Depois de praticamente emendar a travessia Marins-Itaguaré com a subida do Morro da Mitra do Bispo chegou a hora de emendar mais uma montanha da região. E a região escolhida foi a Serra do Papagaio, em Aiuruoca (MG), onde fica o Pico do Papagaio, pico rochoso imponente que eu já havia avistado de muitas e muitas montanhas.
Sendo assim, no dia 25 de Julho acordamos em Aiuruoca, tomamos nosso café da manhã, fechamos as contas, jogamos as tralhas no porta malas do Defender e pegamos estrada, deste vez curta, com cerca de 12 km até quando, depois de uma indicação, estacionamos o carro próximo a um curral com o Pico do Papagaio na nossa frente.
Logo deu para perceber que ali não era o começo "oficial" (se é que existe um) da trilha para o Papagaio mas algumas trilhas para essa montanha, que eu havia colocado no GPS, estavam bem próximas então resolvemos tentar por lá mesmo. Às 9h20, com o carro estacionado e com as mochilas nas costas, começamos a caminhar beirando umas cercas, pulamos outras e poucos minutos depois chegamos em uma área com uma trilha muito mais aberta e marcada, que nos levaria ao cume da montanha.
Apesar da proximidade da montanha (mais ou menos 1km de onde estávamos), a subida foi como se estivéssemos subindo uma casquinha do McDonalds, ou seja, dando voltas e mais voltas, contornando toda a montanha. Mesmo assim a trilha, apesar de bem aberta, não tendo como se perder, segue quase que o tempo todo para cima, finalizando no cume da montanha depois de percorrer 6km e 800m de desnível acumulado, marcando no cume do Pico do Papagaio 2105m de altitude.
Cume do Pico do Papagaio em Aiuruoca - MG
No cume uma pausa para fotos, lanches e então comentei com o Parofes e com a Aline que estávamos a 3,6km em linha reta do Pico do Bandeira, cume da Serra do Papagaio, e se eles estavam interessados em tentar ir até lá. Como ainda era 13h10, gostaram da ideia então, sem perder muito tempo, começamos o caminho de volta, fazendo apenas algumas pausas para fotos e vídeos, principalmente em um lindo bosque próximo ao cume.
Bosque na descida do cume do Pico do Papagaio em Aiuruoca - MG
Pouco tempo passou, fizemos uma outra pausa para pegar água e logo chegamos na bifurcação que da trilha que subimos e leva ao cume do Papagaio ou para a travessia da serra, seguindo agora pela segunda opção. O Parofes, que não está com a melhor condição de saúde e sofrendo de anemia ia seguindo um pouco atrás de nós e, ao chegar em um dos cumes da serra e ver que ainda estávamos longe, disse para seguirmos enquanto ele voltaria devagar e nos encontraríamos na descida.
Assim, animados em tentar mais um cume e com pressa para voltar logo (o tempo estava bem justo), a Aline e eu seguimos o mais rápido possível pela longa crista com diversos sobe e desce até o cume do Pico do Bandeira, onde chegamos às 15h28, 2 minutos antes do que eu havia previsto!
Cume do Pico do Bandeira na Serra do Papagaio (Aiuruoca - MG)
No cume outra breve pausa para fotos, vídeos e menos de 10 minutos depois da nossa chegada começamos a voltar, calculando que chegaríamos no final da trilha depois de escurecer e preocupados em não perder o jantar no hotel, que era servido até às 19h30!
Apesar de mais apressado o retorno foi tranquilo. Encontramos sempre uma trilha melhor em alguns trechos que não tínhamos visto na ida e fizemos poucas pausas, a maioria para fotografias e uma para pegar água, até que, às 18h15 e já no escuro, encontramos com o Parofes próximo ao carro, onde ele havia chegado há uns 20 minutos.
Voltando do Pico do Bandeira na Serra do Papagaio (Aiuruoca - MG)
Com o trabalho completo, agora a preocupação era chegar a tempo do jantar. Assim, sem perder tempo, depois de marcar as informações do GPS (foram 20,49km com desnível acumulado de 1420m), seguimos de carro até Aiuruoca para o merecido jantar. No hotel, onde fica o restaurante e havíamos ficado na noite anterior, não havia vagas então, depois de comer fomos para outro onde pudemos finalmente tomar um bom banho quente (eu tive a "felicidade" do disjuntor cair e ter que tomar parte do banho frio) e depois deitar em uma cama quente e dormir.
O dia seguinte foi reservado para estrada. Acordamos cedo, tomamos café e logo depois de guardar as coisas e fechar nossa conta seguimos estrada, voltando para São Paulo pela Fernão Dias. No caminho de volta uma pausa para fotografar uma plantação de girassóis (quero voltar lá em época e horário melhores!), almoço (com direito a comer por engano uma pimenta que me fez passar muito mal durante algumas horas) e parada para combustível e guloseimas, já próximo de Cambuí. De lá mais um pouco de estrada e na metade da tarde, exausto de dirigir, deixava o Parofes em sua casa e voltava com a Aline para a minha.
Pausa para fotos em plantação de girassóis
Apesar de super turístico o Pico do Papagaio tem uma caminhada e visual que fazem valer a pena sua subida. Diferente de outras montanhas e travessias, nada de perrengue com vara mato, nada de ficar horas procurando o melhor caminho, nada de carregar 9 litros de água mas sempre uma trilha muito gostosa, visual espetacular e cume imponente, realmente recomendo sua subida. E, como é comum para mim, aposto que será subida algumas outras vezes. O único problema é a distância de São Paulo.