Ignorando a previsão do tempo que realmente dizia que vinha chuva, eu e o Leandro saímos de São Paulo na 3ª feira (dia 14/04) rumo a Piquete com o intuito de fazer a travessia Marins - Itaguaré.
Na saída de São Paulo passamos no supermercado onde compramos os mantimentos para os próximos 3 dias e depois de 250 km de estrada estávamos estacionados no Acampamento Base Marins conversando com o Milton e acabando de ajeitar as mochilas. Às 18h10, logo depois dos últimos raios de luz iluminarem a montanha começamos a subida para o Pico dos Marins onde só chegamos às 23hs já que não foi muito fácil achar a trilha em alguns trechos no escuro.
Montamos nosso acampamento, cozinhamos um bom macarrão semi-pronto (não miojo!) e depois fomos dormir. No dia seguinte acordamos antes das 7hs e lentamente tomamos nosso café da manhã, desarmamos o acampamento e às 9h30 em ponto começamos a descida embaixo de uma forte neblina.
Passamos pelo ponto de água onde completamos nossas reservas e logo seguimos a trilha tendo um pouco de dificuldade para atravessar embaixo de uma forte chuva o vale encharcado entre o ombro do Marins e o começo da subida do Marinzinho. Continuamos a caminhada sob uma chuva que ia e voltava, passamos pelo cume do Marinzinho e depois de mais algumas horas chegamos ao cume da Pedra Redonda onde fizemos mais uma pausa para lanche. De lá a trilha segue mais por mato, não tanto crista de rocha e fomos seguindo sob forte neblina e alguns momentos de chuva por mais longas 4 horas até o acampamento base do Itaguaré, onde chegamos completamente encharcados às 17h30 e sem ter visto por um minuto sequer a paisagem já que a neblina e chuva nos acompanhou o dia todo.
No acampamento montamos a barraca, colocamos a comida no avance e deixamos as roupas molhadas e mochilas do lado de fora (não tinha como molhar mais do que já estava) e comemos algumas bolachas e pão antes de cairmos em sono profundo. Esse trecho da trilha foi muito cansativo e estressante, como não tivemos em momento algum como nos orientar visualmente, muitas vezes achávamos que estavamos andando em círculo, indo pro lado errado ou já passado por algum trecho. Realmente se estivessemos sem o GPS com a trilha marcada que eu tinha feito no ano passado não teríamos concluído a travessia!
A noite toda ventou muito e choveu e no dia seguinte acordamos ainda embaixo de forte neblina. Comemos um lanche ainda dentro da barraca e depois de tomar coragem saímos para calçar as botas encharcadas, colocar tudo dentro das mochilas e começar a descida, o que fizemos por volta das 8h45 - nem subimos até o cume do Itaguaré já que ele possui muitas rampas de pedra que estariam muito molhadas e não queríamos escorregar até alguma de suas paredes verticais.
A descida foi tranquila - tirando os primeiros trechos em rampa de pedra molhada - e mesmo com longas pausas em um dos pontos de água (o primeiro riacho que atravessamos) e o Leandro tendo que voltar um trecho para reencontrar seu óculos perdido chegamos ao final da trilha às 11h30 onde só paramos para algumas fotos e seguimos a caminhada pela estrada de terra.
A volta pela estrada de terra é longa, com cerca de 16 km de extensão, mas tranquila. É quase toda plana com algumas poucas subidas e descidas e depois de algumas pausas para lanche, descanso e pegar mais água chegamos às 15h45 ao Acampamento Base Marins onde havíamos deixado o carro.
Lá tomamos um merecido Gatorade gelado, conversamos com o Milton, separamos as tralhas e pouco depois das 16h30 fomos embora fazendo apenas uma pausa no trevo de Piquete para um ótimo jantar! Durante a descida da serra comentávamos que o ideal seria achar um restaurante que tivesse um arroz, feijão, ovo, bife, salada e quando paramos no Estrela do Sul e perguntamos se tinha jantar foi exatamente o que nos ofereceram! Simplesmente perfeito!
De lá foram só mais uns 230 km de estrada e por volta das 21hs já estava em casa pronto para um merecido banho (agora não de chuva) e um bom descanso.
A travessia foi muito legal porém estressante. A subida do Marins à noite é muito diferente de subir de dia e fazer a travessia com tempo completamente nublado, chuva, 10ºC de temperatura e molhados exige muito do físico e do psicológico, algumas vezes passou por nossas cabeças a idéia de desistir e em muitos momentos não tínhamos certeza se terminaríamos o trecho antes de escurecer. Mas valeu muito a pena!
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Tacio Philip às 11:39:00 de 17/04/2009.
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