do quase invisível, dos pequenos detalhes e, por isso, muitas vezes, tão instigante e apaixonante. Não importa se você acaba de comprar seu primeiro acessório para macrofotografia ou se você já a pratica há anos, esse livro trás dicas que vão melhorar as suas imagens permitindo que elas tenham a expressão que você realmente deseja.
Além disso, a macrofotografia tem outra característica que a difere de muitos outros tipos de fotografia. Ela requer, de um modo ou outro, de equipamentos específicos, mesmo que baseados em adaptações e improvisações. Ao sair de uma loja com uma câmera reflex e uma lente básica é possível fazer retratos, fotos de paisagem, de arquitetura, mas não uma macrofotografia.
Esta obra também tem como objetivo tornar esta modalidade de fotografia mais popular e acessível a todos. Convidamos você a embarcar nesse novo mundo!
Neste livro você encontra também:
? o que é a macrofotografia e fotografia close-up;
? como obter imagens com riqueza de detalhes com câmeras profissionais e compactas;
? quais equipamentos, lentes e acessórios são indicados para essa técnica,
? o que você deve saber e como explorar a iluminação na macrofotografia,
? mais de 100 imagens incríveis para você se inspirar e muito mais.
Sobre o autor
Com mais de 10 anos de experiência em macrofotografia, Tacio Philip é um estudioso incansável. Fascinado pela natureza e pelos números, para Tácio não basta fazer ? é preciso entender o por quê. Isso faz dele um perito no assunto. Nesta obra, ele explana de maneira simples e didática grande parte do seu conhecimento sobre o tema e envolve o leitor em um novo e fascinante universo.
Além de fotografar e expor suas fotos em diversos locais criou também o portal www.macrofotografia.com.br. Através deste portal, ele oferece dicas, exemplos, artigos, galerias de imagens, classificados e uma loja virtual especializada. Tacio ajuda, assim, a popularizar a macrofotografia no Brasil, um país de clima tropical em sua maior parte, com uma das maiores biodiversidades do planeta; um local perfeito para esse tipo de fotografia.
Especificações
Edição: 1ª
Páginas: 196
Formato: 17x24 cm
Idioma: Português
Editora: Photos
Ano de Lançamento: 2012
ISBN 978-85-62626-30-2
Com a aceitação de vídeos mais longos no youtube, coloquei no ar em meu canal dois vídeos, de duas palestras, que dei na Campus Party Brasil 2009.
O primeiro, realizado dia 22/Jan/2009, é sobre fotografia de natureza enquanto que o segundo, do dia 23/Jan/2009 aborda apenas macrofotografia.
E para completar a postagem, um vídeo enviado dia 14/Out/2009 com algumas das minhas fotografias macros. Para esse último recomendo assistir em tela cheia com qualidade HD.
Palestra fotografia de natureza - campus party brasil 2009
Palestra macrofotografia e close-up - campus party brasil 2009
macrofotografias por Tacio Philip
Enviado por Tacio Philip às 17:15:45 de 21/05/2012
Esta é uma obra de ficção, os personagens aqui citados, assim como os locais, são fictícios, as imagens resultado de renderização 3D e qualquer semelhança com pessoas e locais reais é mera coincidência.
Era uma vez...
dois amigos montanhistas que já haviam caminhado em diversas montanhas, mas que não se contentavam apenas com "uma dúzia" permitida no país. Graças a isso, há alguns anos eles resolveram subir outras montanhas, descobrindo que o Brasil, apesar do que muitos pensam, tem sim montanhas que não são simples passeio.
Dia 1
Depois de reagendar a viagem devido a uma unha muito encravada do Parofes, no dia 4 de Maio, na hora do almoço, passei em sua casa e logo pegamos estrada sentido Rio de Janeiro. No caminho apenas uma pausa rápida para almoço na Dutra e, no final da tarde, estacionávamos o carro no vale das cruzes, colocávamos as mochilas nas costas e, com as últimas luzes do dia, começamos a subida, chegando até o último ponto de água antes da crista do Pico da Maromba iluminando nosso caminho com as headlamps e luz cheia que tentava aparecer.
Nesse lugar, bem próximos da água, encontramos um local aberto onde outros já acamparam e o elegemos como 1º local de bivac (acampamento sem barraca), deixamos as mochilas no chão, buscamos água, jantamos e fomos dormir. Não sei se essa área foi aberta recentemente ou eu nunca tinha prestado atenção, mas ela facilmente comporta umas 2 barracas (só é um pouco inclinado).
Dia 2
No segundo dia acordamos por volta das 6h e às 6h30, quando os primeiros raios de Sol chegaram até nós, saímos dos sacos de dormir e começamos a preparar nosso café da manhã. Sem pressa mas também sem perder muito tempo comemos, guardamos as coisas e com apenas um pouco de água começamos o trecho final da subida, que leva até a crista do Pico da Maromba, onde desviamos da trilha da travessia Rebouças-Mauá subindo sentido cume do Marombinha.
Cume do Marombinha no PNI (visão 360º)
A subida desse trecho é bem inclinada mas fomos seguindo fazendo algumas pausas apenas para fotos e logo estávamos no seu cume observando a grande crista do Pico da Maromba (15ª mais alta do Brasil de acordo com o anuário estatístico do IBGE). Uma pausa para lanche, mochila novamente nas costas e seguimos, passando então pelo cume do Maromba descendo pela sua face SE até o encontro dos rios que descem do Maromba, Leoa e Gorila, onde deixamos nossas mochilas e fomos leves até o cume do Pico Cabeça de Leoa (23ª no IBGE), montanha que eu havia subido duas vezes mas que o Parofes ainda não conhecia.
Cume do Pico da Maromba no PNI (visão 360º)
Cume do Cabeça de Leoa no PNI (visão 360º)
No cume algumas fotos e, com a ameaça de chuva, descemos rápido até onde havia ficado nossas mochilas, fazendo o caminho de ida e volta em 2h quase cravadas (na verdade foram 1h57).
Mais um lanche, mais um pouco de descanso e logo começamos a subir a crista do Pico da Cara de Gorila (32º no IBGE), outra montanha que eu já havia visitado. No cume mais uma breve pausa, assinamos o "livro de cume" onde vimos que outras duas pessoas haviam estado por lá esse ano, e logo seguimos nosso caminho, descendo da montanha pela sua face Oeste e seguindo para o Sul, onde encontramos um bom ponto para nosso 2º bivac: plano e próximo da água.
Cume do Cara de Gorila no PNI (visão 360º) (
Lá, mais uma vez arrumamos nossas coisas para o 2º dia de bivac (não levamos barraca por não ter áreas grandes para armá-la no local e não pretendíamos também abrir esse local - além do peso extra da barraca) e com o começo da noite fizemos o jantar e com uma linda Lua cheia (que fez com que em alguns momentos à madrugada parecia dia) fomos dormir.
Dia 3
Acordamos novamente por volta das 6h e enrolamos até que o Sol chegasse até nós, pouco depois das 7h, quando o relógio ainda marcava uma temperatura de 3,2ºC. Inclusive nesse dia era necessário esperar um pouco: com a neblina noturna alguns itens estavam úmidos e os deixamos secar por algum tempo no Sol antes de preparar nossa partida.
No local de bivac na base do Gorila
Por volta das 9h acabávamos de arrumar tudo e, como não haveria mais água no nosso planejamento para os próximos 3 dias, eu segui com a mochila mais pesada em 8 kg (8 litros de água) e o Parofes mais 7 kg. Pesados fomos seguindo sem pressa o caminho que eu já havia percorrido (facilitou muito para saber onde atravessar aquele charco e riachos) e íamos cada vez mais para o Sul onde, depois da pausa para almoço e atravessar a crista no final do complexo da Leoa, começamos a descer observando o Pico do Gigante ao fundo.
Fomos seguindo alguns poucos totens (que levam a lugar algum) e ao meu arquivo de GPS até que chegamos onde eu não havia ainda pisado, começando a procurar algum vestígio de trilha que permitisse que atravessássemos o vale que nos separava do Gigante (menos de 700 m em linha reta). Lá rodamos e rodamos por diversos lados e nada, todos lugares nos levavam a mata bem fechada ou precipícios (há pessoas que tem esse caminho mas o guardam para si, ajudando para o retrocesso do montanhismo, parabéns à colaboração de vocês).
Núvens passando pelo Pico do Gigante - PNI
Depois de rodar, rodar, rodar, e rodar consegui chegar até a crista na nossa frente mas já era tarde para seguir. Mesmo desanimados (e putos da vida) decidimos deixar para tentar seguir no dia seguinte, já que ainda tínhamos mantimentos e água para isso. Assim, bem próximo a um grande totem sobre uma rocha, arrumamos o local para nossa 3ª noite, onde antes do jantar e de deitar para dormir ficamos olhando as nuvens que passavam por cima da crista do Gigante ao mesmo tempo o Sol se punha atrás do Agulhas Negras, uma visão realmente linda e para poucos.
Núvens passando pelo Pico do Gigante e pôr do Sol no Agulhas Negras - PNI
Dia 4
No 4º dia acordamos, como sempre cozinhamos o café da manhã (nada glamoroso, apenas miojo), arrumamos as mochilas e seguimos nosso caminho pelo trecho que eu havia seguido até a pequena crista em nossa frente. De lá seguimos descendo para o grande vale por um caminho que ora se abria um pouco, ora fechava bem, até que, depois de umas 2h e tendo progredido pouco, saímos em uma rocha de onde não víamos uma boa rota de descida (até que seria possível descer mas não subir e, como precisávamos de um caminho que fosse possível percorrer no sentido contrário caso algo desse errado, não continuamos).
Jogando água fora depois de desistir do Pico do Gigante - PNI
Essa é a hora de maior decepção e mais difícil para um montanhista: ter que desistir, virar e voltar. Mas quem nunca passou por isso não sabe o que é montanhismo (teve diversas montanhas que consegui chegar apenas na minha 2ª ou 3ª tentativa). Então, com um nó na garganta, seguimos pelo caminho que havíamos passado deixando a montanha cada vez mais longe, parando só próximo do lugar do nosso bivac onde jogamos parte da água fora (como estávamos retornando teria bastante no caminho) e seguimos nosso caminho sem olhar muito para trás.
O caminho da volta foi pelo caminho de ida até a crista antes da face Norte do Leoa, onde paramos para um lanche (com direito a montar fogareiro e tudo). De lá continuamos por outro caminho, agora seguimos margeando sempre a base Leste do Leoa, sem atravessar o vale até o Gorila. Esse caminho em alguns trechos é muito tranquilo e aberto enquanto em outros você tem que caçar a melhor passagem entre as árvores ou para atravessar os muitos riachos que descem do Leoa (uns seis!).
Apesar de tudo foi razoavelmente tranquilo, sempre seguindo a curva de nível (quando possível) e, quando chegávamos no final do Leoa, começamos a subir sentido sua face Sul, onde encontramos um outro ótimo ponto de bivac próximo ao rio entre o Leoa e o Maromba).
No local de bivac na base do Leoa
Lá, mesmo decepcionados por não conseguir seguir e completar uma possível travessia, estávamos felizes por estar naquele lugar há 4 dias e pela sua tranquilidade. Ainda com tempo e sem pressa alguma buscamos água (o riacho desce por uma linda laje de pedra) e, depois de muito enrolar e bater papo sentados encostados na pedra que nos protegia do vento, preparamos o jantar (feito em duas partes - para não dizer que jantamos duas vezes) e fomos dormir, nossa 4ª noite bivacando olhando o céu que se acendia com a chegada da Lua cheia.
Dia 5
No nosso último dia acordamos, fizemos o café da manhã padrão, arrumamos as coisas e, com muito frio (uns 8ºC con sensação por volta de 0ºC ou menos devido ao forte e úmido vento) seguímos a crista que nos levou novamente ao cume do Pico da Maromba, onde paramos apenas uns 2 minutos para uma foto e seguimos nosso caminho, até o Marombinha. Desse ponto em diante o restante seria descida, uma longa mas tranquila descida até o carro (por volta de 1400 m desnível).
A descida foi tranquila e como fluía bem só parávamos para beber um gole de água nos riachos, deixando para descansar de verdade quando a terminasse. No caminho encontramos duas pessoas do parque que subiam a trilha à procura de um casal perdido e, pouco depois das 13h, chegamos ao carro para finalmente tirar as mochilas das costas, trocar de roupa e seguir caminho, fazendo só uma pausa em Visconde de Mauá para o merecido almoço (nada melhor que arroz, feijão, farofa, bife e salada de alface, tomate e cebola), tudo que precisávamos.
De volta ao carro mais estrada: atravessamos a serra de volta à Penedo (agora asfaltada), saímos na Dutra e, fazendo apenas duas breves pausas para foto na estrada e uma para colocar combustível, seguimos direto até São Paulo, chegando adiantados em relação à nossa programação em alguns dias mas felizes por termos passados 5 dias entre algumas montanhas que poucos visitam.
Conclusões finais
Mesmo não tendo completado o planejamento inicial a viagem valeu a pena. Repeti diversas montanhas, o Parofes subiu algumas que ainda não conhecia, e passamos 5 dias andando por uma região que gostamos muito (além disso foi a vez que mais bivaquei em sequência: 4 noites). Além disso a montanha continua por lá, esperando nossa visita.
Só lamento a atitude de alguns que se dizem "montanhistas" e não compartilham informações. Essas pessoas agem como pérolas: vivem fechadas em seu mundo como uma ostra.
Para quem é de São Paulo uma exposição com o tema macrofotografia que você não pode perder.
Nela, meu parceiro de fotos e amigo Guilherme Ide, expõe algumas de suas fotografias macro, todas com explicações sobre o assunto fotografado, já que ele é biólogo doutorando em entomologia.
Onde: Polo Cultural - Rua República do Iraque, 815 - São Paulo/SP
Quando: 30 de Abril a 20 de Julho de 2012 (2ª à 6ª das 9h às 19h)
Local de fácil acesso e fácil para estacionar, não tem desculpa para não ir!
Enviado por Tacio Philip às 19:36:23 de 30/04/2012