Depois da Travessia Couto-Prateleiras no dia anterior, no dia 7/7 acordamos com um vento muito forte e desanimador.
Ficamos um bom tempo no abrigo pensando no que fazer e, na minha cabeça, passavam duas opções. Tentar novamente emendar da Ruy Braga até a Pedra Assentada ou, se o tempo abrisse, descer até o Morro do Urubu, perto do abrigo Massena.
Sem o tempo melhorar e apostando nossas fichas, às 10h saímos a Lorena, Rogério e eu (a cada dia tínhamos uma perda na "equipe") pela estrada que leva até a travessia Ruy Braga (que vai até a parte baixa do parque) e então começamos a descê-la, com a esperança de melhoria do clima, até o abrigo Massena.
Neste dia Thor estava do nosso lado e, quanto mais descíamos, melhor ficava o clima. Durante a descida passamos do ponto onde tentei com o Rogério, há uns 2 anos, seguir até a Assentada mas, como para baixo estava bem aberto, preferi então seguir para o Urubu, montanha que eu havia subido duas vezes e as duas com tempo muito fechado.
No Abrigo Massena fizemos um lanche, espalhei mais cinzas, passeamos pelas suas ruínas e então seguimos até a bifurcação que leva até uma das casinhas de pedra e de lá pela crista rumo ao morro do Urubu.
No caminho, logo depois de descer até a base do Urubuzinho, vimos que a lagoa estava completamente seca e nela ainda achamos algumas pegadas de animais. De lá mais alguns minutos para cima chegamos ao cume do Urubuzinho, descemos novamente no lado oposto e então chegamos a subida final do Morro do Urubu.
No cume mais cinzas ao vento, mais lanche, mais fotos e então começamos a descer. Mas nada é tão simples assim. Do outro lado do rio, onde a crista sobe para a Assentada e Prateleiras, eu via algo que podia ser uma antiga trilha, então tentamos chegar até lá.
O começo do caminho, perto da lagoa, foi tranquilo, mas isso não durou muito. Depois de atravessar um charco seco e começar a subir em direção ao que podia ser uma marca, a vegetação fechava um pouco e, pior, duas matas de bambuzinho e capim elefante, por causa de riachos, para atravessar.
A primeira foi fácil, depois de uma tentativa frustrada direta seguimos a contornando por cima. A 2ª, de onde percebemos que não existia trilha lá (além de alguns vestígios de trilhas de animais), tinha que ser encarada de frente.
Fomos seguindo a passo de tartaruga, no riacho afundei a perna direita até a coxa na água mas aos poucos conseguimos atravessar e seguir até a crista de onde não devíamos ter saído, perto de uma das casinhas de pedra. Na casinha, olhando melhor onde estávamos e aproveitando para um lanche, vi que o que parecia ser uma trilha não era nada além da borda da vegetação, que muda com a altitude.
De lá, agora de volta a uma trilha "aberta", foi rápido seguir até encontrarmos novamente a Ruy Braga e então subir de volta para o abrigo, onde chegamos no final da tarde.
Apesar da roubada foi um bom dia, pela primeira vez consegui enxergar direito o Prateleiras e Assentada por baixo (quem sabe um dia não tentar chegar neles por lá) e andar no PNI sempre é bom. Agora era hora de mais um macarrão e mais uma noite mal dormida regada a uma sinfonia de roncos...