Na 3ª feira, dia 15 de Junho, depois de me recuperar de uma dor de estômago que me derrubou na 2ª, liguei para o Bizu lá da 90 graus enquanto treinava e confirmei nossa ida para São Bento do Sapucaí. Ele passou em casa por volta das 21h20, deixou o carro na minha vaga e em seguida pegamos a estrada, parando só no abrigo do Eliseu Frechou por volta da meia-noite.
Na 4ª acordamos sem pressa por volta das 9h e pouco depois saímos à procura de um café da manhã para tomar. A padaria que eu estava acostumado a usar havia fechado e acabamos encontrando um café bem simpático em uma nova praça no centro da cidade. Comemos alguns pães na chapa (o local é caro, R$2,00 cada pão na chapa!) e depois mais um pouquinho de estrada e estávamos já na caminhada de acesso à base da Pedra da Divisa.
Subimos a trilha que estava muito bonita com o mato verde e vermelho e logo chegamos na base da parede. Alguns poucos minutos de descanso e entrei então pra aquecer na Hellraiser (6ºsup) sendo seguido depois pelo Bizu (que sofreu depois no seu primeiro rapel para limpar as costuras da via). Mais uns minutos de descanso e, como estava me sentindo bem, resolvi entrar na via Pânico (7b), uma via bem atlética que eu já tinha feito com queda em outra tentativa. Respirei fundo, me concentrei e comecei a escalada. O começo é bem tranquilo, no máximo um 6º até uma caverninha onde mora um Urubu (ele estava lá). Nesse ponto descansei alguns segundos, mais uma vez respirei fundo e aí sim fui para o lance forte da via, uma saída de um grande teto em agarras razoáveis que continua por uma parede levemente negativa até quase chegar na sua parada. Lembrando dos movimentos que eu havia feito na última vez que lá estive toquei pra cima, praticamente no meu limite, e consegui terminar a via sem cair e sacando as costuras (mas completamente exausto!). E como o nível dela é bem forte dei a segurança para o Bizu lá de cima da parada, sendo que ele chegou até mim depois de fazer um caminho alternativo fugindo um pouco do teto pela esquerda.
De volta ao chão um bom almoço com pão e queijo que haviamos comprado no supermercado, uma banana e mais um bom tempo de descanso. Tentei então entrar na via Só as Cachorras (7a) que ajudei o Eliseu a conquistar mas desisti ao chegar na 2ª proteção por estar infestada de abelhas e marimbondos. De lá segui então para a Chão de Giz (7a) onde fiz uma parada alternativa para fotografar o Bizu escalando (e nessa via consegui uma coisa inédita: durante a subida enrosquei a perna da cadeirinha no mosquetão da costura!).
Bizu descendo a trilha colorida da Divisa
Com o final da tarde chegando voltamos para o chão, guardamos as coisas e fomos para o centro da cidade para um merecido açaí, compras no supermercado, um treininho com o Eliseu em sua garagem, um macarrão com Kaiser Bock na janta batendo papo com o Luiz (que estava lá fazendo curso com o Eliseu durante alguns dias) e depois a merecida cama em uma noite com 10ºC de temperatura dentro do abrigo.
Na 5ª feira acordamos, tomamos nosso café, acabamos de arrumar as coisas e pegamos a estrada rumo à Ana Chata. Deixamos o carro no começo da trilha, caminhamos rápido e em 30 minutos estávamos na base da rocha procurando o início da via Elektra (4ºV), a via mais longa da Ana Chata com 7 enfiadas e calculo eu, cerca de 200m de extensão.
Nos arrumamos e logo comecei a subida da 1ª enfiada, fazendo um caminho alternativo e saindo um pouco acima da 1ª parada da via (é muito estranho o começo, 2ª vez que entro nessa via e 2ª vez que não passei no meio do mato para sair na parada). Em seguida o Bizu subiu e já esticou até a 2ª. De lá mais uma enfiada tranquila e novamente mais uma para o Bizu que agora montou a 4ª parada na árvore do platô das corujas.
Da 4ª parada segui guiando mais uma vez e agora no filé da via, um 5º grau em uma bonita laca diagonal e totalmente protegida em móvel. Chegando à parada dei a segurança e logo o Bizu chegou até onde eu estava e seguiu para a próxima (e literalmente bem próxima) 6ª parada.
Continuei a escalada e às 14h10 estava na última parada da via esperando o Bizu que chegou logo em seguida, depois de pouco menos de 2h30 de escalada. Da parada 1 min de caminhada e pudemos então comer nossos lanches na sombra da grande rocha no cume da Ana Chata e olhando a imponente Pedra do Bau.
Fizemos algumas fotos, arrumamos as coisas e começamos a descida fazendo só algumas breves pausas para fotos. Chegamos no carro depois de uns 45 min e seguimos direto para o centro para o esperado açaí e depois para o mais esperado ainda banho no alojamento.
O Bizu, que estava com dor de cabeça deu uma dormida enquanto arrumei minhas coisas e fiquei conversando e logo depois acabamos de guardar as tralhas, comemos o restante do macarrão do dia anterior, nos despedimos e pegamos a estrada no caminho de volta pra São Paulo. O retorno foi tranquilo e rápido, só fizemos uma parada para combustível e ducha e depois aqui em casa por volta das 22h45.
Como sempre escalar em São Bento é muito bom. Tem vias para todos os gostos e estilos. Essa temporada pretendo voltar por lá mais algumaS vezES :-) E as fotos (o tempo estava perfeito) já estão no link Pedra da Divisa e Ana Chata SBS.
- enviado por Tacio Philip às 22:07:46 de 18/06/2010.