Novas turmas do curso de macrofotografia e close-up mais completo do mercado. Novamente em formato intensivo (final de semana), para quem não dispõe de tempo livre durante a semana, e em diversas cidades do Brasil.
PRÓXIMAS TURMAS:
Petrópolis/RJ - 20 e 21 Outubro
São Paulo/SP - 24 e 25 Novembro
Caxias do Sul/RJ - 08 e 09 Dezembro
CRONOGRAMA: Sábado, das 9h00 às 18h00 - aula teórica (8h aula)
- introdução sobre macro (definições);
- equipamentos para macro e close-up;
- iluminação em macro;
- técnica para macrofotografia;
- composição e dicas práticas.
Domingo, das 9h30 às 16h30 - aula prática (6h aula)
- ganhando ampliação;
- iluminação em macro;
- técnica macro na prática.
Plantão de dúvidas e análise de resultado por internet - aula teórica (2h aula)
- revisão de fotos;
- dúvidas.
O curso tem duração de 16h entre teoria e prática.
LOCALIZAÇÃO:
As próximas turmas do curso serão em:
Petrópolis/RJ - 20 e 21 Outubro
São Paulo/SP - 24 e 25 Novembro
Caxias do Sul/RS - 08 e 09 Dezembro
Caso queira tenha um grupo de amigos interessados no tema e queira levar o curso para sua cidade entre em contato!.
INVESTIMENTO:
R$ 500,00 à vista ou em 3 x R$185,00.
PRÉ-REQUISITOS:
Para o Curso Macrofotografia e Close-up o aluno deve ter câmera reflex com flash incorporado e/ou flash externo + algum acessório para macrofotografia/close-up (lente macro, close-up, tubo de extensão ou outro acessório que permita maior aproximação que a lente "sozinha").
É esperado que o aluno tenha conhecimento básico de fotografia, tendo feito curso básico ou não. É necessário entender fotometria manual, uso básico de flash, lentes e a relação entre abertura e profundidade de campo etc. Para quem ainda não tem esse domínio, uma boa oportunidade de aprender é no Curso Conceitos Básicos de Fotografia.
Caso tenha alguma dúvida entre em contato.
INSCRIÇÕES:
Para mais informações e inscrições entre em contato pelo site www.macrofotografia.com.br informando seu nome completo, curso de interesse, qual o seu equipamento fotográfico e suas expectativas para o curso.
Com a chegada da primavera, mais uma turma do curso de macrofotografia e close-up mais completo do mercado. Novamente em formato intensivo (final de semana) para quem não dispõe de tempo livre durante a semana e pela primeira vez em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.
CRONOGRAMA: Sábado, 20/Outubro/2012 das 9h00 às 18h00 - aula teórica (8h aula)
- introdução sobre macro (definições);
- equipamentos para macro e close-up;
- iluminação em macro;
- técnica para macrofotografia;
- composição e dicas práticas.
Domingo, 21/Out das 9h30 às 16h30 - aula prática (6h aula)
- ganhando ampliação;
- iluminação em macro;
- técnica macro na prática.
Plantão de dúvidas e análise de resultado por internet - aula teórica (2h aula)
- revisão de fotos;
- dúvidas.
O curso tem duração de 16h entre teoria e prática.
LOCALIZAÇÃO:
Curso em Petrópolis - RJ.
Aula teórica: LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) - Av. Getúlio Vargas, 333 - Laboratório ACiMA, sala 1F-05 (bloco da incubadora de empresas) - Petrópolis - RJ.
Aula prática: Áreas de mata do LNCC.
Veja o local no Google Maps
CUSTO:
R$ 500,00 à vista ou em 3 x R$185,00.
PRÉ-REQUISITOS:
Para o Curso Macrofotografia e Close-up o aluno deve ter câmera reflex com flash incorporado e/ou flash externo + algum acessório para macrofotografia/close-up (lente macro, close-up, tubo de extensão ou outro acessório que permita maior aproximação que a lente "sozinha").
É esperado que o aluno tenha conhecimento básico de fotografia, tendo feito curso básico ou não. É necessário entender fotometria manual, uso básico de flash, lentes e a relação entre abertura e profundidade de campo etc. Para quem ainda não tem esse domínio, uma boa oportunidade de aprender é no Curso Conceitos Básicos de Fotografia.
Caso tenha alguma dúvida entre em contato.
INSCRIÇÕES:
Para mais informações e inscrições entre em contato pelo site www.macrofotografia.com.br informando seu nome completo, curso de interesse, qual o seu equipamento fotográfico e suas expectativas para o curso.
Faz quase um mês que não posto por aqui por um simples motivo: falta de tempo (e mais ainda de vontade). Mas o último mês (Agosto) e começo desse foi com a agenda cheia entre compromissos profissionais, estudo e, como não poderia deixar de lado, um pouco de lazer.
Seguindo ordem cronológica a primeira novidade foi, no dia 14 de Agosto, um dia antes da data limite, decidir me matricular na pós graduação em fotografia no Senac. Mesmo assim, antes disso, logo que a Aline chegou em casa me disse que havia passado por um gatinho que se arrastava próximo da Miguel Stefano e miava por ajuda. Inquieto com isso, depois de almoçar não aguentei e fomos lá ver o que podia ser feito. Chegando lá vimos o gatinho miando e pedindo ajuda. Oferecemos um pouco de água, comida, mas ele estava mais assustado do que com fome. Além disso, estava com as patinhas machucadas por arrastá-las, devido a problema na coluna que fazia com que não mexesse as patinhas traseiras.
Sem pensar um décimo de vez peguei o gato, colocamos no carro e fomos para um veterinário. Lá o gato, ainda sem nome, foi examinado, sugerido alguns exames e medicado. Com o nosso paciente seguimos então para comprar remédio e voltamos para casa, onde montei, no meu quarto, um cercadinho para abrigá-lo.
Pouco tempo depois a Aline e eu saímos, passamos na xerox para cópias de diploma e documentos e fomos até a lapa, onde me convenci a me matricular na pós quando vi que existe "estacionamento" para bike no senac (realmente era um requisito). O processo da inscrição/matrícula foi meio desordenado (o site não informava direito o que devia ser feito) mas no final, depois de algumas horas e com o site do senac dando problemas, tudo correu bem e descobri que nesse mesmo dia teria a primeira aula (ou melhor, uma pré aula), então, já que já estava lá, junto com a Aline fomos para a sala de aula onde o curso foi melhor apresentado e que começaria, oficialmente, na 5ª feira.
No dia seguinte, dia 15, a agenda estava ocupada há algum tempo e reservada para uma palestra com o tema macrofotografia na feira Photoimagebrazil. Como estava agendada para às 18h45, deu tempo de sair de casa, buscar a Aline na escola onde dá aula e, de lá, depois de sermos deixados pelos meus pais no metrô seguimos até a estação Tietê e fomos a pé até o Expo Center Norte, onde chegamos ainda cedo, sobrando quase uma hora para rodar e ver o que andava acontecendo por lá, já que fazia alguns anos que eu não a frequentava.
A palestra, no stand da Editora Photos e servindo para ajudar a promoção do meu livro macrofotografia e close-up correu bem, com um bom público interessado nas minhas histórias sobre meu caminho nesse tipo de fotografia e aliado com algumas dicas práticas. Além disso gostei do que vi na feira: eu havia deixado de frequentá-la há alguns anos (uns 4) porque nas últimas edições eu só via álbuns fotográficos, impressoras, exibição de "quem tem a maior lente" e brindes com fotos, ou seja, nada que me interessasse. Esse ano percebi que as coisas mudaram com muitos stands apresentando palestras voltadas realmente ao "consumidor final" e público interessante da feira, o fotógrafo.
Durante a semana levei o Mismi (nome do gato dado pela minha mãe - também nome de montanha) para exames (radiografias e ultrassom), tive a primeira aula oficial da pós e, no final de semana, dia 19, mais uma turma do Curso Operacional RPN hp48/49/50, curso que tenho fechado turma todos os meses para ajudar os alunos de exatas (principalmente engenharia) a utilizar suas calculadoras hp (e mais uma turma nesse final de semana, dia 09/09).
A semana seguinte começou tranquila mas isso não durou muito: dei mais um curso com tema escalada em rocha para os bombeiros do CSALT (Curso de Salvamento em Altura), fui para minhas aulas na pós já usando como meio de transporte a bicicleta (40 km por dia) mas, na sexta-feira, dia 24, meu dia acabou (ou melhor: semanas ou meses ainda por vir) às 6h da manhã, quando acordei com o Mismi vomitando (o que não é incomum com gatos que vivem com bola de pelo no estômago). Mas infelizmente não ficou apenas nisso. Mesmo ele já estando muito, mas muito melhor do que quando a Aline e eu o resgatamos, ele começou a passar mal, ficou ofegante, se deitou e, com meu carinho, conversa e me olhando, às 6h25 deu seu último suspiro e morreu com a cabeça apoiada na minha mão. Realmente isso acabou comigo e até voltar a lembrar disso é difícil. :-(
Acredito que a lesão em sua coluna (a radiografia mostrou que ele tinha provavelmente um chumbinho na sua coluna - se eu pego alguém maltratando animais eu realmente o quebro na porrada) pode ter afetado algum órgão e, sem dar sinais, ele acabou não aguentando. Mas teorizar não adianta mais nada, a única coisa que me consola (mesmo assim muito pouco, pra não dizer quase nada) é saber que ele teve 10 ótimos dias com quem realmente se importava com ele. E dava para perceber que ele sabia disso e gostava de sua nova casa.
Gatinho Mismi, fotografado no dia que foi resgatado, infelizmente morreu no dia 24/08.
No final de semana, estupidamente deprimido e aproveitando a folga da Aline saímos cedo no Sábado rumo à São Bento do Sapucaí para algumas escaladas.
Depois de algumas horas na estrada chegamos na cidade, fizemos uma pausa obrigatória para almoçar no Taipa e depois seguimos para o estacionamento do Bauzinho, lotado de turistas fantasiados que seguiam pelos "longos" 100m de "trilha" até o seu topo para enviar com seus smartphones a famosa (mas bonita) foto com a Pedra do Bau, imponente, ao fundo. Mas, sem ter que enfrentar o trânsito desse caminho, seguimos descendo direto para o col onde procuramos (e achamos) a base da via Cresta, uma via bem tranquila que segue pela aresta do Col até a base do Teto do Bau.
Na base a Aline e eu nos equipamos e logo ela começou a guiar a via, que tem seu crux logo na sua saída. Chegando à primeira parada subi na sequência, encontrando um pessoal que tinha escalado a via Learning to Fly e outros que abandonavam a via Domingos Giobbi, duas vias que já tive o prazer de escalada (a 2ª delas também abandonei na metade) e que recomendo. De lá a Aline seguiu guiando a 2ª enfiada da via Normal do Bau e logo me dava segurança para chegar até o início da trilha que nos levou até o cume.
No cume uma pausa para lanche, água, algumas fotos e, como a Aline não conhecia nenhuma das escadas, descemos pela sua face Sul, voltando de lá por trilha até onde o carro nos esperava. De volta à cidade nos hospedamos em uma pousada (eu queria tranquilidade, por isso não fomos para o abrigo do Eliseu) saindo apenas para jantar um rodízio de massas e sopas.
No dia seguinte acordamos sem muita pressa, tomamos café, guardamos as coisas, fechamos as contas e seguimos agora para a Ana Chata. Nesse dia nossa ideia era fazer algumas vias fáceis e começamos então pela Tom Sawyer, deixando a Aline guiar e emendar suas duas enfiadas (totalmente em móvel). De lá segui até a 3ª parada da via Lixeiros e depois, à francesa, segui até a crista, de onde a Aline seguiu até o cume.
No cume mais algumas fotos, lanche e começamos a descida, pela trilha, até a base da parede. Já era tarde (acho que umas 15h) e resolvemos então subir a via Peter Pan, sendo que um carinha (esqueci o nome!), nos disse que ia entrar mas desistiu por causa de abelhas. Mesmo com o aviso fomos conferir e, depois de subir até a base para dar uma olhada, vi que realmente não dava para tentar (inclusive a Aline, mesmo ficando embaixo da base, levou uma ferroada - no mesmo dia a Aline guiou sua primeira enfiada inteiramente em móvel e também levou sua primeira ferroada de marimbondo).
Como já era tarde e eu não estava muito afim de repetir outra via (em uma escala de zero a dez meu ânimo estava em 15 negativo pelo menos) decidimos descer, tendo assim bastante tempo para tomar um açaí, passar na casa do Pardal para ver se uma sapatilha estava pronta, conhecer o novo abrigo do Eliseu e pegar a estrada de volta para São Paulo, com direito a pausa para lavar o carro em um posto, chegando em casa no começo da noite.
Durante a última semana de Agosto alternei os treinos na 90 graus com as aulas da pós, quase sempre indo de bicicleta (muito mais prazeroso que carro e na ida ainda mais rápido), no final de semana, já começo de Setembro, dei uma aula particular de fotografia no botânico e, aproveitando que os insetos começavam a voltar, retornei também no Domingo, agora sem aluno, para poder fazer umas macrofotografias (veja minhas macros em tacio.macrofotografia.com.br).
E, para terminar, essa última semana foi a semana dos shows (além das aulas). Na segunda a Aline, sua mãe e eu fomos no show da Alanis Morissette e na quarta a Aline e eu fomos no show do Megadeth (clique nos links para ver as fotos), onde encontramos com o Alexandre, um outro fanático por Iron Maiden (como eu) que conheci no Rio de Janeiro. Nesses dois dias aproveitamos ainda a carona dos meus pais para evitar os estacionamentos com preços abusivos desses eventos.
Hoje, aproveitando o feriado e a cidade vazia a Aline, Guilherme e eu demos uma pedalada por São Paulo (com direito a pastel no Pacaembu) e amanhã mais um pedal, com o Dom e o Fernando, mas isso fica para uma próxima postagem...
Enviado por Tacio Philip às 22:21:57 de 07/09/2012
Depois de praticamente emendar a travessia Marins-Itaguaré com a subida do Morro da Mitra do Bispo chegou a hora de emendar mais uma montanha da região. E a região escolhida foi a Serra do Papagaio, em Aiuruoca (MG), onde fica o Pico do Papagaio, pico rochoso imponente que eu já havia avistado de muitas e muitas montanhas.
Sendo assim, no dia 25 de Julho acordamos em Aiuruoca, tomamos nosso café da manhã, fechamos as contas, jogamos as tralhas no porta malas do Defender e pegamos estrada, deste vez curta, com cerca de 12 km até quando, depois de uma indicação, estacionamos o carro próximo a um curral com o Pico do Papagaio na nossa frente.
Logo deu para perceber que ali não era o começo "oficial" (se é que existe um) da trilha para o Papagaio mas algumas trilhas para essa montanha, que eu havia colocado no GPS, estavam bem próximas então resolvemos tentar por lá mesmo. Às 9h20, com o carro estacionado e com as mochilas nas costas, começamos a caminhar beirando umas cercas, pulamos outras e poucos minutos depois chegamos em uma área com uma trilha muito mais aberta e marcada, que nos levaria ao cume da montanha.
Apesar da proximidade da montanha (mais ou menos 1km de onde estávamos), a subida foi como se estivéssemos subindo uma casquinha do McDonalds, ou seja, dando voltas e mais voltas, contornando toda a montanha. Mesmo assim a trilha, apesar de bem aberta, não tendo como se perder, segue quase que o tempo todo para cima, finalizando no cume da montanha depois de percorrer 6km e 800m de desnível acumulado, marcando no cume do Pico do Papagaio 2105m de altitude.
Cume do Pico do Papagaio em Aiuruoca - MG
No cume uma pausa para fotos, lanches e então comentei com o Parofes e com a Aline que estávamos a 3,6km em linha reta do Pico do Bandeira, cume da Serra do Papagaio, e se eles estavam interessados em tentar ir até lá. Como ainda era 13h10, gostaram da ideia então, sem perder muito tempo, começamos o caminho de volta, fazendo apenas algumas pausas para fotos e vídeos, principalmente em um lindo bosque próximo ao cume.
Bosque na descida do cume do Pico do Papagaio em Aiuruoca - MG
Pouco tempo passou, fizemos uma outra pausa para pegar água e logo chegamos na bifurcação que da trilha que subimos e leva ao cume do Papagaio ou para a travessia da serra, seguindo agora pela segunda opção. O Parofes, que não está com a melhor condição de saúde e sofrendo de anemia ia seguindo um pouco atrás de nós e, ao chegar em um dos cumes da serra e ver que ainda estávamos longe, disse para seguirmos enquanto ele voltaria devagar e nos encontraríamos na descida.
Assim, animados em tentar mais um cume e com pressa para voltar logo (o tempo estava bem justo), a Aline e eu seguimos o mais rápido possível pela longa crista com diversos sobe e desce até o cume do Pico do Bandeira, onde chegamos às 15h28, 2 minutos antes do que eu havia previsto!
Cume do Pico do Bandeira na Serra do Papagaio (Aiuruoca - MG)
No cume outra breve pausa para fotos, vídeos e menos de 10 minutos depois da nossa chegada começamos a voltar, calculando que chegaríamos no final da trilha depois de escurecer e preocupados em não perder o jantar no hotel, que era servido até às 19h30!
Apesar de mais apressado o retorno foi tranquilo. Encontramos sempre uma trilha melhor em alguns trechos que não tínhamos visto na ida e fizemos poucas pausas, a maioria para fotografias e uma para pegar água, até que, às 18h15 e já no escuro, encontramos com o Parofes próximo ao carro, onde ele havia chegado há uns 20 minutos.
Voltando do Pico do Bandeira na Serra do Papagaio (Aiuruoca - MG)
Com o trabalho completo, agora a preocupação era chegar a tempo do jantar. Assim, sem perder tempo, depois de marcar as informações do GPS (foram 20,49km com desnível acumulado de 1420m), seguimos de carro até Aiuruoca para o merecido jantar. No hotel, onde fica o restaurante e havíamos ficado na noite anterior, não havia vagas então, depois de comer fomos para outro onde pudemos finalmente tomar um bom banho quente (eu tive a "felicidade" do disjuntor cair e ter que tomar parte do banho frio) e depois deitar em uma cama quente e dormir.
O dia seguinte foi reservado para estrada. Acordamos cedo, tomamos café e logo depois de guardar as coisas e fechar nossa conta seguimos estrada, voltando para São Paulo pela Fernão Dias. No caminho de volta uma pausa para fotografar uma plantação de girassóis (quero voltar lá em época e horário melhores!), almoço (com direito a comer por engano uma pimenta que me fez passar muito mal durante algumas horas) e parada para combustível e guloseimas, já próximo de Cambuí. De lá mais um pouco de estrada e na metade da tarde, exausto de dirigir, deixava o Parofes em sua casa e voltava com a Aline para a minha.
Pausa para fotos em plantação de girassóis
Apesar de super turístico o Pico do Papagaio tem uma caminhada e visual que fazem valer a pena sua subida. Diferente de outras montanhas e travessias, nada de perrengue com vara mato, nada de ficar horas procurando o melhor caminho, nada de carregar 9 litros de água mas sempre uma trilha muito gostosa, visual espetacular e cume imponente, realmente recomendo sua subida. E, como é comum para mim, aposto que será subida algumas outras vezes. O único problema é a distância de São Paulo.
Há uns 3 anos, quando subi pela primeira vez o Pico do Garrafão (Serra Santo Agostinho) uma montanha não muito distante me chamou atenção: ainda não sabia o seu nome, onde ficava, qual o acesso, sua altitude mas seu formato piramidal quase isolado entre outras mais baixas fez acender o interesse. Algum tempo depois, com o Parofes, olhei novamente essa montanha e agora não tinha mais retorno, eram dois querendo conhecê-la.
O tempo foi passando, as pesquisas aumentando e descobrimos que ela se tratava do Morro da Mitra do Bispo, ficava em Bocaina de Minas, próximo de Alagoa e que era possível chegar ao seu cume, mesmo com os raros relatos que encontramos.
Mais tempo foi passando, algumas tentativas de ir para lá não deram certo mas, no dia 23 de Julho, depois de ter feito a travessia Marins-Itaguaré com a Aline nos dias anteriores, nos encontramos com o Parofes na cidade de Cruzeiro (SP), almoçamos e logo nós três seguimos estrada rumo a Alagoa, cidade que acessamos a partir de Itamonte.
Apesar de distante e com estrada de terra não muito boa a viagem foi tranquila. No caminho várias pausas para fotos e durante boa parte do percurso avistávamos a Mitra no horizonte. Fomos seguindo, chegamos na cidade de Alagoa e junto a um relato impresso e um planejamento de caminho que havia feito e colocado no GPS, fomos cada vez nos aproximando mais da montanha.
Chegando mais próximos, vendo diferentes cristas tentamos nos informar com algumas poucas pessoas que encontrávamos pelo caminho e logo alguns nomes eram repetidos: "Betinho" e "Casa da Vivian", o que era um bom indício de terem realmente entendido que queríamos ir para uma montanha em vez de nos mandar para uma cachoeira.
Fomos seguindo (coincidentemente as indicações que nos deram eram exatamente o que eu havia planejado pelo Google Earth) e, com o chegar da noite, parávamos o carro onde fica a "Casa da Vivian" e mora o caseiro "Betinho". Logo que chegamos o encontramos e ao perguntar se podíamos acampar ali (tem uma grande área plana) ele disse: "dorme na casinha branca". Então, sem que ele precisasse insistir muito, lá fomos. Apesar de não existir energia elétrica a casinha é muito confortável. Conta com 3 quartos pequenos onde encontramos alguns colchões (mas para evitar alergia nem cheguei perto deles), uma sala-cozinha com pia e fogão a lenha e um banheiro do lado de fora. Muito mais conforto do que esperávamos.
Com a luz de velas (ainda fornecidas pelo Betinho após sua insistência) fizemos nosso jantar, algumas fotos noturnas e então esticamos os isolantes no chão, abrimos os sacos de dormir e fomos deitar.
No dia seguinte, 24 de Julho, o Parofes madrugou para fazer umas fotos como nascer do Sol mas a Aline e eu só nos animamos a sair da "cama" por volta das 7h. Levantamos, fizemos o café da manhã, arrumamos as coisas, ajudamos a tirar algumas dezenas de espinhos de ouriço de um cachorro que resolveu se encrencar com um e, com as coisas guardadas no carro e só com uma mochila de ataque, por volta das 9h começamos a caminhada rumo à Mitra, junto do Betinho que disse que nos mostraria parte do caminho.
O começo da caminhada foi voltando pela estrada que dá acesso à casa e, depois de 10 minutos, começa a subir para a crista em uma trilha bem aberta e marcada. Fomos subindo sem parar muito, só para algumas poucas fotos (nem levei a câmera de "verdade" para ela já que o clima estava bem nublado) e o caminho era bem óbvio: seguir pelas cristas até a base da montanha, de onde se ataca seu cume.
O Betinho foi até o final da primeira crista antes de começar a descer para seguir pela lateral e de lá seguimos sozinhos, por uma trilha que algumas vezes ainda se mostrava bem aberta e em outras fechava e dava pra perceber que era pouco usada, tendo que em alguns casos reabrir alguns pequenos trechos recém fechados com galhos e bambus.
Fomos seguindo tentando enxergar onde um dia foi uma trilha mais aberta e logo estávamos na base da parede mais vertical, a 2071m, de onde começamos uma escalaminhada por rocha e mato, passando por um cantoneira que deve ter sido colocada por lá para facilitar a descida há algumas décadas.
Cume da Mitra do Bispo
Continuamos subindo, subindo, nos preocupando um pouco em como seria descer por ali (desescalar é sempre pior), chegamos em um trecho menos inclinado mas com mais vara mato e, por volta das 11h30, estávamos em seu cume coberto por vegetação (árvores!) que impediu que tivéssemos uma boa vista do local (e o clima também não colaborava).
Ficamos um bom tempo no cume fazendo um lanche, fotos, vídeos, marquei o ponto e verifiquei no GPS a altitude (2200 m) e depois fomos então procurar algum caminho alternativo para descer, o que fez apenas com que perdêssemos tempo e no final resolvemos voltar pelo mesmo caminho da subida. Apesar de preocupados com a verticalidade do trecho final e os matos úmidos a descida foi bem mais tranquila do que esperávamos e logo estávamos novamente na base da parede seguindo pela trilha de volta.
Descendo do cume da Mitra do Bispo em Bocaina de MG
De volta ao carro no começo da tarde acabamos de guardar as coisas, umas fotos finais, nos despedimos do grande e prestativo Betinho e às 14h45 seguimos nosso caminho por uma estrada que só dá para seguir com 4x4 em alguns trechos (ou se a pessoa não tiver dó nenhuma do carro e resolver passar buracos subindo e no embalo) e depois de algumas longas horas, às 17h chegamos a Aiuruoca, onde passamos a noite para mais montanha no dia seguinte. Mas isso é tema para o próximo post ;-)
Aproveitando o embalo da travessia da Serra Fina que fiz com a Aline no começo do mês, na 5ª feira, dia 19 de Julho, depois de buscar o carro de uma revisão geral passamos em casa, arrumei minhas mochilas, fomos ao supermercado comprar comida, na decathlon comprar gás, na casa da Aline para mais mochilas e logo pegamos estrada, via rodoanel, para a Rod Carvalho Pinto, onde seguimos tranquilamente fazendo só uma parada já na Rod Dutra para jantar (foi bom descobrir que o restaurante onde já havia parado algumas vezes para almoçar também funciona na janta, fica logo depois do pedágio de Roseira: passou o pedágio, vá para a faixa da direita que já está quase passando! Pra quem curte comida simples e não suporta, como eu, comer e jogar dinheiro fora no Arco-íris, Graal ou similar é uma boa pedida).
De lá mais um pouco de estrada e logo saíamos rumo Piquete, subindo então pela estrada que leva ao Bairro dos Marins e em seguida chegando no "Acampamento Base Marins", no passado conhecido como Ranchonete e agora administrado (muito bem) pelo grande Milton Gouvêa, que nos recepcionou logo que chegamos e com quem ficamos batendo papo alguns minutos antes de preparar a cama no porta malas e ir dormir.
Dia 1 - subida para o Pico dos Marins
No dia 20 acordamos cedo mas preguiçosos só levantamos por volta das 8h da manhã quando duas pessoas foram deixadas na base por um casal e começavam a subir a trilha para, como nós, fazer a travessia. Sem muita pressa tomamos nosso café da manhã (miojo), acabamos de ajeitar as mochilas e, às 9h40, começamos também a subida.
Saindo do acampamento base Marins (travessia Marins-Itaguaré)
Fomos subindo sem pressa e 50 minutos depois estávamos no Morro do Careca, parando para algumas fotos e depois buscando água para seguir a caminhada (nas últimas vezes que estive por lá a água na base do Marins não estava muito confiável).
Agora, com alguns bons quilogramas a mais na mochila fomos subindo a trilha e aproveitando para diversas fotos já que o clima estava perfeito, sem uma nuvem no céu.
O tempo foi passando, fizemos pausa para descanso e lanche, no ponto de água na base do Marins vimos que teria sido possível pegá-la (estava amarela mas em nível confiável) e pensamos se acamparíamos no cume ou se apenas subiríamos leves e seguíamos um pouco a travessia, já que ainda era cedo. Inicialmente optamos pela 2ª opção, deixamos as mochilas e começamos a subir leves mas mudamos de ideia depois de 15 minutos, voltando até a água e agora retomando a subida carregados, chegando ao cume do Pico dos Marins às 15h.
Cume do Pico dos Marins com muito vento (travessia Marins-Itaguaré)
No cume quase vazio encontramos apenas o Antônio, que eu havia encontrado na Pedra da Mina há alguns anos, montamos nossa barraca e fomos fazer um lanche e dar uma descansada saindo da barraca apenas uns 30 minutos antes do pôr-do-Sol para fazer algumas fotografias, voltando para dentro para a merecida janta logo que o Sol sumiu no horizonte e a temperatura começava a despencar.
Alimentados e aquecidos na barraca fomos então dormir, nos preparando para o dia seguinte, que é o dia mais puxado da travessia.
Dia 2 - travessia Marins - Itaguaré com cume do Itaguaré
No segundo dia acordamos, preparamos o café da manhã de sempre, desmontamos acampamento e, com tudo na mochila, começamos a caminhada às 8h30.
Dentro da barraca no Pico dos Marins com muito vento (travessia Marins-Itaguaré)
Descemos o Marins até o ponto de água e logo seguimos pela crista rumo ao Marinzinho, onde seguimos alguns totens antigos que nos levaram ao nada, tendo que retornar alguns minutos e seguir pelo caminho que eu tinha marcado no GPS nas outras vezes que fiz a travessia.
Subida do Marinzinho com muito vento (travessia Marins-Itaguaré)
De volta na trilha, e com muito vento, subimos o Marinzinho e fizemos uma pausa já no começo da sua descida, em local mais protegido, para lanche. De lá o primeiro trecho mais perigoso da travessia, onde se desce uma parede com ajuda de cordas (pelo menos tem cordas novas) e depois de mais algum longo tempo de caminhada e atravessar outro vale passávamos pela Pedra Redonda, onde fizemos novamente uma breve pausa depois de passar seu cume e chegar a base onde há áreas de acampamento.
Pedra Redonda (travessia Marins-Itaguaré)
Sem perder muito tempo estávamos novamente com as mochilas nas costas e seguindo a segunda metade da travessia, cada vez mais próximos do Itaguaré e sempre acompanhados pelo vento que não incomodava mais tanto (acho que por costume, ele continuava forte).
Pouco antes de chegar na base do Itaguaré passamos pelos dois que também faziam a travessia e, assim que chegamos na bifurcação que leva ao cume propus subirmos naquele dia mesmo até o cume, adiantando nossa caminhada do dia seguinte. Assim escondemos as mochilas no mato e subimos carregando apenas o GPS e câmera fotográfica até o seu cume, onde chegamos por volta das 16h30.
Cume do Pico do Itaguaré (travessia Marins-Itaguaré)
No cume uma remarcação no GPS, muitas fotografias, descemos de volta para a bifurcação e seguimos pela trilha para o acampamento, fazendo apenas uma pausa para pegar água e às 17h20, pouco antes do Sol desaparecer, montamos a barraca, fizemos um lanche e depois o jantar de verdade, logo seguido por uma noite de sono ainda com muito vento na barraca.
Dia 3 - descida para a estrada e volta ao Acampamento Base Marins
No último dia da travessia, já tendo feito o cume do Itaguaré no dia anterior, acordamos, tomamos café, arrumamos as coisas e às 8h45 começamos nosso caminho de volta.
A descida do Itaguaré é bem mais curta e direta que a do Marins. Assim, de olho no relógio e sem parar muito, às 10h15 em ponto estávamos no estacionamento na borda da estrada, depois de 1h30 de caminhada. Lá uma pausa para lanche, pegamos um pouco de água e começamos então o que poderia ser uma longa caminhada até onde o carro nos esperava.
Acampamento base Itaguaré no final da travessia (travessia Marins-Itaguaré)
Na estrada, que eu percorri a pé nas outras duas vezes que fiz essa travessia, pouco tempo depois passou um casal de carro pedindo informações sobre onde ficava o Itaguaré. Demos as dicas e pensamos: que pena estão indo para o outro lado...
Mais um pouco de caminhada, não passava nenhum carro para pedir carona e logo vimos o mesmo carro que tinha pedido info voltar. Sem pensar duas vezes pedimos carona e, para nossa felicidade, conseguimos! Eu que já fiz a volta a pé duas vezes sei como são intermináveis os mais de 15 km de estrada que levam quase 4 h de caminhada para serem percorridos.
No carro fomos conversando com o casal que estava no Maeda e tinha subido no dia anterior o Marinzinho (por cerca de 1h de diferença não nos encontramos no cume). A distância se encurtava cada vez mais e, quando chegávamos perto da bifurcação que leva ao Maeda, disse que ficaríamos ali para seguir o resto mas o Marcos disse, para nossa alegria, que nos levaria até a base e com isso aproveitaria para conhecer o local, já que era sua primeira vez por lá.
Mais alguns minutos de estrada (absurdamente rápidos quando comparado ao tempo que levaríamos a pé) e chegamos então ao Acampamento Base Marins por volta das 11h30! Absurdamente gratos pela carona tiramos as botas e ficamos então no Sol alguns minutos conversando enquanto outras pessoas que haviam passado a noite no Marins arrumavam as mochilas e iam embora.
Com o começo do esvaziamento do local (mesmo assim ainda tinha vários carros) também arrumamos nossas coisas, fechamos a conta e começamos a descida aproveitando o caminho para várias fotografias e uma pausa no Bairro dos Marins para visitar o Cantinho dos Marins, um pequeno museu que mantém a história do local (vale a visita!).
De lá estrada, mas agora não de volta para casa, mas para Cruzeiro onde no dia seguinte encontraríamos com o Parofes para mais alguns dias de viagem. Mas isso é tema para o próximo post!
Apesar da Serra Fina ter ganho a fama de travessia difícil, não que seja muito fácil, mas longe de ser "a mais difícil", eu considero a Marins-Itaguaré mais cansativa. Da mesma maneira que a Serra Fina você precisa andar carregado de água e o segundo dia, é mais longo e mais técnico que qualquer dia da Serra Fina, com vários trechos de trepa pedra. Isso aumenta ainda se você fizer os cumes do Marins e Itaguaré, já que já soube de pessoas irem fazer a travessia e não subir até os cumes (apesar do nome a travessia em si passa pela base das montanhas e tem que dar uma desviada para fazer os cumes que dão seu nome). De qualquer maneira foi muito bom voltar por lá, até porque o Pico dos Marins é a montanha que considero meu início no montanhismo, quando a subi pela primeira vez no dia 03 de Novembro de 2000!
E algumas das fotos já estão no link Travessia Marins-Itaguaré e abaixo o playlist com todos os vídeos.
Playlist dos vídeos da Travessia Marins-Itaguaré - 20 a 22/07/12
Enviado por Tacio Philip às 22:30:09 de 29/07/2012
Este relato está um pouco atrasado mas agora sai! Nas últimas semanas (ou meses?) estive hiper enrolado com o projeto do meu livro de macrofotografia e agora, com seu lançamento concluído, acho que vou poder voltar a um ritmo mais "normal" de trabalho, viagens e atualização de sites.
Desde o começo do mês, quando a Aline entrou de férias, começamos a planejar algumas viagens mais longas para fugir de São Paulo. No dia 5 de Julho, já com as mochilas prontas com comida para alguns dias, equipo de acampamento e vontade de viajar olhamos a previsão do tempo e o primeiro plano foi literalmente por água abaixo: nossa ideia era descer para o PR mas a previsão do tempo indicava chuva. Sem perder tempo, olhei a previsão para o lado oposto e, como estava muito melhor que no PR (o que não é novidade) decidimos, de última hora, ir para Passa-Quatro e fazer a travessia da Serra Fina. Uma travessia entre as cidades de Passa-Quatro e Itamonte, com duração normal de 4 dias, e que eu só havia feito completa neste mesmo sentido há 10 anos, em 2002!
Sem perder muito tempo reajustamos algumas coisas que precisaríamos levar, colocamos tudo no porta malas do carro e pegamos estrada, chegando em Passa-Quatro no começo da noite. Lá uma pausa para lanche no centro e logo seguimos de carro pela estrada que leva à Toca do Lobo, início da travessia, onde paramos já depois da porteira final e nos ajeitamos para dormir no porta malas do carro (e dessa vez estava de Weekend, mas cabe e é confortável!).
Dia 1 - 06/07/12 - Passa-Quatro - Toca do Lobo - Alto do Capim Amarelo
No dia seguinte acordamos cedo, levantamos com o frio da manhã e fomos preparar o café da manhã. Tudo corria bem até perceber que a bomba do fogareiro tinha dado defeito e estava vazando benzina! Desmontei a bomba e, para desanimo total, que fez com que eu jogasse o fogareiro longe - mas depois busquei - era um trincado e não tinha o que fazer para consertar, nossa travessia estava comprometida por não ter levado um fogareiro reserva (cheguei a pensar nisso mas não levei por não ter gás suficiente).
Sem ter muito o que fazer guardamos as coisas no porta malas e descemos os quase 10 km de estrada de terra de volta a Passa-Quatro na procura de um fogareiro. Perguntamos para algumas pessoas sobre lojas e depois resolvemos passar em um novo Hostel que tem na cidade (existe há uns 2 anos), lá falamos com o Rodolfo e Willian, dois montanhistas/guias que vivem em P4, e logo o Rodolfo buscou uns fogareiros, fizemos uns testes e pronto! Tinha conseguido um fogareiro emprestado!
Antes, devido a subir de carro até a Toca do Lobo, a ideia era começar a travessia bem cedo e esticar quase os 2 primeiros dias de caminhada, parando na água na base da Pedra da Mina. Agora, como tínhamos perdido preciosas horas de caminhada resolvemos voltar para a Toca do Lobo mas seguir a travessia no ritmo mais comum, ou seja, fazê-la em 4 dias acampando sempre nos cumes principais. E, como agora o carro já estava em P4, resolvemos pagar para nos levar até a Toca do Lobo, indo até lá com o Tomás em um Jeep (assim não precisaríamos mais nos preocupar em resgatar o carro ao final da travessia).
Às 10h30 estávamos na Toca do Lobo e, com as mochilas nas costas atravessamos o riacho e começamos a longa subida do primeiro dia. Eu tinha feito este trecho em 2001 e 2002, o que fazia com que eu me lembrasse de alguns trechos e outros não e aproveitei para atualizar meu mapeamento com GPS, inclusive atualizar algumas altitudes de cumes, que eu não tinha certeza se havia marcado corretamente nas outras investidas.
O começo da trilha segue por mata fechada e pirambeira mas logo sai em uma crista e fica assim o resto do dia. Aos poucos fomos ganhando altitude, passamos por um ponto de água que eu não lembrava que existia e continuamos subindo. Depois de um primeiro cume uma descida e ai sim a longa e infinita rampa final que, depois de 4h30 de caminhada, nos levou ao cume do Alto do Capim Amarelo, 27ª montanha mais alta do Brasil de acordo com o anuário estatístico do IBGE e a primeira que eu queria confirmar a sua altitude, que o IBGE informa como 2392 m mas que eu obtive 2500 m nas duas vezes que lá estive com um GPS (e não acredito que o erro do GPS possa chegar a tanto em uma situação sem nenhuma obstrução do céu).
No cume preparamos um lanche, montamos a barraca e com o final da tarde preparamos o jantar e fomos dormir, acordando só por volta das 21h30 com a chegada de outras pessoas.
Dia 2 - 07/07/12 - Alto do Capim Amarelo - Pedra da Mina
No dia seguinte acordamos logo que o Sol nasceu e sem muita pressa preparamos o café da manhã, desmontamos a barraca, guardamos as coisas na mochila e, às 8h40, atravessamos o cume e começamos a descida do seu lado oposto. Esse foi o primeiro trecho que a trilha tem pegadinhas: existe uma trilha bem aberta (mostrando que muita gente já errou ali) que segue próximo às pedras e leva ao lugar nenhum, fazendo com que perdêssemos alguns minutos e tendo que subir de volta quase até o cume à procura do caminho certo, que sai mais para a esquerda em direção ao mato.
De volta a trilha certa seguimos caminho sem mais problemas e de longe víamos a Pedra da Mina, nossa meta para este 2º dia de caminhada. A trilha, como sempre, segue pela Crista fazendo um contorno pela esquerda e depois rumando direto para a Pedra da Mina, passando então pelo riacho em sua base, onde fizemos uma pausa para lanche e encher os reservatórios de água. Nessa hora o clima não colaborava mais muito conosco e o céu que estava completamente azul no dia anterior agora se mostrava bem carregado de nuvens.
Com a mochila de volta às costas (e mais pesada por causa da água) seguimos nosso caminho e, às 15h45, depois pouco mais de 7h de caminhada chegamos ao cume da Pedra da Mina, 4º ponto mais alto do Brasil de acordo com o IBGE.
No cume encontramos diversas pessoas que tinham subido pela trilha do Paiolinho e estavam acampadas por lá, fazendo com que tivéssemos que ficar em um local não muito confortável mas ainda um pouco protegido do vento. Depois de largar as mochilas no chão voltamos ao cume, assinamos o livro e, com o tempo piorando a cada minuto, armamos a barraca e nos "retiramos para nossos aposentos", onde fizemos um lanche, depois o jantar e então fomos dormir.
Dia 3 - 08/07/12 - Pedra da Mina - Pico 3 Estados
No 3º dia acordamos às 6h com a chuva fazendo barulho na barraca. Desanimados com o clima esperamos a garôa parar, levantamos, preparamos o café da manhã e começamos a guardar as coisas. A neblina não permitia que enxergássemos mais longe que uns 50 metros mas tinham nos dito que a previsão do tempo para o dia seguinte seria melhor, então, enquanto o pessoal que estava acampado no cume descia rumo ao Paiolinho, a Aline e eu seguíamos para o vale do Ruah para continuar a travessia.
Mesmo com frio e sabendo que nos molharíamos no vale fomos seguindo e, na base da Pedra da Mina, encontramos o Márcio e o Rodrigo, que nos perguntaram se tínhamos visto seus amigos pelo cume e resolveram também seguir a travessia. De lá, sempre de olho nas trilhas "menos fechadas", na marcação que eu tinha feito com o GPS quando fui para o Pico Cabeça de Touro e tentando ir beirando o rio fomos seguindo nós quatro até que fizemos uma pausa para coletar água antes da trilha sair do vale e voltar para a crista.
A continuação da trilha foi bem tranquila e aos poucos o Sol ameaçava aparecer. Fomos seguindo pela trilha bem marcada até estarmos próximos do cume do Cupim de Boi, onde teve uma queimada e deixou o local um pouco "careca". Bem próximos do cume do Cupim de Boi paramos para um lanche e então, tendo para um dos lados o Cabeça de Touro e para o outro o Pico 3 Estados, começamos a descer rumo ao vale e logo em seguida para a rampa em trilha e trepa pedra que nos levou ao cume do Pico 3 Estados, 10º mais alto segundo o IBGE, às 14h50, e com céu aberto e Sol!
Sem muita pressa fomos fazer algumas fotos, passear pelo cume e só então montar a barraca e colocar algumas coisas esticadas para secar. Todas as nuvens do dia anterior tinham sumido e, pouco antes do Sol se pôr, preparamos nosso lanche, jantar e fomos então deitar, com direito a sair da barraca no começo da noite para observar uma das noites mais estreladas que vi até hoje!
Dia 4 - 09/07/12 - Pico 3 Estados - Sítio do Pierre - Itamonte - Passa-Quatro
No nosso último dia de travessia acordamos e logo que o Sol nasceu tivemos coragem de sair do saco de dormir e da barraca. Do cume tínhamos acima de nós um céu completamente azul sem uma nuvem sequer e logo abaixo um mar de nuvens rasgado pelos cumes da região da Pedra da Mina a Oeste e Itatiaia a Leste.
Com o clima perfeito e sendo o último dia da travessia não tivemos muita pressa. Aproveitamos bem o café da manhã, tiramos muitas fotografias e começamos a caminhada por volta das 9h30.
Logo depois da descida principal do Pico 3 Estados encontramos um outro lugar fácil de errar, com uma trilha que levava para o fundo do vale sendo que tínhamos que desviar para nossa esquerda e voltar para a crista. Felizmente notei isso logo que a Aline começou a descer e pudemos então voltar ao caminho certo, em uma sequência de sobe-desce pela crista até chegarmos ao cume do Alto dos Ivos.
De lá a trilha agora é só para baixo, começando por rampas de pedra e cada vez mais entrando em mata fechada, descendo e descendo em um caminho que não tem fim (é o dia mais longo com cerca de 11 km). Com o tempo passando fomos descendo fazendo poucas pausas para lanche ou fotografias e logo a trilha voltou a se abrir, chegamos no que um dia foi uma estrada de terra e logo na estrada de terra que nos levou até o "sítio do Pierre", nome do local mas que, se não me engano, não tem mais nenhum Pierre há mais de 10 anos.
No final da trilha, às 15h20, encontramos uma Kombi que esperaria o resto do pessoal mas resolvemos continuar. Seguimos então alguns minutos a pé pela estrada que liga Itamonte à Engenheiro Passos e logo conseguimos uma carona que nos levou até a Garganta do Registro onde pudemos comer um bom milho verde, fazer compras (principalmente mel que sempre compro lá) e então fomos para o outro lado da estrada na busca de uma outra carona, sendo que a conseguimos poucos minutos depois com uma carreta que nos deixou em Itamonte.
Em dois postos de combustível nos informamos sobre horários de ônibus para Passa-Quatro e, como ainda faltava bastante tempo (mais de 1h), resolvemos tentar conseguir uma carona, o que não estava tão fácil. Por curiosidade atravessei a rua e fui perguntar a um taxista quanto seria a viagem até P4 e, para minha surpresa, custava R$45,00. Sem perder tempo pedi que ele atravessasse para o outro lado da rua onde a Aline esperava, colocamos as mochilas no porta malas e seguimos de volta ao hostel, chegando por volta das 18h, para o merecido banho, jantar e depois noite de sono em uma cama.
Final
No dia seguinte acordamos sem pressa, tomamos café, fizemos algumas fotos, guardamos as coisas e pegamos estrada de volta à São Paulo, onde chegamos na metade da tarde.
Apesar dessa travessia ser chamada de "a travessia mais difícil do Brasil" ela não tem nada de "mais difícil", talvez o certo seria chamar de "a travessia TURÍSTICA mais difícil do Brasil", já que muitas empresas e pessoas levam clientes que nunca subiram uma montanha para fazê-la. Mesmo assim foi muito bom retornar e repetir o mesmo caminho que eu havia feito há quase 10 anos, em 2002, pouco tempo depois que eu tinha começado no montanhismo.
E, diferente do que muitos eco chatos falam, a travessia está mais bem conservada hoje que há 10 anos. No intuito de atualizar meu mapeamento com GPS percebi que diversos pontos que já haviam sido usados como acampamento há 10 anos não existem mais e a trilha está muito mais consolidada, com poucos trechos onde é possível se perder e bem marcada. Uma mostra que não é permitindo o acesso das pessoas (felizmente lá não é um parque como Itatiaia) que o local vai ser degradado. A própria dificuldade de acesso limita o número e tipo de frequentadores e o icmbio devia entender isso...
E algumas das fotos já estão no link travessia serra fina e em breve postarei os vídeos.
Enviado por Tacio Philip às 22:58:40 de 18/07/2012