No feriado de 1º de Maio, a Aline e eu pegamos estrada pela manhã e seguimos rumo a Piquete, na base da Serra da Mantiqueira, para subir algumas montanhas.
A viagem foi tranquila, em Piquete paramos para almoçar e, logo em seguida, seguimos estrada sentido Delfim Moreira, subindo a serra até a saída, quase no seu topo, para a rampa de voo livre. Sem conhecer como era essa estrada de terra, que leva até o Pico do Ataque (na carta do IBGE está como Alto da Lavrinha), seguimos por alguns quilômetros até que achamos um lugar tranquilo para estacionar e deixar o carro.
Com o carro devidamente parado trocamos de roupa, pegamos as mochilas e começamos a caminhada. A escolha do local onde paramos foi perfeita, logo em seguida teve uns trechos que provavelmente só daria para subir de 4x4 e, pouco depois, uma árvore caída atravessando a estrada.
A subida é totalmente por estrada de terra e, tirando a árvore caída, com um 4x4 seria possível ir até o cume da montanha. A inclinação é praticamente constante, contornando a montanha, até o seu ataque final, onde fica bem mais inclinado. No topo diversas construções e torres de TV, radio e sei lá mais o que. Do ponto onde deixamos o carro até o cume foram cerca de 6km e pelo GPS marcava uma altitude de 2025m.
No topo, com um vento de pelo menos uns 60km/h buscamos por uma boa opção para bivaque e vimos que uma das construções era perfeita. Apesar de não ter muito espaço, era coberta e protegida do vento. Aproveitamos ainda para diversas fotos e vídeos, inclusive da laje de duas construções, com uma linda vista para o complexo do Marins-Itaguaré.
Com o final do dia chegando arrumamos as "camas", preparamos o jantar e, com o frio chegando entramos nos sacos de dormir para uma longa noite de sono.
No dia seguinte acordamos, sem pressa tomamos o café da manhã, tiramos mais fotos e começamos a descida de volta ao carro pelo mesmo caminho da subida. Em menos de 2h chegamos, guardamos tudo no porta-malas e, de volta ao carro, pegamos a estrada de volta à Piquete (com direito a parada na serra para fotos).
Na cidade almoçamos e logo fomos procurar um hotel para ficar, encontrando o "Cidade Paisagem", no centro da cidade. Demos uma andada pela cidade, tomamos um sorvete e depois de um bom banho e descanso jantamos um lanche bem em frente ao hotel.
No dia seguinte acordamos cedo, tomamos café da manhã e logo saímos. Tentamos encontrar um caminho indicado pelo atendente do hotel mas, como não estava dando muito certo, voltamos aos planos iniciais e seguimos o que eu havia planejado anteriormente pelo Google Earth, chegando assim até uma fazendo de onde iniciamos a caminhada para a Pedra Focinho de Cão.
Com certeza existe mais de uma opção de subida para essa montanha mas me guiei por uma carta topo com marcação que encontrei na internet antes da viagem. A subida é longa (cerca de 10km), com um bom desnível (mais de 1000m) mas segue quase que completamente por estradas de terra sem manutenão que devem ser usadas por causa das torres e aceiro na crista da serra (é uma área de acesso proibido dentro da IMBEL).
Fomos seguindo para cima, durantes poucos trechos descemos ou andamos no plano e, depois de mais de 3h de caminhada estávamos na subida final, super inclinada, que segue pelo aceiro da crista até o cume da montanha, com 1668m de altitude, onde chegamos depois de cerca de 4h15 de caminhada.
No cume uma boa pausa para lanche, descanso, muitas fotos e olhar a paisagem ao redor. Apesar de não ser uma montanha alta, a subida foi exigente tanto em desnível quanto em distância e valeu muito a pena.
Mais de 30 minutos se passaram então começamos a descida pelo mesmo caminho da subida. Durante a descida, principalmente no começo, fizemos várias pausas para vídeos, mais fotos e, perto do final da tarde, chegamos de volta ao carro que nos esperava na fazenda.
De volta ao carro logo nos despedimos dos moradores da fazenda e seguimos estrada, parando apenas para algumas fotos da estrada e depois para jantar na Dutra. De lá mais alguns quilômetros e, já de noite, estávamos em São Paulo para o merecido descanso para o show do Megadeth que assistiríamos no dia seguinte, dia 04 de Maio. E, falando nisso, foi muito melhor que os outros dois que eu havia visto (um no Via Funchal e outro na abertura do Black Sabbath no Campo de Marte). Além de estar bem mais perto do palco o som estava perfeito!
NOTA EXTRA SOBRE A SUBIDA DO FOCINHO DE CÃO
Uma coisa foi interessante durante o Pico (ou Pedra) do Focinho de Cão, que tem acesso proibido por estar em "área de preservação" da IMBEL: durante a subida cruzamos com dois caçadores carregando gaiolas e na descida vimos palmito cortado. Será que as empresas e órgãos ambientais ainda não perceberam que proibir acesso é a melhor maneira de proporcionar livre acesso e anonimato aos caçadores, palmiteiros ou outros tipos de exploradores dessas regiões? Eu acredito que se mais pessoas frequentassem essas áreas, por não as deixar abandonadas e fechadas, acabariam inibindo esse tipo de ação. Mas parece que não percebem isso e preferem manter a aparência de "preservadores" mantendo a natureza "intocada" (pelo menos intocada por pessoas de bem). Inclusive esse é um dos motivos de eu divulgar, diferente de muitas pessoas, o que faço e dar dicas de acesso, independente do que acham os "donos da montanha" ou IBAMA, ICMBio, Federações ou qualquer outro órgão burocrático.
Algumas fotos das subidas podem ser vistas no link Pico do Ataque e Focinho de Cão
- enviado por Tacio Philip às 11:45:32 de 22/05/2014.
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