Este mês que passou não teve muitas atividades fora da "rotina" de pedaladas por São Paulo e interior, passeios em São Paulo, passeios em Capivari, ida em exposições (inclusive esta é a última semana que a minha exposição fotográfica Abstratando está em cartaz) etc etc etc.
Entretanto, depois de reencontrar e conversar com o Eduardo Sanhudo no final de semana do dia 14, decidimos fazer um bivac no Marins, durante a semana, só para passar um dia na montanha e fugir da cidade. Sem planejar muito vimos que uma "boa" opção seria dia 17 e então, logo na hora do almoço, pegamos estrada rumo Piquete.
O caminho foi tranquilo, fizemos uma pausa em Piquete para almoço-janta e logo subimos para o Base Marins, onde fica o carro, ainda conseguindo no caminho observar o cume do Pico dos Marins sobre as nuvens que cobriam quase toda a Serra da Mantiqueira. Chegando lá acabamos de arrumar as coisas, colocamos as mochilas nas costas e então às 16h30 começamos a caminhada rumo à "boca do monstro".
Logo que demos uns 100 passos começamos a sentir que o clima estava mudando, um vento gelado e agradável nos refrescava mas não era um bom presságio. Pensando que, se pegássemos uma garôa leve, nada nos impediria de subir para bivacar no cume e fomos seguindo nosso caminho para cima. Quanto mais subíamos, mais a garôa engrossava, cada vez os trovões se mostravam mais perto de nós até o ponto de se tornar uma chuva de verdade quando chegávamos, 35 minutos de caminhada depois, ao Morro do Careca.
Como não tínhamos ainda nos carregado com água, fomos então até o riacho onde paramos, abrimos uma lona e nos entocamos por um bom tempo à espera da chuva melhorar e decidir o que seria feito. Embaixo da lona e ouvindo a tempestade se aproximar cada vez mais e literalmente passar por cima das nossas cabeças, vimos que esse não seria um bom dia para subir a montanha (até porque seria muito arriscado em alguns rampões e bivacar com chuva não é muito agradável).
Com os planos literalmente por água abaixo nem pegamos água e, perto das 18h, demos meia volta e começamos nossa descida, encharcados, de volta ao carro, com direito a algumas pausas para umas poucas fotos e vídeos do Marins com suas muitas "cachoeiras" devido à chuva (já tinha pego chuva no Marins mas nunca como dessa vez e nunca tinha visto tanta água descendo a montanha).
De volta ao carro, encharcados como se tivéssemos mergulhado em um rio, logo seguimos nosso caminho de volta pra São Paulo, parando apenas para o merecido jantar, já na rod Dutra, chegando em casa perto da meia noite.
Apesar de termos andado apenas 4,3 km na montanha e ter dirigido mais de 530 km, não dá pra considerar a viagem perdida. Uma leve roubada na montanha é melhor que uma tarde perdida em casa e não me arrependo da investida que não deu certo (não foi a primeira e certamente não será a última). O Marins é uma linda montanha e logo voltaremos para uma investida mais seca (o que é raro nessa época). Se tivéssemos insistido certamente chegaríamos ao cume mas ai o nível da roubada seria bem maior. Pegar um pouco de chuva, bivacando, durante a noite é uma coisa. Andar 4 h encharcados à noite, entrar em um saco de dormir molhados e tentar dormir seria bem diferente (e depois ainda percebi que a blusa que eu usaria pra dormir tinha molhado dentro da mochila). Resumindo: seria muita roubada!
E, durante essa nossa breve temporada na trilha, o Sanhudo fez um vídeo e ele pode ser visto logo abaixo. Não deixe de ver nossos vídeos, curtir se gostar e seguir nosso canal para mais novidades!
Vamos ver se o Marins deixa que eu chegue ao seu cume, pela 10ª vez, ainda este ano ;-) Planos já estão sendo arquitetados!
- enviado por Tacio Philip às 16:58:49 de 23/11/2015.